segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sobre rumos que o voto pode tomar


Por Alberto Carlos Almeida
Há uma indagação importante que diz respeito à eleição presidencial do próximo ano: qual a capacidade que Marina Silva tem de levar votos para Eduardo Campos? O Instituto Análise foi a campo e perguntou isso para o eleitorado. Exatos 48% das pessoas ouvidas afirmam que votariam em um candidato apoiado por Lula, outros 24% votariam em um candidato apoiado por Marina e 9% votariam em um candidato apoiado por Serra. A pergunta confrontava a capacidade de transferência de votos de três líderes que, a princípio, não pedirão votos para si próprios. O que mais chama atenção no resultado é que, na intenção de voto estimulada, quando são colocados os nomes de Dilma, Marina e Aécio, a proporção de votos de Dilma fica um pouco abaixo da quantidade de eleitores que estão dispostos a seguir a indicação de Lula; a proporção de votos de Marina é idêntica àqueles que dizem que seguirão seu apoio; a de Aécio é apenas um pouco maior do que a proporção de eleitores dispostos a seguir Serra.
As respostas que obtemos dependem das perguntas que fazemos. Confrontar o apoio de Lula, Marina e Serra é realista porque se aproxima de uma eventual dinâmica de campanha. Marina não vai reinar sozinha. Se não for candidata e fizer campanha para Eduardo Campos, seu pedido de votos concorrerá com o pedido de votos de Lula. Ainda que haja dúvidas bem fundamentadas sobre a intenção de Serra de colaborar com seu partido, caso ele peça votos é razoável imaginar que será para Aécio. Muitas vezes, são publicados resultados de pesquisas que apenas perguntam se você votaria em um candidato apoiado por Marina, e as opções de resposta são "sim" e "não". Essa forma de perguntar ignora que Lula também pedirá votos e ignora a eventual participação de Serra na campanha. Trata-se de maneira pouco realista de simular o que será a campanha presidencial.




Se quisermos tornar a pesquisa ainda mais realista, o pedido de apoio de líderes políticos precisa ser confrontado com a imagem que os candidatos vão passar no que diz respeito a sua capacidade de resolver problemas. Pensando nisso, elaboramos e aplicamos a seguinte pergunta: "Você votaria em uma candidato apoiado por Lula / apoiado por Marina /, apoiado por Serra, que melhorasse a saúde pública, ou que melhorasse a economia para você comprar mais coisas, como alimentos, carro, viagens etc.?" Essa maneira de perguntar confronta os problemas reais com o apoio político, e o padrão de resposta se altera completamente. A disposição de votar no candidato apoiado por Lula cai de 48% para 10%, a transferência de votos de Marina sai de 24% para 5% e a de Serra cai de 9% para 3%. Por outro lado, 55% dos eleitores afirmam que votariam no candidato que melhorasse a saúde pública e 20% naquele que melhorasse a economia.
Há uma lição básica quando se comparam as duas formas de mensurar o apoio político: é muito menos importante do que se imagina; é bem menos importante do que transmitir a imagem de um candidato capaz de melhorar os principais problemas da população. O eleitor não fica esperando para ver quem será apoiado por Lula ou Marina, para somente então decidir em quem votar. O eleitor médio prefere votar no candidato que transmitir a imagem de quem tem mais chances de resolver seus problemas concretos e mais prementes. Trata-se de algo óbvio: entre ter apoio político de determinado líder e resolver um problema importante, fica-se com a segunda opção. O eleitor não é bobo.
Alguém poderá afirmar que ter apoio do Lula serve de sinal, para uma fatia do eleitorado, de que o candidato é o mais capacitado para melhorar a saúde pública ou a economia. Será mesmo que o eleitor pensa assim? Quando Eduardo Paes foi eleito prefeito do Rio de Janeiro pela primeira vez, em 2008, ele foi muito claro em sua propaganda política ao afirmar que tinha o apoio do governador Sérgio Cabral. Todavia, ele foi muito além disso. O governo do Rio de Janeiro tinha lançado pouco antes daquela eleição municipal as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que eram uma promessa de melhoria da situação da saúde pública. Paes afirmou que, com o apoio de Cabral, ele, caso fosse eleito prefeito, seguiria os passos do governador e lançaria várias UPAs no município do Rio de Janeiro. Paes conectou o apoio de Cabral, que estava se esforçando para melhorar a saúde pública, com a proposta de resolução de um grave problema para o eleitor. Não se tratava de um apoio político vazio, mas, sim, contextualizado na solução de um problema concreto.
Muitos dizem que, na eleição de 2010, foi Lula quem elegeu Dilma. Cabe muita coisa dentro dessa afirmação. Pode significar que Lula pediu que os eleitores votassem em Dilma e eles assim fizeram. Contudo, também pode querer transmitir a ideia de continuidade: aqueles que estavam satisfeitos com o governo Lula votaram em Dilma porque Lula, então presidente, assegurou que ela daria continuidade a seu governo. Isso faz muito mais sentido. Lula era o presidente e, na campanha, foi à televisão dizer o seguinte: "Aqueles que estiverem aprovando meu governo podem dar continuidade a ele não mais com o meu nome, mas com a Dilma, ela é a candidata do governo". Pode-se dar o nome que se quiser a isso: transferência de voto, desejo de continuidade etc. É fato, porém, que as pessoas não votaram em Dilma por que Lula pediu, mas por que a aprovação do governo era muito elevada e, como diz o ditado, quem gosta, repete.
O caso clássico da suposta transferência de votos ocorreu em 1989. Naquele ano, Collor e Lula disputaram o segundo turno da eleição presidencial após uma disputa apertada entre Brizola e Lula para ver quem enfrentaria o ex-governador de Alagoas. No início da campanha para o segundo turno, Brizola foi a público declarar apoio a Lula. As pesquisas que se seguiram a esse apoio detectaram um enorme crescimento das intenções de voto de Lula no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Brizola tinha governado o Rio Grande do Sul nos anos 1960 e o Rio de Janeiro nos anos 1980, era um importante líder em ambos os Estados. Aquele episódio sacramentou, junto a vários analistas, o fato de que a transferência de votos existe e é relevante.
Contudo, vale a pena imaginar se a transferência de votos é condicional ou não, isto é: se Brizola tivesse apoiado Collor, o que teria acontecido com seus eleitores? Não creio que teriam votado em Collor. Quem votou em Brizola no primeiro turno eram eleitores que tinham identidade com Lula e com candidatos de esquerda. Assim sendo, o que Brizola inteligentemente fez foi se antecipar a seus eleitores. Como eles iriam acabar votando em Lula de qualquer maneira, Brizola pediu para que fizessem assim tão logo terminou o primeiro turno. Brizola ficou bem na foto: posou de líder carismático. Nos dois Estados, particularmente no Rio de Janeiro, até hoje e sem mais a existência de Brizola, o desempenho eleitoral do PT em eleições para presidente e também para o governo estadual (o atual governador do Rio Grande do Sul é do PT) é muito bom.
Uma fatia dos eleitores de Marina é de oposição: rejeitam Dilma e o governo do PT. Caso Marina não seja candidata, esses eleitores tendem a votar em um candidato de oposição. Assim, quando ela apoiar Eduardo Campos, uma fatia de seus votos realmente migrará para o então governador de Pernambuco. Isso ocorrerá pela identidade já existente entre os dois líderes e seus eleitores: todos são de oposição. O mesmo vale para Lula e Dilma: grande parte dos eleitores que gostam de Lula também gostam de Dilma e vice-versa.
A transferência de votos é algo muito mais limitado do que a maioria das pessoas imagina. O eleitor não fica esperando o que os políticos vão dizer, declarando apoio a fulano ou a sicrano, para só então votar. Não custa recordar que a credibilidade que os políticos têm junto ao eleitorado é a pior possível. A visão predominante é a de que todos os políticos são ladrões, privilegiados e exploradores do povo. Não há razão, portanto, para supor que o eleitor médio espere a indicação de um político para só então votar. Os eleitores têm uma relação predominantemente pragmática com os políticos: eles importam na medida em que atendem a seus interesses e resolvem seus problemas. No Brasil, não há getulismo como há peronismo na Argentina. Não nutrimos nenhum amor ou respeito incondicional por este ou aquele político. Aqui vale o critério simples e direto do mérito e do desempenho. Mostrou serviço, fica. Não mostrou serviço, troca.

Alberto Carlos Almeida, sociólogo, é diretor do Instituto Análise e autor de "A Cabeça do Brasileiro". 


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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Comércio: Mais de R$ 251 milhões

Pesquisa prevê aumento de R$ 48 milhões em gastos dos consumidores goianos para o Natal em relação ao mesmo período de 2012

Wilson Isaías Da editoria de Economia


Pesquisa do Instituto Grupom Consultoria e Pesquisas encomendada pela Associação Comercial Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), apresenta uma estimativa de vendas para esse natal de RS 251 milhões. O responsável técnico pelo levantamento, Mario Rodrigues Filho, diz que as pessoas deixaram para ir às compras de última hora e de hoje até terça-feira, vésperas do Natal, mais de 300 mil consumidores devem tomar conta das ruas da Capital, principalmente as do Centro e de Campinas. Segundo Mario, quando comparado com o ano passado, cuja estimativa era de RS 203 milhões, as vendas de natal este ano devem apresentar um crescimento de 20% em termos superior, ou seja, Papai Noel injetará no comércio mais RS 48 milhões.

O pesquisador explica que a estimativa total final é feita a partir da multiplicação do valor que cada família declara pretender gastar no Natal.  Revela ainda que o Grupom faz esta pesquisa há 11 anos e que em fevereiro ou março vai a campo para novo  levantamento ''desta vez para verificar se o perfil sinalizado pelo estudo foi confirmado na hora da compra". Ele Informa que, geralmente, o valor faturado é ligeiramente superior ao estimado. Explica que a margem de erro da pesquisa é de 5% para mais ou para menos, e que "comumente a variação se dá para cima".


Dos entrevistados, 63% informaram que farão as compras em lojas de Campinas, no Centro, camelódromos, feiras, super e hipermercados e lojas de bairros.

A justificativa para a estimativa de que a multidão tomará conta das ruas da Capital nos próximos dias advém de duas constatações. A primeira delas é porque no dia em que foi feito a pesquisa – 9 de dezembro - apenas 14,1% dos entrevistados já haviam feito suas compras natalinas e os demais disseram que deixariam para comprar posteriormente. Disseram ainda que, apesar de 23% dos entrevistados terem declarado que fariam suas aquisições natalinas em shoppings outros 63% informaram que comprariam em lojas de Campinas, no Centro,  camelódromos, feiras, super e hipermercados e lojas de bairros.

Apenas 15,8% disseram não saber onde comprariam. Em comparação com 2011, a média de consumidores que comprarão em shoppings continua dentro da mesma margem: 21,1%, em 2011 e 23,3% em 2013. Já o percentual daqueles que informaram a intenção de adquirir os produtos natalinos em lojas de bairros quase que dobrou, em 2011 foram 4.4%. Já em 2013 esse percentual saltou para 8,4% dos entrevistados. Na variação percentual em 2012 x 2013, apenas dois itens experimentaram que da os da linha branca (- 85) e informática (-4.5%)


ELETROELETRÔNICOS

Conforme já vinha sendo apontado pelas últimas pesquisas, o desejo dos goianienses por eletroeletrônicos (celular, tablet,  TV LED/3D e outros), só aumenta: em 2011 a pretensão de compra era de 18,1. Em 2012, 19.3%, em 2013 essa Intenção saltou para 25,3%. Na comparação com o ano anterior o percentual significa uma variação de 31.1%. Contudo, conforme ocorreu nos últimos anos, a maioria pretende comprar roupas (56,2%) e sapatos (51,8%). Neste natal 61,5% dos homens pretendem comprar roupas e 53,2% calçados. lá entre as mulheres 53,5% querem roupa nova e 51,8% calçados.

Mario Rodrigues aponta para outros valores importantes. No ano passado 26,7% dos entrevistados disseram que usariam o rendimento de final de ano para quitar dividas e este ano esse índice caiu para 20,9%. Ele diz que essa queda de 5,8% demonstra que caiu o nível de endividamento do goianienses e  aumentou seu poder de compra",  comemora.  Outro sinal positivo apontado por ele é o aumento em 2,2%  daqueles que pretendem aplicar seus rendimentos em poupança.


VALOR DAS COMPRAS

O dinheiro gasto com presentes de natal também seguiu em escala crescente. Em 2008 cada entrevistado declarou que gastaria RS 307,99, em 2010 esse valor subiu para R$ 444,17, em 2011 foi para RS 496,15, em 2012 teve uma pequena elevação e chegou a RS 507,81, já em 2013 saltou para RS 655,90. O responsável técnico do Grupom, credita que esse “boom" demonstra melhoria da economia, "o consumidor passou a gastar mais nos últimos 10 anos devido ao aumento da empregabilidade e renda", justifica. Ele lembra que houve um aumento da renda familiar. Destaca que as famílias antes contavam com apenas um provedor, o pai. Lembra que atualmente também estão no mercado de trabalho esposas e filhos e isso naturalmente, eleva o poder de compra das famílias Ele também desmistifica a crença de que a maioria vai às compras na véspera do natal porque o brasileiro deixa para fazer tudo de última hora. "Não podemos esquecer que a maioria dos trabalhadores recebe o 13° salário no dia 20 de dezembro", esclarece.


CONSUMIDORES

Consumidores ouvidos pela equipe de reportagem do Diário da Manhã, deixa entrever que gastos e lucros podem ser maiores do que aqueles estimados pela pesquisa Grupom/Acieg. Os entrevistados pelo levantamento que disseram pretender adquirir seus bens natalinos em shoppings estimaram um gasto médio com as compras de R$ 860,98. A única pessoa encontrada e que estava dentro da média de gasto constatada pela pesquisa. não faz parte do perfil daqueles que deixaram as compras para a última a hora. A estudante Raiany Santos. 20 anos, revela que fez suas compras de Noel em setembro. "Apesar de dizerem que no Natal tem muita promoção. sei que é tudo mentira e por isso compro antes". declara. Mesmo tendo feito as compras antecipadas, ela confessa ter gastado uma média de 800.

Já a professora aposentada. Regina Costa. 62 anos, portava muitas sacolas e já havia gastado mais do que o previsto. Ela contou que teria que presentear cerca de 15 pessoas, já havia gasto aproximadamente R$ 1.200, mas que ainda faltavam coisas para comprar. Empresário do ramo de produtos naturais, Leandro Ferreira. 37 anos, confessou que ainda não havia feito suas compras e que gastaria no mínimo R$ 2 mil com brinquedos e roupas.


600 MIL NAS RUAS

A presidente da Acieg, Helenir Queiróz, acredita que nesses próximos dias 600 mil consumidores "invadam" as ruas da Capital. Ela lembra que "a pesquisa do Grupam só mensura os consumidores de Goiânia e não podemos esquecer que vem muita gente do interior de Goiás e até de outros Estados”. Ela se diz muito otimista quanto à projeção de faturamento feita pelo instituto.

Helenir esclarece que uma pesquisa de mercado "é de grande importância por ajudar o comerciante a se organizar e se preparar para as possibilidades de venda que terá". Lembra que o estudo mostra o comportamento do consumidor, qual o tipo na quantidade de gastos pretende fazer e, principalmente, que a grande maioria dos consumidores ainda não fez suas compras. Helenir se diz otimista com as vendas deste natal. Lembra que a pesquisa sinaliza para um aumento bastante significativo no consumo. Fala que "esse recorde já é bastante positivo". Contudo, não descarta a possibilidade de que as vendas sejam superiores do que a média prevista pela pesquisa devido aos consumidores vindos de outras localidades.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pesquisa sobre consumo no natal reúne Acieg e CDL

Na tarde de hoje, 17, foi realizada uma coletiva de imprensa, na Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL), a fim de divulgar as previsões e perspectivas para comércio nas vendas de natal deste ano. Participaram a presidente da Acieg, Helenir Queiroz, o superintendente executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia, Marco Antonio Milharci, o diretor executivo da empresa Grupom Consultoria e Pesquisa, Mario Rodrigues Filho e o coordenador do Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas das Faculdades Alfa, Aurélio Troncoso.

Na ocasião, Mario Rodrigues apresentou os resultados da pesquisa intitulada “Natal 2013”, que há onze anos vem analisando o comportamento dos consumidores goianienses neste período. Além do professor Aurélio Troncoso, que também apresentou os resultados do balanço feito pela Faculdade Alfa e CDL.

Segundo o diretor executivo, um dos pontos mais importantes da pesquisa é que o brasileiro continua deixando as compras para a “última hora”, pois 85,9% irão fazer suas compras natalinas nas duas semanas que antecedem o natal.

Outro fator relevante manifestado foi o crescimento de eletroeletrônicos nas intenções de compra do goianiense, neste ano o item apresenta maior crescimento este ano foi de 31,1% maior sobre o ano passado. A perspectiva é que neste ano os gastos com presentes cresçam 20% em relação ao ano passado.

Confira aqui a pesquisa completa.

Por Daniela Branquinho

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

MERCADO DO LUXO X - Preferência regional

Por Vanessa Barone

Cada novo shopping ou butique de luxo que é aberto no Brasil costuma atrair a atenção de consumidores locais e de turistas vindos de outras cidades e Estados. Foi assim, por exemplo, com o JK Iguatemi, em São Paulo. Nas semanas posteriores à sua abertura, o shopping virou programa obrigatório de quem queria ver de perto as butiques das grifes mais famosas do mundo - algumas delas, estreando sua operação no país. Se o varejo de luxo atrai quem é consumidor habitual, imagine o que faz com os novatos? Mesmo quem ainda está distante de poder adquirir uma singela "black jacket" da Chanel quer observar, desfrutar as sensações e se deixar impactar pelo luxo. Mas desse encontro entre um consumidor emergente e uma grife icônica ninguém sai ileso. Mesmo milionárias e multinacionais essas empresas aceitam fazer adaptações para atuar no mercado brasileiro.

André Mendes, do L.O. Baptista-SVMFA: há riscos em mexer com a tradição de uma grife de luxo
Na visão de Cris Barros, estilista mais do que estabelecida no segmento de moda premium, no Brasil, a concorrência estrangeira está mexendo com o consumidor: "Ele mudou a sua percepção, ficou mais exigente com a qualidade do tecido e do acabamento", diz Cris. Além disso, ele também está fazendo questão de trabalhos mais autorais. "Para a minha marca, está tudo bem porque eu sempre acreditei nisso", afirma a estilista, que semanalmente disponibiliza novos modelos em suas butiques. Atualmente, são três em São Paulo e uma no Rio. Em dezembro, mais um ponto será aberto no Rio, no Village Mall.
Teste de estresse - A bolsa Robinson Triangle Tot,
da Tory Burch, é toda feita em couro italiano de alta qualidade,
para resistir aos desgastes do dia a dia.
Por R$ 1.600. Tory Burch: (11) 3152.6401
Cris Barros tem cerca de 350 modelos por coleção, todos com tiragem limitada. "Dessa forma, mantenho uma certa exclusividade", afirma a estilista. Apostar nas técnicas da alta costura, mantendo os atributos da moda nacional é um dos segredos do sucesso da marca. Porque mesmo com qualidade acima da média, faltam às grifes de luxo o conhecimento específico do corpo e do temperamento da brasileira. "Dificilmente uma roupa importada tem a modelagem ideal para a brasileira", diz Cris.
Além disso, é preciso entender que o Brasil tem vários "países" dentro dele. O que é considerado sensual no Nordeste pode ser vulgar em Curitiba. O estilo mais formal da curitibana pode desagradar a baiana e assim por diante. O desafio, portanto, é lidar com um país com preferências regionais distintas.
Nas alturas - É preciso um certo equilíbrio para se sustentar
no salto de 12 cm do scarpin Artifice de Christian Louboutin.
O sapato é feito de couro e cetim, bordado com cristais.
Por R$ 8.140. Christian Louboutin: (11) 3071.4175
Preferências regionais que serão cada vez mais relevantes, uma vez que o varejo de luxo está começando a se deslocar de São Paulo e Rio em direção a outras capitais, como Brasília e Recife. Garantir o sucesso fora dos mercados tradicionais, levando em conta os "sotaques" regionais, é o próximo desafio para as marcas internacionais.
Por hora, as ações de "sedução" junto ao consumidor brasileiro passam pelo lançamento de coleções ou de itens que fazem homenagem ao país ou replicam seus atributos naturais. Há também parcerias com designers brasileiros, como fez a Louis Vuitton em mais de uma ocasião. A mais recente foi com a dupla de grafiteiros Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como "Os Gêmeos".
Longo e esguio - É obra de Cristiana Freitas Barros de
Oliveira o vestido ginger snap longo na cor mauve claro (lilás)
de manga longa com caimento slim, feito em seda pura.
 Por R$ 4.924. Cris Barros: (11) 3082.3621
Para marcar a abertura de sua primeira butique no Rio de Janeiro, em agosto - no Village Mall - a CH Carolina Herrera lançou a Rio Bag, edição limitada da "shopping bag" da marca. Feita artesanalmente, a bolsa de couro recria a praia de Ipanema e suas calçadas. É vendida somente sob encomenda.
Outra bolsa icônica que ganhou uma versão nacional recentemente foi a Baguette, da Fendi. Em junho, por ocasião da abertura de sua primeira flagship store no país, a marca promoveu uma ação junto a artistas e designers brasileiros. O projeto chamado de "Baguettemania" reuniu Leda Catunda, Nelson Leirner, Nina Pandolfo, Isay Weinfeld e Rodolpho Parigi, que customizaram o modelo. Criada em 1997 por Silvia Venturini Fendi, a Baguette é até hoje uma das peças mais famosas da Fendi. Foram dez anos de "paquera" até a marca italiana se render aos atributos do mercado brasileiro - "um país estratégico para o futuro", diz o diretor geral da Fendi, Jean Marc Gallot.
Noite de festa - Vestido Vivaz todo confeccionado
em tule de seda devorê,
com bordados geométricos em canutilhos prata.
Por R$ 5.998. Vivaz: (31) 3337.8122
Para marcar a entrada no mercado nacional este ano, a grife de alta relojoaria Parmigiani Fleurier desenvolveu uma peça única, chamada "Samba Madeira" que exibe a bandeira do Brasil no mostrador. De acordo com Ruggero Mango, general manager da Parmigiani, o foco da empresa está em ampliar seus pontos de venda no mundo - passando de 250 para 350, nos próximos quatro anos. "E essa expansão inclui os países emergentes, como o Brasil", diz Mango. Estar presente no país, diz o executivo, faz parte da estratégia para aproximar a grife de seus potenciais consumidores. Mesmo que eles ainda concentrem suas compras em viagens ao exterior, o contato mais estreito com a marca deve ser feito localmente. "É uma questão de visibilidade", diz Mango. E também de reconhecimento de território.
Mas se há marcas que acreditam na identificação cultural como a melhor forma de atrair novos fiéis aos seus templos, há as que acreditam que vender o que sempre venderam é o que basta. É o caso da Cartier. "Temos artigos com preços mais atraentes, como perfumes, mas o que o consumidor quer quando vem à loja são nossas joias e relógios", diz Maxime Tarneaud, country manager da grife, que começou a ser distribuída no Brasil na década de 1970 e abriu sua primeira loja própria, em São Paulo, em 1995.
Pura cor - A calça em tecido mahir, que parece seda,
faz uma combinação leve e alegre com o top com renda branca.
As peças chegam à Boutique Dior no final deste mês.
Jaqueta por R$ 13.500, top por R$ 6.600 e calça por R$ 4.500. 

Dior BrasíliaPark Shopping,
Conjunto Nacional, Boulevard e Brasília Shopping.
De acordo com o executivo, desde o primeiro contato com a marca o consumidor quer adquirir peças com a tradição que a grife conquistou nos mais de 165 anos de existência. "Muitas vezes, eles começam comprando as alianças de casamento e tornam-se clientes", diz Tarneaud. O executivo lembra que a Cartier não faz séries especiais ou regionalizadas. "Isso ocorre porque não seguimos a moda. Temos produtos com quase cem anos de criação", afirma o executivo. "Quem nos procura vem em busca de sonho e de emoção."
Para o advogado André Mendes, coordenador da área de Fashion Law do L.O. Baptista-SVMFA, é sempre preciso avaliar com cuidado os riscos de mexer com a tradição de uma grife de luxo. Se criar artigos regionalizados - ou mesmo, mais acessíveis - pode atrair novos clientes em um primeiro momento, isso também pode atrapalhar a percepção da marca. "Talvez para manter o cliente fidelizado seja preciso justamente preservar a aura de exclusividade do luxo", diz Mendes. Do contrário, pode-se "diluir" o seu conceito. Entre as marcas que têm sido bem sucedidas na manutenção do luxo inacessível é a Hermès. Esforçando-se para manter a produção na França e na confecção artesanal de artigos, ela passa o recado de que, seja emergente ou tradicional, o seu consumidor não quer abrir mão de ser o mais sofisticado.

Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3352774/preferencia-regional#ixzz2lxd0gqxO

MERCADO DO LUXO IX - Basta uma gotinha


Por Suzana Liskauskas

Apenas uma molécula e o poder de oferecer uma fragrância única, uma espécie de amálgama com o DNA do quem usa. Essa é a definição do perfume que não estrela campanhas publicitárias, mas está nos closets de Kate Moss, Elton John e Mario Testino. Quem usa não costuma divulgar, é quase uma sociedade secreta. Trata-se da linha Escentric Molecules, da This Company, desenvolvida pelo perfumista alemão Geza Schoen há seis anos. Basta uma gotinha para obter um aroma único, que se transforma de acordo com a pele. É a tradução contemporânea da máxima "os melhores perfumes estão nos menores frascos".
Laja Zylberman, da Sara: as gemas mais perfeitas, em relação ao brilho e à intensidade da cor, não são necessariamente as maiores
Marcha nupcial - O Cartier Destinée é inspirado no
modelo Solitaire, clássico de 1985, voltado às noivas.
Além da pedra em destaque, uma coroa de
pequenos diamantes envolve os dedos.
Preço sob consulta. Cartier: www.cartier.com.br

Brasília: Shopping Iguatemi
Luciana Estrellado, diretora de marketing da marca Escentric Molecules no Brasil, diz que o diferencial da linha é a simplicidade de apenas uma nota, quando a maioria dos perfumes tem, pelo menos, cinco em sua composição. "O Molecule 01, unissex, já é considerado um dos cinco perfumes mais sexies do mundo", comenta. Ela lembra que o estilista britânico John Galliano, já confidenciou ao embaixador da linha, o crítico de moda masculina Tim Blanks, que se tornou-se muito assediado desde que passou a usar o perfume.
A combinação da essência pura com a simplicidade da composição que tornam únicos os perfumes da Escentric Molecules também se aplica ao valioso segmento da joalheria. Uma das pioneiras no uso da turmalina paraíba - pedra de cor azul esverdeada com um brilho intenso, descoberta no Brasil, na década de 80 -, a designer Laja Zylberman, proprietária da Sara, explica que as gemas mais perfeitas, em relação ao brilho e à intensidade da cor, não são necessariamente as maiores.
Mimo fashion - Desde que apareceram nas passarelas das
coleções primavera-verão 2012, os ear cuffs, brincos
imitam piercings, conquistaram o mundo da moda.
Esse modelo do estilista Roberto Cavalli custa R$ 3.230.
Roberto Cavalli: www.robertocavalli.com
"Achei há cerca de cinco anos uma turmalina paraíba em formato triangular, perfeita, mas pequena. Considerei a pedra tão especial que dei de presente à minha filha, Alessandra Bernstein. É uma espécie de amuleto", conta Laja. A designer ressalta que é muito comum, no Brasil, haver uma valorização de pedras de maior tamanho. Porém, ela lembra que pedras como a que escolheu para a filha, também designer da Sara, podem ter um tamanho reduzido, mas alcançam um grande valor no mercado.
"O quilate da turmalina paraíba varia entre US$ 10 mil e US$ 30 mil. Esse valor oscila de acordo com origem da pedra, o brilho e a qualidade da cor", comenta Laja, que tem se dedicado a estudar a gema.
Vagalume - Broches em forma de inseto com cristais
Swarovski da grife francesa Lanvin:
R$ 8.100 o pequeno e R$ 10.800 o grande.
Lanvin: 
www.lanvin.com
Pedras como diamantes mexem com as emoções. Na primeira quinzena de novembro, em um leilão em Genebra, o maior diamante do mundo, de 59,6 quilates, batizado de "Pink Dream", foi arrematado pelo talhador de diamantes Isaac Wolf por US$ 83,18 milhões. Muito valioso pelo formato, pela cor e pela pureza, o "Pink Dream" é uma raridade. Porém, mesmo com menos de 0,5% dos quilates do "Pink Dream", a maioria dos solitários, símbolos mundiais dos pedidos de casamento, costuma provocar grande impacto quando a pessoa presenteada abre a diminuta caixinha e encontra o anel com uma pedra menor, mas que também pode ser muito valorizada.
Ladybug - Silvia Furmanovich criou o anel joaninha
em ouro 18 k, com dois tipos de diamantes.
As asas são feitas em opala branca.
Preço sob consulta. Silvia Furmanovich: 

www.silviafurmanovich.com.br
Maxime Tarneaud, country manager da Cartier no Brasil, é um entusiasta da simplicidade. Ele comenta que nem sempre os diamantes mais valiosos são os maiores. "É preciso criar uma cultura sobre a valorização da joia. Uma peça de menor tamanho, como 1,5 quilate, pode apresentar uma pedra mais pura, com excelência na cor, no quilate, no corte e na claridade. Outra questão importante é a procedência. A Cartier, por exemplo, tem muito cuidado em evitar negócios com países em que as condições de trabalho nas minas não sejam adequadas", detalha.
Tarneaud, da Cartier: "Uma peça menor, de 1,5 quilate, pode ter uma pedra mais pura, com excelência na cor, no quilate, no corte e na claridade"

Sutileza - Preciosidade de aparência
muito delicada, o anel de ouro
branco possui as laterais cravejadas
de diamantes brancos e
centro de turmalina paraíba, com lapidação quadrada.
Preço sob consulta. Sara Joias: 
www.sarajoias.com
Como na alta costura, a Cartier tem uma linha de joias exclusivas, confeccionadas por uma equipe de 30 pessoas, que produzem em média cem peças únicas por coleção. "A confecção de uma dessas joias pode demorar cerca de 400 horas. Elas não passam por todas as 300 lojas da Cartier no mundo. Assim como essas peças, os diamantes não estão disponíveis em todas as lojas. No Brasil, os solitários começaram a ser vendidos a partir da inauguração da loja instalada no Shopping Cidade Jardim, em julho de 2012".

Mais efêmero, outro objeto de desejo do universo feminino, o chocolate também é mais valioso quando produzido em pequenas quantidades e com maior teor de massa de cacau em sua composição. Com mais de 90% de massa de cacau, o Q Zero, chocolate de excelência da marca brasileira Aquim, conquistou o paladar da Rainha Elizabeth. E ainda está à venda na sofisticada Fortnun & Mason, em Londres, onde realeza inglesa costuma fazer suas compras.
O Q Zero, chocolate de excelência da marca brasileira Aquim,
conquistou o paladar da Rainha Elizabeth.
Mas há versões disponíveis e mais acessíveis
para os plebeus brasileiros. A latinha com 18 unidades de
5g cada sai por R$ 65. Boutique Q: 
www.chocolateq.com



Mistura fina - O chocolatier austríaco Josef Zotter capricha nos sabores. O mini-mitzi de morango, rodeado por chocolate branco e decorado com um coração de framboesa, agrada paladares mais tradicionais. Por R$ 24,90 (65g).
www.zotterbrasil.com.br


Livre e leve - A Versace tem um time de artesãos italianos
que produzem peças com design arrojado e materiais
hipoalergênicos, como a pulseira em chumbo
com revestimento externo livre de níquel.
Por R$ 1.500. Versace: www.versace.com
"Quanto maior o percentual da massa de cacau na composição, mais puro e saudável é o chocolate. Com muito leite em sua composição não é chocolate, mas apenas um doce", diz Rodrigo Aquim, gestor de negócios do grupo Aquim, que também atua no segmento de catering.
Rodrigo conta que sua família presenteou a Rainha Elizabeth com uma caixa do Q Zero e ficou surpreso ao receber uma carta assinada pela própria elogiando o sabor do chocolate. "Precisamos mostrar para o mundo que o cacau é originário do Brasil. No Brasil, as fazendas do Sul da Bahia são capazes de produzir os melhores frutos, matéria-prima para exclusivas safras de chocolate", conta.
Reação particular - As fragrâncias da Escentric Molecules
 são feitas com essências exclusivas e a proposta é que os
 perfumes reajam de forma
diferente em cada tipo de pele. 
O Molecule 01 sai por R$ 560.
Escentric Molecules: 
www.escentricmolecules.com.br
O Q Zero é o único chocolate da Aquim produzido por safra, que é sempre ímpar. O gestor explica que a fazenda onde é cultivado o cacau usado pela Aquim produz, no caso do Q Zero, em média, 240 quilos por safra. Para os demais chocolates da marca, que variam entre 55% e 85% de massa de cacau, a capacidade de produção da fazenda é de oito toneladas por ano. Esses são produzidos a partir da mistura de diversos blends.
A consultora de imagem Ana Cury costuma ser requisitada por instituições do mercado financeiro em busca de ideias únicas para presentear grupos muito exclusivos de clientes. "Viajo atenta a experiências e peças que possam se transformar em um presente que, pelo caráter inusitado, mesmo as pessoas com grande poder aquisitivo não conseguiriam adquirir", diz.
Coleção gulosa - Inspirada nas bolsas Chanel, Dior e Louis Vuitton,
a Louzieh Doces criou uma coleção feita com waffle e brigadeiro.
Cada bolsinha sai por R$ 9,00. Louzieh Doces: 

www.louziehdoces.com.br
Recentemente, a consultora idealizou um jogo de varetas, como os que fizeram parte da infância de muitas gerações, em aço escovado, com texturas diferenciadas. "Para completar a experiência diferenciada, desenvolvemos uma caixa muito parecida com as que embalam joias. Todos que receberam o mimo se surpreenderam."



MERCADO DO LUXO VIII - Emoção na garagem


Por Carlos Vasconcellos

Ter na garagem um carro luxuoso, com potência equivalente à de um Fórmula 1, habilitado a rodar nas ruas da cidade, é um sonho para poucos. E apesar dessa limitação, nem o dólar alto, os impostos e o desaquecimento da economia tiram o otimismo das montadoras que disputam a preferência do brasileiro nesse nicho mais do que exclusivo de carros e motos de luxo. Sonho não tem preço.
O Aventador Roadster chama atenção 
pela beleza e potência: 
com motor V12 de 700 CV, alcança 350 km/h
www.lamborghini.com
Para seduzir o cliente vale até patrocinar aula de pilotagem para quem deseja experimentar toda a potência do veículo. Foi o que fez a italiana Lamborghini ao promover um curso de pilotagem para proprietários da marca, no Autódromo de Capuava, no interior de São Paulo. "Eles puderam testar na pista a velocidade que não podem atingir nas ruas", conta Walter Baron, executivo de vendas da Lamborghini São Paulo.
A empresa está em seu quarto ano com operação própria no Brasil. "Atingimos nosso melhor desempenho de vendas em 2013", diz Baron. Hoje, a marca oferece dois modelos no mercado nacional: o Lamborghini Gallardo, a partir de R$ 1,450 milhão, e o Aventador, cuja versão mais cara chega a R$ 2,99 milhões. Uma nova versão roadster conversível do Aventador chegará ao mercado brasileiro em dezembro. Ela ainda não tem preço definido, mas já há interessados. "Já temos três unidades encomendadas", diz.
Outra marca clássica que aposta no Brasil é a Maserati, que este mês ganhou sua primeira concessionária própria no país, em São Paulo. "É a quarta concessionária exclusiva da Maserati em todo o mundo", diz Cláudio Boriero, executivo de vendas da marca italiana. Um dos modelos mais procurados no país é o Grancabrio, vendido por R$ 880 mil. "É o único conversível para quatro pessoas que efetivamente leva quatro passageiros." Já o Quatroportte, com versões que variam de R$ 780 mil a R$ 1 milhão, é o sedã esportivo mais rápido de sua categoria, atingindo 307 km/h.
Rota tecnológica - Tecnologia é o ponto alto do 
Quattroporte, da Maserati. 
O motor V8 biturbo é capaz de acelerar 
de 0 a 100 km/h em 4,7 s. 
Tem transmissão de oito marchas e opções 
de tração traseira e integral.
Por R$ 950.000. Maserati: (11) 3065.7474
www.maseratiquattroporte.com
Marcel Visconde, presidente da Stuttgart Sportcar, importadora oficial da Porsche no Brasil, prevê que " ano de 2014 vai ser desafiador". No entanto, a marca alemã apresenta armas poderosas para conquistar os amantes da velocidade. Seu modelo mais possante é o 911 Turbo S, capaz de atingir 318 km/h, e que custa a bagatela de R$ 1,99 milhão. O Porsche Boxter, modelo de entrada da Porsche na categoria esportiva sai por R$ 329 mil. Outro trunfo da Porsche é a linha de SUV Cayenne, que vai de R$ 329 mil a R$ 800 mil e vem atraindo o público feminino e clientes que desejam um carro para o uso diário. "Dificilmente os proprietários de esportivos de luxo usam esses carros para o dia a dia", diz Visconde.
Já Eduardo Alves, executivo de vendas da Ferrari no Brasil, acredita que o mercado não atravessa sua melhor fase, mas vê boas perspectivas para a marca. "As vendas devem acelerar no final do ano", diz. Mas para vender, é preciso ser quase tão veloz quanto os carros. "O cliente brasileiro não gosta de esperar. Se o prazo de entrega for muito longo, ele desiste do negócio."
Alves conta com a admiração dos brasileiros pela marca, que tem um fã-clube fiel, forjado em décadas de corridas de Fórmula 1. "A Ferrari mexe com a emoção do cliente, que tende a manter fidelidade à marca", afirma. O top de linha da marca italiana é a F12 Berlinetta, que custa R$ 2,95 milhões, e atinge estonteantes 340 km/h, com um motor V12 de 740 cavalos.
Ícone do mercado de luxo, a Rolls-Royce mostra que não se limita ao design clássico e também se aventura nos esportivos. A marca espera aumentar suas vendas de 10% a 20% no país no ano que vem. O carro mais procurado da centenária marca britânica no Brasil é o Ghost, com preço inicial de R$ 2,4 milhões e velocidade máxima de 250 km/h. "O Ghost atende à demanda do cliente moderno", diz Milton Chameh, gerente comercial da Rolls Royce Motor Cars São Paulo.
Mais de 30 - Depois de ganhar 30 cavalos
de potência e reduzir seu peso em 30 kg,
o Ferrari California incorporou o
 número 30 ao seu nome.
Com motor 4.3 V8 de 490 cavalos,
o modelo vai de 0 a 100 km/h em 3,8 s.
Por R$ 1,4 milhão. Ferrari: (11) 3087.0199

www.ferrari.com
Há quem prefira a emoção em duas rodas. O mercado de motos de luxo, com 600 cilindradas, cresceu 2% de janeiro a outubro deste ano, enquanto o segmento popular teve queda de 9% no mesmo período. A Harley-Davidson foi muito além, com crescimento de 16% em vendas no país.
Longino Morawski, diretor-superintendente comercial da Harley no Brasil conta que, embora tão fiel à marca quanto os estrangeiros, o consumidor brasileiro tem um gosto peculiar em relação aos modelos. "Aqui, os modelos Fat Boy e V-Rod são os mais vendidos, enquanto nos outros países as motos da linha Touring são as mais procuradas", diz. Hoje, uma Touring Ultra Limited custa R$ 72 mil. Já uma Fat Boy fica entre R$ 50 mil e R$ 80 mi.
A BMW também comemora o aumento de vendas no Brasil. O país já é o quinto maior mercado de motos da montadora alemã em todo o mundo. O modelo mais vendido pela empresa no mercado brasileira é a R1200GS, com preços que variam de R$ 73,4 mil a R$ 83,9 mil. "Pode ser mais, se o cliente quiser incorporar acessórios que não são de linha", explica Federico Alvarez, diretor da BMW Motorrad Brasil.

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MERCADO DO LUXO X - Preferência regional