segunda-feira, 24 de julho de 2017

Brasileiros elegem saúde, educação e erradicação da fome e pobreza prioridades, diz estudo da ONU

Consulta feita em parceria com o Ibope ouviu 2 mil brasileiros sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável contratados pelo Brasil junto às Nações Unidas
RIO – Erradicar a pobreza e a fome e garantir saúde e educação de qualidade são as ações mais citadas por brasileiros quando questionados sobre o que traria mais benefícios ao país. A pesquisa, realizada pela ONU em parceria com o Ibope, entrevistou 2.002 maiores de 16 anos em 143 municípios brasileiros no mês de abril. O objetivo era levantar a percepção da população sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) contratados em 2015 pelos países signatários das Nações Unidas, a chamada Agenda 2030. Na semana passada, reportagem publicada pelo O GLOBO mostrou que dois esses objetivos, a erradicação da pobreza e da fome, estão ameaçados devido ao desemprego recorde, a crise fiscal e à recessão que impede a economia de voltar a crescer. O alerta é de relatório elaborado por mais de 40 entidades da sociedade civil, entregue à ONU recentemente.
— Entendemos que os brasileiros elegeram essas prioridades porque são questões sociais importantes, porque fazem parte de suas experiências, seja profissional ou de vida e sobre o que ela está vivendo nesse momento, mas também porque fazem parte da agenda das Nações Unidas — explicou Haroldo Machado Filho, co presidente do grupo Assessor do Sistema ONU no Brasil sobre a Agenda 2030, complementando que, para a ONU, todos esses temas são igualmente importantes porque a ideia é que o desenvolvimento sustentável pleno só acontecerá se todos os 17 objetivos caminharem em igualdade:
— Dizemos que são objetivos integrados e indivisíveis — complementou.
Além dos cinco ODS já citados, a Agenda 2030 ainda engloba compromissos acerca do alcance da igualdade entre homens e mulheres, a garantia ao acesso à água e saneamento, à energia elétrica, apoio à infraestrutura de qualidade, industrialização sustentável e inovação, tonar as cidades sustentáveis, promover padrões sustentáveis de produção de consumo, implementar ações para combater a mudança do clima, proteger e recuperar os riso e oceanos, recuperar terras e florestas, promover a paz, proporcionar acesso à justiça e fortalecer as parcerias entre países para promover ações sustentáveis.
Garantir saúde de qualidade foi citada por 35% dos entrevistados, seguido de acabar com a pobreza (33%), depois garantir educação de qualidade (31%), garantir emprego e condições adequadas de trabalho (26%) e em quinto acabar com a fome e desnutrição e promover a agricultura sustentável (24%). A redução das desigualdades também se destacou. Foi citada como prioritária para trazer benefícios para o país por 19% dos entrevistados.
E, para a maior parte dos pesquisados é responsabilidade do estado fazer com que esses objetivos sejam cumpridos. O governo federal foi citado como responsável por 51% dos entrevistados, os governos estaduais por 46% e as prefeituras por 33%. Em seguida, empatadas, foram citadas a iniciativa privada e as instituições acadêmicas, ambas citadas por 14% dos entrevistados. Somente 4% dos entrevistados respondeu que a maior responsabilidade pela implementação dos ODS seria da própria população.
— Queremos reverter no futuro essa questão de baixa participação. O futuro é de todos, então, as pessoas precisam se apropriar dele e se envolver nessa construção. O voluntariado ainda é pouco praticado no Brasil. Uma pessoa formada em faculdade pode dar aula em escolas públicas gratuitamente, pode ser mentor. O brasileiro é bastante solidário mas faz pouca atividade voluntária — avaliou o co presidente do grupo Assessor do Sistema ONU no Brasil sobre a Agenda 2030.
A pesquisa captou, ainda, que quase metade das pessoas desconheciam os objetivos (49%), enquanto 51% já tinha ouvido falar ou tinha algum ou bastante conhecimento sobre o assunto (51%).
— É aquela coisa de enxergar ou o copo meio cheio ou meio vazio. Nós vemos o copo meio cheio, pois os objetivos só têm dois anos. Pensamos até que seria maior a porcentagem de pessoas que desconheciam os ODS — completou Machado Filho.
Fonte: O Globo 

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