terça-feira, 25 de julho de 2017

Porque as pessoas deixam os seus empregos em grandes empresas de tecnologia?

Por Renato Serra, Social Media da Grupom Consultoria e Pesquisas.

A resposta está em um recente estudo do Kapor Center for Social Impact, realizado com a Harris Poll, que teve como objetivo investigar as diferentes experiências de ex-funcionários de empresas do setor de tecnologia nos EUA, notadamente aquelas localizadas no Vale da Tecnologia. O estudo indicou que o outrora sonho de 10 entre 10 profissionais de tecnologia de trabalhar em empresas como Google, Facebook, Apple, entre outras, revela hoje conflitos, reclamações e decepções.
Hoje tal unanimidade não existe, apesar de muitos profissionais ainda desejarem entrar nesse mundo de escritórios com salas de jogos e comida grátis. Outros profissionais, que alcançaram este sonho escolheram abandonar o Vale. O motivo mais comum para esta decisão é o sentimento comum de receberem um tratamento injusto.

Os motivos mais comuns para os profissionais de todos os perfis deixarem os seus empregos foram: Tratamento injusto (37%), que apareceu na frente da busca por uma vaga melhor (35%), da insatisfação com o ambiente de trabalho (25%) ou com as obrigações do cargo (22%), e de ser recrutado por outra empresa (19%). Ele também aparece como fator que contribui para a decisão mesmo no caso daqueles que tinham outros motivos principais. Dois terços dos profissionais indicam que teriam ficado na empresa se ela tomasse medidas para melhorar sua cultura.

Para o estudo, foram entrevistados dois mil profissionais que pediram demissão de empresas do setor de tecnologia ou de empregos da área em companhias de outros setores nos EUA, ao longo dos últimos três anos.

Para agravar ainda mais o quadro de insatisfação, uma em cada dez mulheres sofreu assédio sexual no emprego mais recente, e os casos de assédio aconteceram com mais frequência no setor de tecnologia do que entre funcionários de empresas de outros setores.
Foi identificado pelo estudo que em organizações com iniciativas de diversidade, menos profissionais reportaram comportamentos prejudiciais como razão para a saída. Isso só aconteceu, no entanto, em companhias com uma estratégia ampla e profunda, e não apenas medidas pontuais.
Fato é que em um cenário empresarial cada vez mais competitivo, possuir recursos materiais, bens financeiros e muitas inovações tecnológicas pode não ser a garantia para que grandes empresas consigam manter em seus quadros profissionais mais qualificados. É nítido que as pessoas sonham mais e buscam, hoje em dia, trabalhar em empresas nas quais as qualidades referentes ao trabalho de um colaborador, bem como suas habilidades e experiências pessoais, não podem ser substituídas ou supridas por bens materiais.

No final das contas, vale uma reflexão feita pelo empresário Abílio Diniz com relação ao conceito de “Empresas “Humanas”, que diz: “Não dá pra ter uma empresa de alta performance se não for uma empresa que tenha gente comprometida com gente e trabalhando para gente. Se não for uma empresa humana, que tenha alma e coração, não vai ser uma empresa de alta performance”. E acrescento: Também não será uma empresa moderna e com um quadro de colaboradores plenamente satisfeitos.


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