sexta-feira, 10 de maio de 2019

O Fim da Idade Média e o início da Idade Mídia.

Walter Longo exemplifica como a nova era de conexão traz a necessidade de personalizar as ações e a abordagem respeitando a individualidade das pessoas.

Embora caminhe para uma grande transformação, a comunicação ainda não saiu da era da Idade Média. A conclusão é de Walter Longo, profissional com décadas de experiência no mercado publicitário e que, atualmente, conduz os negócios da BBL Games. A presença de resquícios de uma época tão distante ainda se faz presente, segundo longo, pelo fato de a indústria da comunicação usar a média como parâmetro para a estrutura da sociedade das relações entre pessoas.
“Por muitos anos, tudo o que fazíamos era orientado pela média da população. Toda nossa cultura foi implementada em cima do mediano. Sempre fomos grupos e nunca indivíduos. Nas salas de aula, por exemplo, há alunos que não conseguem absorver aquele conteúdo, porque a explicação é muito rápida, enquanto outros se entediam pelo fato de captarem o raciocínio com muita rapidez. Mas os professores continuam ensinando para a média”, exemplificou o executivo, que comandou o painel “O Fim da Idade Média e o início da Idade Mídia”, no segundo dia do ProXXIma 2019.
Na visão de Longo, todas as relações humanas, sociais e também mercadológicas começam a se transformar a partir do momento em que as pessoas consideram a individualidade e particularidades de cada indivíduo, saindo, assim, do parâmetro da média para ingressar no da “mídia”, no qual as ações e mensagens devem ser direcionadas e moldadas para cada um.
O profissional aponta como marco da Idade Mídia o lançamento do iPhone, feito pela Apple em 2007. Além do poder da conexão individualizada, o smartphone trouxa às pessoas o conceito das máquinas que vão aprimorando suas funcionalidades e, cada vez mais, ganham novas inteligências, ferramentas e serviços. “A visão de que o imutável pode ser alterado, ampliado e individualizado alteração a relação homem-máquina. Embora os smartphones cumpram as mesmas funções, nenhum aparelho é igual ao outro, pois nós temos aplicativos e serviços que são adequados a cada um de nós”, pontuou.
A evolução do big data e da inteligência artificial serão responsáveis por fazer a transição completa da humanidade e nos negócios para a era da Idade Mídia, na opinião de Walter Longo. E que impacto isso terá na indústria de publicidade e comunicação? “Teremos de mudar completamente nosso modelo de negócios. Criar coisas para a média das pessoas será a mesma coisa de criar para ninguém. Temos que falar com as pessoas de maneira individualizada. Já passou o tempo de nos adaptarmos ao mundo. É o mundo que te de se adaptar a cada um”, definiu.

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