terça-feira, 31 de outubro de 2017

Gartner: segredo para o digital é analógico.

O segredo para o sucesso da transformação digital não é digital, mas sim analógico, ou seja, está nas próprias pessoas. Esta é uma das principais mensagens do Gartner em seu evento Symposium/ITxpo, realizado nesta semana, em São Paulo.
“A transformação digital não é de tecnologia e nem uma transformação da área de TI. É uma transformação da organização como um todo e ela começa com a mudança na cabeça das pessoas. Esse é o ponto principal”, comentou Cassio Dreyfuss, VP do Gartner, durante conversa com jornalistas.
Para Dreyfuss, se uma empresa não transformar a mente de toda a organização, não chegará a lugar nenhum com a transformação digital. Mas qual o caminho para essa revolução e como o CIO pode ser essencial nesse processo?
Dreyfuss defende a tese de que o CIO deve criar uma cultura de “destreza digital”. O especialista afirma que o termo não significa conhecimento de ferramentas ou linguagens de programação, mas simplesmente tirar partido das tecnologias para executar suas atividades, sejam na vida pessoal ou profissional. “Se eu sei usar ferramentas digitais em todas minhas atividades, isso significa ter destreza digital”, define.
“Transformação digital exige que se desenvolva cultura digital em toda a organização para criar a cultura da transformação digital. A ideia de destreza faz com que as pessoas das organizações se sintam à vontade para usar tecnologias.”

Orquestração

Além da chamada “destreza digital”, Dreyfuss acredita que o CIO deve desempenhar outro papel essencial no processo de transformação digital: não o de liderar, como muitos acreditam, mas sim orquestrar o processo. “Ao propor uma questão, uma oportunidade, o CIO visualiza como atacar aquela oportunidade, desenvolver plano de trabalho e trazer vários recursos juntos. Essa é a habilidade que esperemos dos líderes de TI”, conclui.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

7 empresas (gigantes) que morreram nos últimos anos por não inovar.

Inovação é o que mantém as empresas vivas. Não há como negar mais isso. Se a sua empresa não inova, muito provavelmente outra companhia virá e tomará seu lugar. E o pior: isso também afeta empresas que já foram grandes inovadoras em seus dias.
Para continuar inovando, empresas podem tomar dois caminhos: conversar com startups ou criar programas de R&D (pesquisa e desenvolvimento) dentro de suas casas. 
Conheça 7 empresas gigantes que faliram nos últimos anos:

Blockbuster

Esse é um dos casos mais famosos das últimas décadas. Quem não tem memórias de ir até uma “locadora” para alugar alguns filmes? Bom. Essa era já morreu e levou a maior franquia desse segmento junto com ela. A Blockbuster era uma companhia gigante e com uma grande clientela fiel. E mesmo assim, morreu em pouquíssimos anos, quase de maneira surreal.
As pessoas deixaram de alugar DVDs para assistir através de serviço de streaming em demanda, como Netflix e o Net Now. Para piorar: a companhia pode comprar a Netflix em 2000 e não comprou. Tudo bem, na época a Netflix era só um serviço de DELIVERY de DVD. A empresa faliu em 2013, depois de patinar por anos. É ainda mais doloroso saber que ela teve a faca e o queijo na mão, mas tomou as decisões erradas.

Kodak

Outra história famosíssima de marca super popular, reconhecida, praticamente sinônimo de seu setor e que faliu por falta de inovação. Na década de 1970, a Kodak chegou a ser dona de 80% da venda das câmeras e de 90% de filmes fotográficos. E na mesma década, ela mesmo inventou o que ia falir a empresa: a câmera digital. E surpreendentemente, ela ainda foi quase líder neste mercado.
Só que, prevendo que câmera digital iria prejudicar a venda de filmes, eles engavetaram a tecnologia. Duas décadas depois, as câmeras digitais apareceram com força e quebraram a Kodak. Ela até tentou sobreviver, lançou câmeras digitais, mas seu nome não era mais sinônimo de fotografia. Faliu em 2012 e acabou com uma marca famosíssima, que, embora esteja de volta nos dias de hoje, não é mais a mesma.

Yahoo!

Em 2005 o Yahoo! era o maior portal de internet do mundo e chegou a valer US$ 125 bilhões. Pouco mais de 10 anos depois, a companhia acaba de ser vendida por um preço modestíssimo para a Verizon, apenas por US$ 4,8 bilhões. Uma fração dos US$ 44,6 bilhões oferecidos pela Microsoft em 2008, quando a empresa já estava em crise. Tudo isso para sacramentar a morte da empresa como companhia independente.
O que deu errado? O posicionamento da companhia e a falta de inovação. Ela poderia ser o maior portal de pesquisa da internet, mas decidiram ser um portal de mídia. Foi por isso que não compraram o Google e não conseguiram comprar o Facebook. Aliás, a primeira oportunidade de comprar o Google foi por US$ 1 milhão, quando a atual empresa mais valiosa do mundo era só uma startup.

Xerox

Se as outras histórias são mais famosas, essa é a mais espetacular na minha opinião. Ela não faliu (eu menti para você no título da matéria, desculpa!), mas vale muito menos do que duas décadas atrás, mesmo sendo uma das companhias que ajudaram a criar várias tecnologias que usamos atualmente – com um dos times mais inovadores de toda a história. E seu nome, que é sinônimo no Brasil de cópia, hoje é muito menos relevante.
O PARC (Palo Alto Research Center) da Xerox tinha objetivo de criar novas tecnologias inovadoras. E conseguiram: computadores, impressão à laser, Ethernet, peer-to-peer, desktop, interfaces gráficas, mouse e muito mais. Steve Jobs só criou a interface gráfica de seus computadores após uma visita ao centro da Xerox, no coração do Vale do Silício. E ele não foi o único a “copiar” uma tecnologia deles com o intuito de lucrar. Muitos outros o fizeram e ganharam bastante dinheiro com as tecnologias desenvolvidas pela Xerox.
Contudo, um player do mercado pouco aproveitou das tecnologias desenvolvidas pela companhia: a própria Xerox. Isso é uma prova de que não adianta ter um time de inovação dentro da sua empresa criando coisas sensacionais. Inovação também é gestão. Não adianta ter os melhores inovadores na companhia se seus gerentes não conseguem implementar essas inovações para o mercado – uma regra de ouro para Larry Page.

MySpace

A primeira grande rede social dos Estados Unidos, que teve o mesmo destino do Orkut. O MySpace começou a ganhar fôlego e tração baseada na ideia de que as pessoas queriam se conectar com outras ao redor do mundo, dividir fotos e outras mídias. Parecia bacana, mas a plataforma estagnou.
Pouco tempo depois, o Facebook surgiu do nada e tomou o espaço do MySpace facilmente, criando inúmeras novas funcionalidades. O Facebook se tornou muito popular em pouco tempo e roubou todo o espaço que o MySpace tinha. Foi vendido para um grupo gigante e depois sumiu. Seu irmão mais novo vale mais de US$ 400 bilhões e é uma das empresas mais promissoras do mundo.

Atari

Outra empresa do Vale do Silício que foi engolida pelos competidores por produzir produtos de qualidade questionáveis (alguém se lembra do jogo do ET?). Não bastou criar um mercado gigante de videogames praticamente sozinha, inovando com o Pong ou com o Atari 2600.
A companhia superaqueceu o mercado de videogames no início da década de 1980 e chegou a ter que enterrar milhares de fitas não vendidas e assumir o prejuízo. Quando o mercado se recuperou, outras empresas mais inovadoras haviam tomado a liderança, como a Nintendo. A Atari até tentou entrar novamente no mercado, mas nunca mais teve sucesso. Faliu, ressuscitou, faliu de novo e atual fase da empresa foi vendida em 2008 apenas para manter a valiosa marca viva.

Blackberry

Mais uma grande empresa que faliu recentemente e que você vai lembrar do que ocorreu. A real inventora do smartphone foi a RIM no começo dos anos 2000. A companhia chegou a ter mais de 50% do mercado de celulares nos Estados Unidos, em 2007. Contudo, naquele mesmo ano, começou a sua derrocada.
O primeiro iPhone foi lançado no dia 29 de junho de 2007. A Blackberry ignorou as tecnologias que o iPhone estava trazendo, como o touch-screen e julgou que a empresa nunca seria capaz de se tornar o standard corporativo por não conseguir lidar com a segurança a nível de e-mail empresarial.
Mas a Apple dominou o mercado de consumidores pessoas-físicas e promoveu o BYOD (Bring Your Own Device, traga seu próprio aparelho) dentro das empresas. Com isso, o mercado foi redefinido e a Blackberry perdeu quase todo seu marketshare. A empresa faliu (o que foi muito bom para o ecossistema de startups de Toronto) e atualmente tenta se redefinir lentamente, com aparelhos que usam o sistema operacional Android.
Por Felipe Moreno, editor-chefe do StartSe e fundador da startup Middi.
Fonte: StartSe

Perfis com até 20k seguidores são os maiores produtores de conteúdo

YouTube foi o que mais cresceu e que o Stories, do Instagram, impactou o uso da mídia

por PROPMARK          publicado em 27 de outubro, 2017
Os perfis nas redes sociais com base de até 20 mil seguidores são os que mais geram conteúdo na internet, sendo responsáveis por 66% do total. Esse dado foi colhido pela Airstrip Group, empresa de mineração de dados provenientes das redes sociais, que realizou um estudo a partir da base de mais de um 1,1 milhão de perfis monitorados. O objetivo foi explicar como posts contribuem para o marketing de influência.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

É absolutamente essencial investir em talentos digitais

Por Cezar Taurion 

Você acorda, pega seu smartphone, olha as últimas notícias, vê as fofocas no Facebook,  faz o check-in do seu vôo, reserva aquela casa de praia no Airbnb para sua viagem no próximo feriado, checa o saldo e faz a transferência eletrônica, busca um restaurante para seu compromisso de almoço, faz a barba ouvindo músicas no Spotify, e solicita o Uber ou Cabify para pegá-lo em sua casa. O  motorista (daqui a pouco serão veículos autônomos), vai segue seu caminho através do Waze. Tudo isso usando seu computador de bolso, criado em 2007. Apenas há dez anos! E pensar que há uns cinco ou seis anos atrás era impossível pensarmos nisso tudo. 
O que parecia impossível poucos anos atrás é realidade hoje. E o que parece impossível hoje, será realidade em cinco anos, ou menos, à frente. Tudo está se movendo mais e mais rápido.
Este cenário mostra que está claro e cada vez mais premente a necessidade de as empresas começarem a transformação dos seus negócios, pressionadas pela velocidade das mudanças promovidas pela revolução digital. Muitos executivos com os quais converso demonstram claramente saber que, ao longo dos anos, suas empresas acabaram se acomodando, fazendo o que sempre fizeram, com apenas algumas melhorias incrementais. Sabem também que se mantiverem-se aferrados a esse ritmo de mudanças graduais, suas organizações se tornarão irrelevantes com o passar do tempo. Entendem que é a própria sobrevivência do negócio que está em jogo e que a revolução digital permite mudanças revolucionárias e não apenas evolucionárias.
Apostar continuamente no futuro passa a ser a regra do jogo. Não por acaso, artigos como “Why Half of the S&P 500 Companies Will Be Replaced in the Next Decade” mostram que mesmo empresas sólidas, como eram Blockbuster, Nokia, Kodak, HP, Blackberry, Toys’R’Us e outras, perderam sua relevância. Em 1965, o tempo médio de permanência (ou vida) das empresas na lista S&P 500 era de 33 anos. Em 1990, já havia caído para 20 anos. E agora, a previsão é de que encolha para 14 anos até 2026. E, pior, cerca de 50% da atual lista da S&P 500 será substituída nos próximos 10 anos! Um outro estudo, da CBInsights, mostra que nos últimos 15 anos metade (52%) das empresas da lista S&P 500 já desapareceram (gráfico abaixo).


Esses executivos não estão sozinhos. Uma pesquisa global da MIT Sloan Management Review apontou que 90% dos executivos entrevistados acreditam que suas industrias sofrerão rupturas significativas em poucos anos, mas apenas 44% se disseram preparados para enfrentar tal disrupção.
Um outro estudo corroborou esses resultados. Intitulado “Digital Business Research Index” e realizado pela Dell Technologies ouvindo mais de 4 mil executivos, ele revela que quase metade (45%) das companhias pesquisadas temem que seus negócios se tornem obsoletos dentro dos próximos três a cinco anos. E 78% delas enxergam as startups digitais como ameaça para sua organização. Mais da metade (52%) dos líderes de negócios vivenciaram uma interrupção significativa em seus setores nos últimos três anos, como resultado do advento das tecnologias digitais e da Internet das Coisas, e 48% das empresas globais não sabem como será seu setor daqui a três anos. Apenas uma pequena minoria está perto de concluir sua transformação
Está claro que a evolução exponencial da tecnologia já está afetando de forma dramática o cenário competitivo. Em termos econômicos, quando as curvas de custo dos fatores primários de produção de uma indústria entram em declínio, as mudanças passam a ser inevitáveis. Hoje, indiscutivelmente, três fatores essenciais de produção se tornaram muito mais baratos e continuarão a baratear: informação, conectividade e poder computacional. Toda e qualquer indústria é afetada por esses fatores.  Seja nas indústrias como a automotiva, com os veículos autônomos reinventando a própria indústria, seja nos setores de serviços como hoteleiro, financeiro ou seguros. 
As empresas da era pré-Internet, típicas do modelo da sociedade industrial, construíram seus negócios baseados no conceito da escassez de informações, recursos de produção e distribuição, e alcance de mercado. As empresas pós-Internet foram construídas sob outro paradigma, onde os três fatores essenciais acima são abundantes e, com isso,  geraram efeitos perturbadores no status quo do mercado. Um Airbnb não precisa de prédios, escassos e caros de construir, para hospedar pessoas. É um negócio construído sob outra ótica, onde a abundância dos fatores como capacidade computacional e informações, permite ter um modelo de negócios em plataforma, agregando quem quer alugar um espaço com quem quer se hospedar.
A transformação digital provoca mudanças em todos os setores. Em julho de 2016, uma empresa tradicional, da chamada economia pré-Internet, a Unilever, comprou por um bilhão de dólares uma startup chamada Dollar Shave Club, fundada em 2011. Essa startup com menos de quatro anos de vida conquistou 5% de participação do mercado americano de lâminas de barbear. Com um modelo digital de venda direta por assinatura, no qual o cliente paga um pequeno valor mensal para receber um pacote de produtos, ela conseguiu alcançar 3,2 milhões de assinantes e um faturamento de mais de 150 milhões de dólares. Sem fazer nenhum investimento em propagandas nas mídias tradicionais como televisão. 
De quem ela roubou essa fatia de mercado? Da gigantesca Procter & Gamble, dona da marca Gillete e com mais de 180 anos de vida. A P&G, mesmo com seus investimentos bilionários em P&D não conseguiu ter velocidade suficiente para competir no mundo digital, onde as regras do jogo são diferentes. A estratégia da Unilever pode ser analisada em “Seven Reasons why Unilever bought Dollar Shave Club”.
Porque essas coisas acontecem? Por que as empresas tradicionais ainda olham o mundo digital como apoio ao seu negócio e não como um fator essencial de produção. Clayton Christensen, autor de “Innovator´s Dilemma”, disse uma frase emblemática, que sintetiza muito bem o contexto: “The worst place to develop a new business model is from within your existing business model”.
O cenário é desafiador e se preparar para um futuro digital não é fácil. Saber que a disrupção está batendo à porta é uma coisa. A dificuldade está em como enfrentá-la. Com que velocidade devo transformar meu negócio? Qual será a amplitude desta disrupção e como criar valor tangível com a digitalização da organização?
Algumas empresas estão conseguindo fazer as mudanças. Um estudo do MIT Sloan, “Aligning the Organization for Its Digital Future” mostra alguns caminhos. As transformações que estão dando certo se baseiam em alguns pilares:
a) Criar uma cultura digital é um esforço intencional e não obra do acaso. Uma cultura digital não se cria apenas com slogans de “somos digitais”, e ao mesmo tempo continuar a manter os processos e as estruturas organizacionais da sociedade analógica. É um esforço de mudança de conceitos que precisa do comprometimento do CEO e dos demais executivos. Deixar a transformação digital por conta de um CIO, sozinho, em sua área de TI, como vejo acontecer em algumas empresas, simplesmente não vai dar certo. Ele não conseguirá mudar a cultura corporativa. Entenda: A urgência da cultura digital para o varejo, explicada pela TOTVS Patrocinado 
b) Todos os executivos precisam navegar bem no mundo digital.Impossível um CEO se comprometer com algo que não tenha um razoável domínio. Isso não significa, em absoluto, que ele vá escrever código de programas, mas que será usuário entusiasmado de tecnologias. Os executivos e as lideranças no mundo digital devem ter skill de tecnologia (novamente, não precisam ser nerds!), mas fundamentalmente ter visão transformadora, ser visionário (forward thinker) e espírito de colaboração e liderança. Apenas o fato de um executivo ter excedido suas metas de vendas nos últimos quartis não é mais a qualificação prioritária para assumir uma liderança no mundo digital.
c) É absolutamente essencial investir em talentos digitais. O ambiente de trabalho hoje é totalmente diferente daquele do século 20. Os custos de experimentação e eventuais fracassos, devido aos fatores citados no início do post, são bem mais baixos do que antigamente. Um protótipo pode ser rapidamente feito em uma impressora 3D ou um novo e complexo código de sistemas pode ser feito em poucos dias. Uma mudança fundamental no algoritmo do AdWords do Google foi feito por cinco engenheiros de software em um fim de semana.
Na prática, o que isso significa? Na nova economia, ser rápido implica que projetos muito grandes, com timelines e budgets fixos, como as antigas implementações de ERP, não têm mais lugar em um cenário de negócios altamente volátil, incerto, complexo a ambíguo. As empresas têm que tomar decisões e fazer as coisas muito mais rápido que estão acostumadas.
Hoje, em muitas empresas, a estrutura de desenvolvimento de produtos, seja software ou físico (que cada vez mais embutem software) é baseada em fases e etapas bem delimitadas, regidas por revisões executivas que sobem lentamente pela estrutura hierárquica da empresa. Esta abordagem tem como objetivo conservar recursos e canalizar a informação das diversas áreas da empresa para um pequeno grupo de tomadores de decisão, encastelados no topo da hierarquia, que detém as informações. Isso fazia sentido no paradigma da escassez, quando as informações não circulavam e era importante minimizar ao máximo os riscos. É uma abordagem que desacelera o processo e inibe a inovação. Totalmente contrário ao mindset digital, onde inovação tem que ser rapidamente apresentada, discutida e se aprovada, implementada. A organização e os processos tradicionais agem contra a transformação digital pois foram concebidos sob outro paradigma. 
Vemos esse fenômeno na prática quando analisamos os grandes bancos na sua tentativa de acompanhar as inovações das fintechs (startups do setor financeiro), importando produtos, serviços e a forma de comunicação dessas empresas para dentro de suas operações. Mas com as amarras da organização e estrutura bancária tradicional, as grandes instituições ainda tropeçam na velocidade das mudanças. O CEO do banco americano JP Morgan foi direto na ferida quando disse :"Silicon Valley is coming. There are hundreds of startups with a lot of brains and money working on various alternatives to traditional banking".
Sim, o desafio de hoje é que os concorrentes vêm de qualquer lugar. A Starbucks é um dos líderes, nos EUA, em mobile payment! Seu app Mobile Order & Pay já é responsável por 20% dos pedidos da rede. Este instigante artigo - “The banks of Google, Facebook and Amazon” - mostra como tecnologias como blockchain estão forçando os bancos a repensar o negócio. Aqueles que continuarem pensando ser os eternos “reis do pedaço” podem se dar mal...
Estamos na segunda década do século 21 e já está bem claro que a transformação digital não é mais uma questão de oportunidade ou escolha, mas imperativa. Quanto mais tempo a empresa demorar para fazer sua transformação, mais irrelevante e marginalizada ficará. Embora ainda vejamos executivos acharem que, como seus produtos existem basicamente no mundo físico, não serão afetados pela transformação digital e com isso permaneçam relaxados. Infelizmente, é uma atitude errada. Qualquer empresa hoje pode e deve usar as tecnologias digitais não apenas para dar mais inteligência aos seus produtos, mas também para criar novas ofertas de serviços e engajamento com seus clientes. O mundo mudou. O cliente de hoje tem uma infinidade de opções e abundância de informações.
O futuro pertence a empresas que se moverem rápido e inovarem continuamente. A conceituada publicação Fortune reconheceu isso em um estudo, junto com o Boston Consulting Group, e publicou a lista das Future 50 - as 50 empresas que provavelmente já são ou serão as líderes do mercado nos próximos anos. Nela vocês verão nomes como Amazon, Tesla, Facebook, Netflix, Alphabet, Workday, Salesforce, Yelp, Lending Club...algumas poucas empresas de 20 anos e a maioria menos de dez anos!
Uma frase de Jeff Bezos é emblemática desse novo mundo: “In the old world, you devoted 30% of your time to building a great service and 70% of your time to shouting about it. In the new world, that inverts. A questão não é se os executivos das empresas vão aceitar ou não as mudanças provocadas pela transformação digital. Não são eles que as impedirão de acontecerem. O mundo já mudou.

Fonte: CIO

    quinta-feira, 26 de outubro de 2017

    Inteligência de mercado: tem oportunidade aí para pequenas e médias empresas

    Com a grande quantidade de informações disponíveis, a inteligência de mercado se tornou acessível, também, para as PMEs. Saiba como esse recurso pode potencializar o seu negócio.

    Em tempos de alta competitividade entre as empresas, vai se destacar no mercado o empreendedor que antecipar tendências ou detectar oportunidades de melhorar a experiência de seus clientes. Dentro dessas opções, a inteligência de mercado, que é capacidade de cruzar dados e transformá-los em informação, é absolutamente fundamental para uma empresa.

    Em outras palavras, inteligência de mercado, ou business intelligence, significa transformar dados brutos (sobre mercados, concorrentes e comportamento de consumo, por exemplo) em informação relevante, insights, para as empresas.
    O grande desafio de um trabalho nessa área é detectar as tendências e associá-las aos objetivos dos clientes para conseguir promover a marca, seus produtos e serviços.

    Big Data expande as fronteiras e possibilidades da inteligência de mercado
    Bom, se você leu o artigo Tudo o que você precisa saber sobre a internet das coisas já percebeu que estamos vivendo uma grande mudança na forma como fazemos tudo. E, relacionando o tema com a inteligência de mercado, uma das grandes mudanças trazidas pela internet das coisas é, justamente, o enorme volume de dados disponibilizados.

    Big Data é o nome dado para a enorme quantidade de dados produzidos e armazenados na internet. Para se ter uma ideia, atualmente são gerados mais dados em um único dia do que em todo o ano 2000.

    Bom, isso parece um prato cheio para esse universo, certo? Imaginem a quantidade de informações sobre usuários, padrões de consumo, hábitos e preferências que podem ser obtidas a partir de uma análise desses dados. Pois é. Mas o dado bruto pelo dado não diz nada. A análise feita a partir dele que é relevante.

    Então, se de um lado o big data traz uma enorme oportunidade para um trabalho bem feito de inteligência de mercado, por outro ele aumenta muito a complexidade de análise desses dados.

    “É preciso saber fazer as perguntas certas diante dessa montanha de informações”, sugere o físico alemão Andreas Weigend, uma das maiores autoridades mundiais na área.
    Nesta entrevista concedida à revista Exame, o cientista alerta para o fato de que muitas empresas ainda não descobriram como o big data pode ser usado para uma inteligência de mercado. Em outras palavras, as empresas não sabem como trabalhar seus dados. Para ele, o big data pode, sim, se transformar em um tomador de decisões.

    Como a inteligência de mercado pode usar técnicas de big data para potencializar negócios?
    Essa é uma pergunta cuja resposta varia de empresa para empresa. E não importa o tamanho da sua empresa. Quanto mais informações você coletar sobre seus clientes, melhor poderá diferenciar o atendimento.

    Por exemplo, uma pequena locadora de bairro: se ela tiver um histórico das preferências de filme de cada cliente, quando receber novos títulos, poderá entrar em contato com aqueles clientes que possivelmente gostariam dos mesmos.

    Para cada cenário, há diferentes possibilidades. A British Airways criou um programa de fidelidade bastante interessante: por meio de um aplicativo, a tripulação consegue identificar passageiros que tenham passado por algum tipo de inconveniente em seus vôos de ida (atrasos, por exemplo) e oferecer à eles algum tipo de agrado no seu vôo de volta.
    O programa nasceu nos laboratórios de computação da empresa, por meio de análises de dados, passou pelo marketing e chegou à ponta, envolvendo a tripulação da empresa. Esse é um bom exemplo para criar ações de marketing mais estratégicas para a empresa.

    A Amazon, então, usa os dados coletados sobre cada cliente para tentar ajudá-lo de verdade em seu processo de compra. Assim, se um cliente está prestes a comprar um livro que ele já adquiriu, o sistema faz um alerta e pergunta se ele realmente quer comprar o título repetido. Esse tipo de ação só é possível quando se armazena e analisa dados. Mais uma vez: dados e estratégias associadas promovendo ações de marketing que diferenciam a empresa.

    Nesta matéria da PEGN, Nir Kshetri, doutor em administração de empresas e especialista em computação na nuvem destaca quais são os usos de big data nas franquias.

    Confira dicas para PMEs usarem o big data em seus negócios

    Há soluções de TI que transformam qualquer um em um grande analista de dados. O que não falta no mercado são ferramentas e softwares de inteligência de mercado. Inclusive, esse é um setor que está muito em alta.  Atualmente, há diversas startups ofertando soluções nessa direção. Aqui, você conhece algumas delas.
    Então, você não precisa ser um gênio da análise de dados, ou montar um departamento de TI na sua empresa, para investir nesse campo. Os avanços na capacidade do software de inteligência empresarial fizeram uma grande diferença. Busque uma solução que tenha funções analíticas e práticas recomendadas incorporadas para que você possa gastar seu tempo examinando os dados que realmente importam.

    É necessário velocidade para acompanhar o grande volume de dados. Até certo momento, o trabalho desse segmento era muito demorado e caro. E por causa disso ficava restrito a grandes corporações. Era preciso gerar relatórios complexos e uma boa análise poderia demorar até meses para ficar pronta. A boa notícia é que o mundo mudou e essa realidade também. A má notícia é que o mercado também cobra do empreendedor mais velocidade na tomada de decisões, portanto é necessário mais velocidade nesse processo de análise de dados.

    Adote uma abordagem visual. O nosso cérebro é visual. Então, a visualização é uma das melhores maneiras de examinar e entender dados, principalmente ao apresentá-los a clientes e investidores. Aposte em soluções que te ajudem nesse campo.

    Não se esqueça: todas as informações podem virar indicadores para aprimorar os resultados de uma empresa, então, não deixe de usar a inteligência de mercado para se destacar cada vez mais.

    Fonte: Endeavor

    quarta-feira, 25 de outubro de 2017

    Confiança é a nova energia solar.

    O verdadeiro diferencial de uma marca será a confiança que o consumidor deposita em sua empresa para entregar informações pessoais.


    Cada vez mais as organizações estão baseando suas decisões em dados, fruto da combinação entre a adoção crescente das tecnologias digitais por parte dos consumidores e o custo decrescente do armazenamento e processamento das informações. Mas qual a probabilidade de uma parcela expressiva do dinheiro que sua empresa está investindo na coleta e análise de dados para publicidade e relacionamento com o consumidor virar pó nos próximos anos?


    Se você não está prestando atenção na construção da confiança da sua marca, eu diria que esta probabilidade é bem alta. Diversas pesquisas indicam uma desconfiança crescente dos consumidores em relação à publicidade e às empresas, e um crescimento da preocupação com o uso e privacidade de dados individuais. Essa é uma tendência que deve aumentar com o uso disseminado de algoritmos e sistemas de inteligência artificial (“bots” de atendimento, por exemplo). Além do Trust Barometer, da Edelman, que apontou um dos maiores declínios na confiança dos consumidores nas empresas nos últimos dez anos (www.edelman.com/ trust2017), outros estudos apresentam dados preocupantes para a publicidade digital, como o fato de que 28% dos cidadãos americanos afirmam usar a internet de forma a evitar serem observados por anunciantes, percentual inferior somente aos 33% que evitam hackers ou criminosos e muito acima dos 19% que se preocupam com “pessoas do seu passado” (http://pewrsr.ch/2j6Yf6D).


    Especificamente no caso brasileiro, a GfK fez uma pesquisa em 17 países sobre a disposição dos internautas em entregar dados pessoais em troca de diversos tipos de benefícios ou recompensas. Ficamos atrás somente da Alemanha e França em termos de rejeição deste tipo de prática (34% contra 40% e 37%, respectivamente). O mais curioso é que os maiores índices de rejeição estão entre os mais velhos (o que seria de se esperar), mas também entre os mais novos. Enquanto a rejeição é de 41% entre as pessoas acima de 50 anos, ela atinge 39% entre os jovens de 15 a 19 anos (http://bit.ly/2zyZGPC).


    A explosão no uso de mecanismos de anonimato na internet (dos quais os ad-blockers são uma variante) explica em parte também o maior rigor com que alguns órgãos reguladores estão examinando o tema. No momento, vemos uma “colisão” entre duas concepções de privacidade e uso comercial de dados pessoais, a norte-americana e a europeia. Independentemente de qual visão vier a ser hegemônica, existe um risco razoável de que uma parcela significativa dos seus consumidores de maior renda/escolaridade na próxima década não queira compartilhar dados com sua empresa, e que tenham apoio legal para fazer isso (meu palpite é que depois dos problemas com fake news e vazamentos de dados cada vez mais frequentes a concepção europeia deve ser adotada em mais países, inclusive no Brasil).


    Se este é o cenário atual, o que pode acontecer na medida em que seus negócios vão depender cada vez mais da interação entre pessoas, sistemas e máquinas (por exemplo, as recomendações dos assistentes pessoais do tipo Siri ou Alexa)?


    A construção da confiança é algo já bem estudado pela sociologia. Os vários modelos sempre destacam uma relação que se inicia por um contato entre as partes mediado por algum tipo de instituição social (o mercado ou a amizade), religiosa, estatal ou midiática. E que demanda certo investimento de tempo para avaliar a capacidade de outra parte em agir em meu nome, sua competência em fazer isso de uma forma continuada e atuar em diferentes contextos. Fazemos isto instintivamente em relação a pessoas (nem sempre acertamos, é claro…), marcas e relações profissionais. Entretanto, para o meio online, este é um processo recente, que exige rapidez e está em constante mutação. Ainda não está claro em que medida algoritmos ou sistemas de inteligência artificial (como os bots de atendimento, por exemplo) vão influenciar estes mecanismos seculares.


    O que sabemos é que no momento vivemos um déficit de confiança no mundo digital que pode se tornar tão sério quanto o déficit de atenção que vitimou os veículos da mídia clássica, objeto de discussão em um painel no MaxiMídia, no início do mês (http://bit.ly/2yyxa2K).


    Isso explica em parte o “boom” dos chamados influenciadores digitais. Na verdade, ainda não existe uma demonstração clara de causa-efeito entre o consumo de conteúdo divulgado por estes influenciadores e a confiança nas marcas. Estamos avaliando este novo “personagem” da comunicação com os instrumentos do sistema de mídia tradicional (audiência). É bem verdade que os milhares de “laços fracos” que eles criam podem sim ter efeito sobre as decisões das pessoas, algo que a sociologia já destacava no início dos anos 1970 (http://stanford. io/1qZLMfI), mas eu particularmente desconfio que em alguns casos os “influenciadores” se beneficiam mais das marcas do que as marcas deles. Ser “escolhido” para divulgar uma marca sinaliza que você tem um “valor monetário”, algo que pode funcionar como um sinalizador da credibilidade dentro das relações sociais e porta de entrada para novos contratos.


    Sabe aquele papinho de “dados são o novo petróleo”? Além de ignorar que a capacidade de refino (ou seja, contextualização) é o que realmente gera valor, essa conversa também esquece que em uma economia na qual todos os players possuem mais ou menos o mesmo nível de acesso aos dados, o verdadeiro diferencial será a confiança que o consumidor deposita em sua empresa para entregar informações pessoais. Claro que se ela ainda não desenvolveu esta capacidade de refino, esse tem de ser o seu foco para estar no jogo na próxima década. Mas, se você quer ir além da sobrevivência, é melhor pensar também em como vai construir a confiança por meio de relacionamentos baseados na tecnologia.


    segunda-feira, 23 de outubro de 2017

    O maior temor dos profissionais de TI é o de uma violação de segurança.

    Apenas 9% temem que a AI possa acabar com seus empregos, segundo a pesquisa "Fatos pouco conhecidos", da SolarWinds.


    Apesar de todo o alarde sobre os perigos que a Inteligência Artificial (AI) e o Machine Learning representam para os profissionais de TI, eles se sentem mais ameaçados por falhas de segurança. O maior medo de 89% dos profissionais de TI entrevistados para o estudo "Fatos pouco conhecidos", da SolarWinds, é o de uma violação de segurança. Apenas 9% temem que a AI possa acabar com seus empregos.
    Com dados levantados em julho de 2017, a pesquisa conduzida pela C. White Consulting ouviu 161 profissionais, gerentes e diretores de TI nos Estados Unidos e Canadá.
    "Este ano, mais um vez com o objetivo de comemorar o Dia dos Profissionais de TI, em 19 de outubro, queremos chamar a atenção não apenas para o aumento da complexidade do data center e das demandas dos usuários finais, ambas gerenciadas pelos profissionais de TI, mas para fatos mais pessoais relacionados a eles", comenta Joseph Kim, vice-presidente executivo e diretor de tecnologia da SolarWinds.
    Entre as descobertas deste ano está o fato de praticamente um terço deles já passar mais tempo se comunicando com sistemas de monitoramento de TI do que com as pessoas mais próximas: 30% afirmam que recebem mais mensagens de texto de seus sistemas de monitoramento por semana (como alertas de sistemas) do que de amigos/familiares/entes queridos.
    A pesquisa revela também que os profissionais de TI trabalham excessivamente: 91% dos profissionais pesquisados fazem horas extras – e, entre eles, 57% o fazem sem remuneração. Mais da metade trabalha pelo menos dez horas extras por mês, e um a cada cinco profissionais de TI trabalha 20 horas extras ou mais por mês. A remuneração da maior parte dos 44% que são compensados pelas horas extras se dá de forma não monetária, como em dias de folga.
    Ainda assim, a maioria (94%) gosta de seu trabalho, e pouco mais da metade ama o que faz.
    Mais de dois terços (65%) de seu tempo gerenciando efetivamente serviços de TI e relacionados à TI. No resto do tempo, eles educam líderes de negócios e usuários finais quanto a TI/tecnologia (18%); consertam equipamentos de escritório que NÃO estão relacionados à TI (9%); e realizam tarefas administrativas NÃO relacionadas à TI (8%).

    imagem2
    (Abra a imagem em uma nova janela para ampliar)
    imagem3
    imagem4
    Pedidos para identificar os três principais usuários que exigem a maior parte do tempo da TI, 43% relacionaram finanças/contabilidade/aquisições como os departamentos com o maior número de problemas tecnológicos que exigem solução por um profissional capacitado, seguidos de vendas e pessoal de desenvolvimento de negócios, com 39%. Marketing e relações públicas são os que exigem menos suporte, com apenas 7%.
    E a maioria gostaria de ajudar mais. Um quarto dos profissionais de TI concorda que, em metade das vezes, os usuários finais que tentam solucionar seus próprios problemas de TI acabam piorando as coisas.
    “Em 2016, descobrimos que a TI está em toda parte, e que os usuários finais estavam expandindo a atuação da área”, acrescenta Kim. “Isso exigiu a adoção de uma mentalidade de ‘atividade contínua’ pelos profissionais de TI. As principais descobertas deste ano destacam a continuidade da tendência, com os profissionais de TI desempenhando suas principais responsabilidades, além de dedicarem tempo para educar usuários finais e líderes de negócios, solucionar problemas para executivos seniores e manter suas organizações seguras contra violações".

    Fonte: CIO

    sexta-feira, 20 de outubro de 2017

    Desconfiança nos políticos aumenta


    A um ano das eleições, os políticos continuam no patamar mais alto de desconfiança entre os brasileiros, segundo levantamento mais recente do Ipsos. De acordo com o estudo, 93% não confiam nos políticos em geral e 90% não confiam no presidente da República. Ao mesmo tempo, as instituições mais confiáveis para os entrevistados são as Forças Armadas (66%) e a Polícia Federal (64%). 
    Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 19, no lançamento de uma publicação do Ipsos intitulada Brasil 2018: Caiu a Máscara. Para o levantamento, foram entrevistados 1,2 mil pessoas, em 72 municípios, entre os dias 1.º e 14 de julho deste ano. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos porcentuais.
    O estudo apontou que 86% dos entrevistados disseram concordar, parcialmente ou totalmente, com a frase: “Os partidos e políticos tradicionais não se preocupam com pessoas como eu”. “Há uma desconfiança generalizada nas instituições em um contexto de crise econômica e vácuo de lideranças”, explicou Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs.
    Ele avaliou que a maioria dos entrevistados considera que os militares e os policiais federais são os personagens que vão resolver os problemas sem grandes rituais. “Em um momento de crise moral no País, são as forças armadas e a polícia que têm esse capital de imagem do ponto de vista de serem instituições intocáveis, mais puras”, afirmou. 
    Líderes da confiança dos brasileiros, as Forças Armadas e a PF, também, representam, para os entrevistados, o “moralismo e conservadorismo”, observou o diretor da Ipsos Public Affairs. “As pessoas as apoiam por isso, porque acham que elas podem corrigir o sistema falido”, afirmou Cersosimo.
    Entre as nove instituições avaliadas, apenas as Forças Armadas e a PF obtiveram índices de confiança maior do que o de desconfiança. Em relação às demais – Polícia Militar, Ministério Público, Supremo Tribunal Federal, Justiça, Congresso, presidente da República e políticos em geral – mais de 50% dos entrevistados disseram não confiar. “A confiança foi sendo perdida por etapas. Primeiro, naqueles que representam, depois na Justiça. O entendimento é de que a Justiça não é para todos, é lenta e não é para o pobre”, disse Cersosimo.
    Intervenção. O diretor ressaltou, contudo, que o alto índice de confiança nas Forças Armadas não necessariamente significa apoio a uma intervenção militar. “Não foi essa a pergunta feita (sobre intervenção). Mas, apesar de não ter números neste momento, acredito que é uma pequena parcela desse total”, disse.
    Ao Estado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, avaliou que os pedidos de intervenção militar surgem a partir da perda de credibilidade da política representativa. “A política tradicional, representativa e democrática, está em declínio, então aumentam as outras expectativas”, disse o ministro. 
    “Intervenção militar para quê? Para resolver o problema da Previdência? Dos juros? O desemprego? E a corrupção? Ela está sendo enfrentada. Você tem empresários na cadeia, ex-ministros, deputado, todos estão tendo de acertar contas com a Justiça”, afirmou Jungmann.
    Revolta. Os brasileiros que vão às urnas no próximo ano escolher presidente da República, governadores de Estado, senadores e deputados federais e estaduais estão de mau humor. Segundo a pesquisa, o eleitor vê com revolta (34%) e preocupação (56%) o futuro do País. 
    A mesma pergunta foi feita em agosto do ano passado, no mês em que o Senado confirmou o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff. À época, os sentimentos que prevaleciam eram os mesmos, mas, enquanto a preocupação continuou estável (à época era de 55%), a revolta aumentou 14 pontos porcentuais.
    Além disso, o otimismo em relação ao futuro caiu de 14% para 6% após o presidente Michel Temer assumir o Palácio do Planalto. Apesar de não ter sido avaliado nesta pesquisa, em um estudo divulgado pelo Ipsos em setembro, o peemedebista tinha 94% de rejeição.
    “Se isso (o sentimento de revolta e preocupação) não arrefecer nos próximos meses, é a tempestade perfeita para um discurso mais reacionário e extremista”, afirmou o diretor da Ipsos Public Affairs.
    Líder forte. Outra conclusão do estudo é de que os brasileiros têm uma “carência” por um líder forte. Entre os entrevistados na pesquisa, 90% disseram concordar, total ou parcialmente, com a seguinte afirmação: “Para consertar o Brasil, precisamos de um líder forte disposto a infringir as regras”.
    Fonte: jornal O Estado de São Paulo

    quinta-feira, 19 de outubro de 2017

    As profecias de Blade Runner sobre Inteligência Artificial irão se realizar?

    Um mundo povoado por androides pode ainda ser apenas ficção científica, mas a Inteligência Artificial está aí em sistemas cada vez mais autônomos e preditivos. Ela já se tornou a nova queridinha do Vale do Silício e tem a(im)plicações que ainda sequer podemos imaginar. Mas afinal, onde ela já está presente e que futuro nos reserva?
    Por *Salomão Filho
    Há décadas Hollywood tem antecipado muitas das tecnologias que saíram dos filmes de ficção científica para incorporar nosso dia a dia. Celulares, wearables, touchscreens, realidade virtual, carros autoguiados, drones, robôs e muitas inovações que protagonizaram grandes sucessos do cinema vêm transformando e inaugurando nos últimos anos uma nova civilização na qual novas formas de inteligência serão dominantes e tão essenciais às nossas vidas quanto é hoje a Internet e todas as inovações que surgiram a partir da sua invenção.
    Em Blade Runner – O Caçador de Andróides, de 1982, o diretor Ridley Scott prevê um mundo em 2019 (daqui a menos de 2 anos, vale lembrar) habitado por humanoides que organizam um motim contra seus criadores. Blade Runnner 2049, dirigido por Denis Villeneuve, estreou há algumas semanas ressuscitando os androides 30 anos depois do primeiro filme com o mesmo roteiro que nos amedronta desde que o termo “Inteligência Artificial” foi cunhado pelo cientista John McCarthy em 1956.
    O mundo poderá ser dominado por robôs? A humanidade corre riscos em desenvolver computadores inteligentes e com autonomia para tomar decisões? Eles irão roubar nossos empregos? Que outros perigos iremos enfrentar?
    O megaempresário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, é um dos influentes que tem demonstrado preocupação, especialmente pela possibilidade dela detonar a terceira guerra mundial. Musk escreveu recentemente no Twitter que a Inteligência Artificial é mais ameaçadora do que o regime da Coreia do Norte. Outros notáveis apoiam Musk, como o professor Stephen Hawking, que também reforça a urgência de criar uma regulamentação para o desenvolvimento de armas autônomas.
    Entre a ficção e a realidade, entre a ameaça e a (r)evolução, a Inteligência Artificial vem colocando ainda mais emoção na batalha entre as grandes empresas do Vale do Silício e de outros países que lideram o desenvolvimento de tecnologias do futuro e algoritmos. Max Tegmark, presidente do Future of Life Institute, acredita que “a inteligência artificial tem o potencial de ajudar a civilização a prosperar como nunca antes”.
    Por que tanto interesse em torno da Inteligência Artificial?
    Bem, basicamente porque, como prevê Richard Jackson, Vice-Presidente da NVIDIA, “ela irá mudar o mundo exatamente como aconteceu com a Internet no final da década de 90”. Na visão dele, a Inteligência Artificial será parte de todas as indústrias, isto é, se tornará a base para o desenvolvimento de novos produtos, serviços, negócios e, acreditem, transformará e impactará nossas vidas muito antes do que possamos imaginar.
    Na verdade, a Inteligência Artificial já está aí e é alvo da disputa de empresas como Google, Amazon, Apple, Microsoft, General Electric, Facebook, Intel, Oracle, Cisco e tantas outras, que se apressam em dominar uma tecnologia que rapidamente está se tornando a plataforma, assim como foi a Web, para o nascimento de startups disruptivas desenvolvedoras de aplicações em áreas tão distintas quanto finanças, transportes, medicina, educação, publicidade e varejo.
    Um mundo povoado por androides pode ainda ser ficção científica, mas a Inteligência Artificial já se tornou a nova queridinha dos fundos e empresas de Venture Capital.
    De acordo com a CB Insights, mais de 650 empresas de IA levantaram cerca de US$ 5 bilhões em investimentos em 2016 contra US$ 589 milhões aportados em 160 startups em 2012. Os Estados Unidos lideram, com 62% das empresas investidas, seguidos pelo Reino Unido (6,5%), Israel (4,3%) e Índia (3,5%).
    Fonte: CB Insights
    Para entender o potencial da Inteligência Artificial e suas inúmeras aplicações vamos dar um passo atrás e olhar para sua definição. A melhor e mais simples: a IA é a criação de sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem a inteligência humana, como funções cognitivas, por exemplo.
    Seu boom nos últimos anos é decorrente do veloz desenvolvimento e associação dos supercomputadores e da computação em nuvem, da capacidade cada vez maior de capturar, analisar e processar dados em alta velocidade, da construção de redes neurais e de um arsenal de softwares que permitem treinar as máquinas.
    Com todos estes rápidos avanços tecnológicos, sistemas ganham habilidade de adquirir conhecimento, raciocinar, solucionar problemas, manipular objetos e muitas outras tarefas que, você pode nem notar, estão sendo incorporadas ao nosso novo jeito de viver em um mundo mais e mais conectado.
    Neste novo universo alicerçado pela Inteligência Artificial estão sendo criados novos hábitos, novas profissões, novas formas de comunicação e consumo, novos negócios e inovações que ainda sequer foram profetizadas.
    Quando faz uma pesquisa no Google, realiza a compra de um produto recomendado pela Amazon, assiste um filme sugerido pela Netflix, pergunta algo ao Siri do seu iPhone ou conversa com um chatbot pelo Messenger; em qualquer uma destas ações você está usando Inteligência Artificial. No campo da Internet das Coisas, ela está sendo empregada no desenvolvimento dos carros autônomos, casas e cidades inteligentes e novos produtos interconectados que irão sair dos laboratórios nas próximas décadas.
    O Google é apontado como o pole position entre os ícones da tecnologia com a invenção de gadgets espantosos, como o fone de ouvido, lançado há poucos dias, que permitirá fazer tradução simultânea em 40 línguas. A empresa também quer dominar a Inteligência Artificial permitindo que outros desenvolvedores criem aplicações sobre sua plataforma aberta TensorFlow, o que a coloca na dianteira da nova revolução.
    Mas que aplicações e implicações a Inteligência Artificial já está trazendo e ainda irá trazer para nossas vidas?
    De forma simplificada, elas estão baseadas especialmente em três áreas: Machine Learning, Deep Learning e Natural Language Processing.
    Talvez a mais utilizada, o Machine Learning permite aos sistemas desenvolver a habilidade de aprender e aprimorar conhecimentos a partir de experiências sem ter sido explicitamente programado para esta função. Em outras palavras, não é necessário que um programador estabeleça as regras, pois a própria máquina as detecta e entende através dos dados disponíveis e as adapta na medida em que as informações vão se acumulando.
    O resultado são retornos de pesquisa na web mais precisos, classificação de imagens, filtragem de spam, entre outros benefícios ao usuário. As recomendações online da Amazon e da Netflix são bons exemplos de aplicações de Machine Learning incorporadas aos nossos novos hábitos de consumo.
    Deep Learning está em um nível mais sofisticado e tem a capacidade de perceber e assimilar vários e complexos comportamentos e padrões e, a partir daí, apresentar resultados para tarefas mais parecidos com os de uma pessoa (more human like results).
    É a técnica mais poderosa atualmente. Sistemas de recomendações para e-commerce estão começando a utilizar esta tecnologia em combinação com Machine Learning. O objetivo é fazer com que os resultados sejam similares ao de um bom vendedor de uma loja física, conseguindo entender as peculiaridades e preferências de cada possível comprador.
    Já a Natural Language Processing possibilita aos computadores analisar, entender e concluir através da fala humana. Traduções, análise de sentimentos, reconhecimento de fala, segmentação por tópicos e conversão de fala em texto são algumas de suas aplicações. O voicebot Alexa, da Amazon, é uma tecnologia desenvolvida a partir da Natural Language Processing.
    Os humanoides de Blade Runner ainda não são realidade. Mas não devem demorar muito para estar entre nós; é só esperar pra ver. Ainda não foram criados replicantes que imitam perfeitamente humanos, como no filme, mas, não se assuste, o que dizer de Sophia, a robô criada pelo Dr. David Hanson, da Hanson Robotics?
    Inspirada na atriz Audrey Hepburn, Sophia é impressionantemente parecida com um humano, sendo capaz de reproduzir milhares de expressões faciais, entender o significado de palavras e responder perguntas bastante complexas. A estrela robótica já concedeu entrevistas, foi capa de revista de moda, participou como palestrante em conferências, aconselhou empresários poderosos e fez há alguns dias um discurso nas Nações Unidas.
    É ao mesmo tempo fascinante e amedrontador. De acordo com pesquisa da Pew Research, mais de 70% dos americanos estão preocupados com um mundo em que as máquinas irão executar tarefas até hoje feitas apenas por humanos.
    Se as próximas gerações de Sophia irão dominar o planeta e adquirir autoconsciência para assumir papéis destrutivos, como alardeia Elon Musk, é algo que talvez os roteiristas de Hollywood possam nos responder nos seus próximos filmes. Mas ignorar os avanços e benefícios que já ganhamos com as novas máquinas não me parece nem um pouco inteligente.
    Fonte: (*) Salomão Filho é investidor em startups de tecnologia e diretor e sócio da Propulse Analytics, empresa de tecnologia em Inteligência Artificial que desenvolveu uma ferramenta de previsão de compras para e-commerce.