quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Concorrência e competência: mais que uma rima, uma solução.



Analisar o cenário competidor, prever tendências e antecipar cenários pode mudar a realidade de uma empresa, tornando ela muito mais competente em suas ações.

Buscar o mercado ideal para o seu negócio, aquele em que você é quem comanda e dita as regras, é o desejo de toda empresa. Mas a verdade é que ser único em um ambiente de muita competição não é mais possível: sempre vai existir, em algum lugar, alguém com uma oferta igual ou parecida com a sua.

Vivemos em um mundo em que a cada dia surge uma nova companhia, startup ou fintech totalmente orientada por dados, abraçada em tecnologia e no universo digital. São competidores que chegam ocupando um espaço significativo dentro do mercado, e toda e qualquer organização para se manter ativa precisa estar atenta a essa movimentação.

Para entender o atual cenário competitivo basta lembrar que, hoje, se vive na era do Big Data, da análise de dados e da pronta-entrega, do imediatismo e também do real time marketing. Um produto ou serviço – mesmo que físico – precisa interagir com o universo digital, que é onde toda a magia entre empresa e cliente acontece atualmente. Mas, para isso, as empresas devem estar muito concentradas em tomar as melhores decisões de negócio, sabendo exatamente onde querem chegar e como podem alcançar isso.

As mais novas, por exemplo, entram no mercado mostrando todo o potencial de quem já nasce pronta para enfrentar os desafios impostos pela velocidade do digital, e acabam provocando mudanças muito rápidas em segmentos de atuação já consolidados. É como o caso de uma operadora de televisão percebendo a evasão de seus clientes para plataformas de streaming, como a Netflix. Das redes de hotéis recebendo menos hóspedes devido a ascensão do Airbnb. Ou dos motoristas de transporte urbano que usam canais digitais para encontrar seus passageiros, migrando para o mundo das ofertas ágeis, assim como a revolução que o crescimento das fintechs causou no mercado bancário.

Nesse cenário, empresas tradicionais, de segmentos antes tidos como sólidos, como o de telefonia, hotelaria e até mesmo finanças, acabam vendo as suas ofertas se tornando obsoletas. E a única saída é rever os seus modelos de negócio, reparar processos e renovar as suas entregas. É preciso encarar o movimento das novas entrantes com olhar de quem está vendo um leão a sua frente. Afinal, não é à toa que para se manter ativo em um mercado altamente competitivo é necessário matar um leão por dia – ou até mesmo 10 ou 20 -, certo?

Por isso, mais certo do que qualquer outra afirmação que você vai ler neste artigo, é que as corporações que não procuram conhecer o contexto em que estão desenvolvendo as suas ofertas, não serão capazes de respirar por muito tempo. Elas podem até convencer seus consumidores de que o seu produto ou serviço, ainda assim, é o melhor, porém, não terão forças para brigar com aquelas que sabem muito bem “o que estão fazendo”, “porque estão fazendo” e “para quem estão fazendo” e entregam o máximo de valor a cada interação com o público.

Concorrência: um inimigo (nada) oculto

Contudo, não são só as novas entrantes que mexem com a competitividade do mercado e provocam esse sentimento nas empresas de querer sempre ser melhor do que a do terreno ao lado. Há séculos, sabemos que a concorrência é um inimigo nem um pouco oculto que pode, muitas vezes, derrubar a sua oferta se essa não for muito bem planejada e executada.

O modelo das Cinco Forças de Porter, sugerido por Michael Porter, publicado no artigo “As cinco forças competitivas que moldam a estratégia”, em 1979, na Harvard Business Review, faz uma análise do cenário de competição existente entre empresas. Segundo Porter, existem algumas forças que influenciam a capacidade das empresas em atender seus clientes e ter lucros, e essas ainda mexem com todo o jogo de competição.

Entre elas estão: a ameaça de produtos substitutos, a ameaça de entrada de novos concorrentes, o poder de negociação dos clientes, o poder de negociação dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes. Fatores que continuam impedindo o avanço e crescimento de muitas organizações no mercado.

O que mudou é que, hoje, não existem mais concorrentes diretos ou indiretos bem definidos. Independentemente do segmento em que a empresa atua, ela estará competindo com fatores que estão até mesmo acima das suas entregas, são eles: a agilidade e a velocidade.

Startups como o Uber mudaram não somente a oferta de uma serviço, mas os desejos dos consumidores. O avanço do digital, o uso constante de novidades tecnológicas, ferramentas e softwares para construção de produtos e soluções de negócio, assim como o fenômeno da mobilidade, transformou o comportamento e os desejos das pessoas. Agora, elas querem ter produtos e serviços ao seu alcance com muita agilidade e priorizam aquelas organizações que conseguem resolver seus problemas em poucos minutos.

E, nesse contexto, não se pode ficar de braços cruzados, esperando que as suas ofertas, assim como as suas ações e campanhas de marketing, sejam engolidas por outras muito mais animadoras e adequadas às expectativas dos consumidores. É preciso desenvolver uma nova mentalidade dentro da organização, transformar os processos produtivos e criativos, bem como a cultura da empresa como um todo. Começando por uma trabalho de leitura de dados que levará a um entendimento do cenário competidor, afinal, conhecer profundamente cada concorrente é fundamental para ter competência no mercado.

Competência: o motor por trás da competitividade

Por falar em competência, você já parou para pensar que ela é o motor por trás da competitividade? Quanto mais competentes as empresas se tornam, mais elas elevam o nível das suas entregas e sobem a régua para a concorrência. Para alcançá-las, é preciso produzir melhor, ou seja, ser mais competente a cada interação com o público.

Nesse contexto, a minha pergunta é: o que você está fazendo, hoje, para ser mais competente? Uma das maneiras mais eficientes de conquistar boas atuações no mercado e atingir o sucesso desejado é por meio de muito conhecimento, um dos pilares da competência. Entender o cenário em que a empresa está inserida, conhecer a realidade dos competidores, assim como o comportamento dos consumidores – muito mais inseridos no ambiente online -, e combinar essa capacidade com os recursos e habilidades certas, é o que torna possível desenvolver ótimas soluções para o mercado.

No entanto, essa não é uma tarefa simples. Nem sempre as informações são fáceis de serem apuradas, coletadas e avaliadas. Além da análise de dados ser uma função complexa, exige certa preparação das empresas. Elas precisam conhecer o universo da inteligência de dados e contar com plataformas eficientes de coleta e mensuração de dados para somar resultados positivos.

Por meio delas, é possível entrar a fundo no universo do competidor, levantar informações pertinentes sobre a concorrência, antecipar possíveis cenários e tendências e reunir o conhecimento necessário para melhorar as suas estratégias. Assim, o trabalho das equipes de marketing e vendas, por exemplo, se torna muito mais prático e eficiente. Com os dados corretos em mãos, são desenvolvidos novos planejamentos, ocorrem mudanças no rumo de estratégias e a performance das ações e campanhas é aperfeiçoada, melhorando as tomadas de decisão da empresa como um todo.

Como vimos, concorrência e competência andam lado a lado quando se quer alcançar melhores desempenhos. Esses conceitos são mais que uma rima, eles são a verdadeira solução para as empresas, e você não precisa sofrer mais por falta de conhecimento ou por fazer as escolhas erradas e perder posições e clientes para os concorrentes.

Fonte: ProXXima

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

2019 será sobre novas percepções e possibilidades na área de TI.

A Inteligência Artificial (IA), combinada aos sensores da próxima geração, criará um novo tipo de automação de negócios em 2019. Os Digital Twins ajudarão empresas a verem seus negócios de uma nova maneira, com simulações compartilhadas que oferecem segurança aos investimentos e ao desenvolvimento de produtos. O Blockchain perderá sua fama negativa, emergindo com um facilitador, e não um disruptor.

No detalhe...

Previsão #1: Em 2019, IA e IoT começarão a se unir para produzir um novo tipo de automação Sensores estão em todo lugar... Mas eles estão mudando. Ele já  não apenas coletam dados unidirecionais -  agora, eles podem também receber instruções e executá-las.

Em 2019, veremos a tecnologia IoT ser ativada por mais desses novos sensores e começar a se fundir à tecnologia orientada por IA para produzir uma nova onda de processos empresariais autônomos.

A IA e a IoT juntas criarão funções automatizadas fluentes e proativas. Se você pensa em "robôs" quando pensa em automação, repense. Esse tipo de automação será leve, responsiva e muito mais rápida e ágil que a automação de programação rígida. Considere veículos autônomos. A velocidade, segurança e fluidez da experiência de condução automatizada estão além da robótica. Agindo de forma algorítmica em tempo real, a partir de dados de GPS, conectando sensores de bordo, câmeras e a nuvem, esses veículos da "próxima geração" fundem IA e IoT em um belo balé de ação autônoma.

Não é de admirar que o Gartner preveja que, até 2021, 10% dos novos veículos terão capacidades de condução autônomas, em comparação com menos de 1% em 2018.

As oportunidades para maior eficiência e economia de tempo e dinheiro impulsionarão as decisões de negócios automatizadas por IA e IoT. O Gartner prevê que até 2022, pelo menos 40% dos novos projetos de desenvolvimento de aplicativos terão co-desenvolvedores de Inteligência Artificial na equipe. Acredito que veremos os primeiros exemplos reais e de alto impacto da automação enriquecida por  IA e IoT já em 2019, particularmente no gerenciamento de ativos corporativos (EAM) e no espaço de gerenciamento de serviços de campo (FSM).

Negócios automatizados e processos operacionais reduzirão o tempo para a tomada de decisão e tornarão rápidos os processos de negócios mais complexos. As perguntas que deveríamos fazer são: como as empresas conseguirão controlar essa velocidade e complexidade? Como eles serão capazes de simular modelos de negócios complexos e precisos? Como eles saberão qual é situação atual real de seus negócios - em um mundo onde muitos de seus processos e decisões podem nem mesmo ter sido ações de humanos?
Previsão #2: Digital twins abrem novos panoramas e perspectivas, ajudando muitas empresas a verem o negócio como um todo pela primeira vez

Em um mundo automatizado com IA e IoT, como você pode ter certeza de que sua empresa realmente está fazendo o que acha que está fazendo? Como você pode saber exatamente como está se saindo, em todos os mercados, unidades e elos de sua cadeia de suprimentos? Digital Twins (Gêmeos Digitais) são simulações digitais de processos, máquinas, componentes ou negócios inteiros. Eles já estão sendo desenvolvidos por empresas como GE, Siemens e Philips, para projetar e simular tudo, desde redes de energia em larga escala até dispositivos para avaliação de condições médicas e diagnósticos. Globalmente, muitas indústrias e empresas podem ter certeza de que, se não implementarem gêmeos digitais, seus concorrentes o farão.

Vejo os Digital Twins se desenvolvendo em dois estágios:

Estágio 1: o momento ‘A-há’ Imagine ver realmente, pela primeira vez, como é o seu negócio. Ter até os últimos recursos e detalhes reproduzidos com precisão digital hiper-real. O Digital Twins revelam novos panoramas, possibilidades e perspectivas. Para muitos, eles revelam a discrepância entre o modo como seus negócios realmente funcionam e como as pessoas acham que funcionam. Eles também fornecem insights sobre como determinados aspectos do negócio  funcionarão ao longo do tempo.

Estágio 2: Simulação = ação Para CFOs e CTOs, os Digital Twins reduzem significativamente o risco por meio de simulações precisas para balizar novos investimentos e o desenvolvimento de produtos. Não surpreende que o Gartner preveja que, até 2021, metade de todas as grandes indústrias usará Digital Twins, o que resultará em uma melhoria de 10% na eficácia. Acredito que, em 2019, veremos a indústria de ativos intensivos, como energia e serviços públicos, e indústrias que mudam rapidamente, como logística e cadeia de suprimentos, aumentando o uso de gêmeos digitais.

Atualmente, os aplicativos corporativos, como o Enterprise Operational Intelligence, já permitem uso de Digital Twins de forma altamente sofisticada, com recursos poderosos para mapeamento, monitoramento e gerenciamento dos negócios. E, em 2019, veremos mais aplicações e casos concretos implementados.

Mas em um cenário industrial, onde simulações proliferam, muitas vezes através de empresas, continentes e sistemas, como as empresas saberão definitivamente toda a verdade, status e história de um sistema ou componente? Bem, isso nos leva à terceira previsão.
PreVisão #3: A  percepção popular do Blockchain mudará significativamente em 2019, à medida que mais empresas percebam que a tecnologia não é disruptiva, mas facilitadora

Pense sobre como era 20 anos atrás. Quais empresas teriam acreditado se você tivesse dito a elas que um dia elas estariam armazenando e acessando todas as suas informações financeiras e de clientes na nuvem, nos mesmos servidores dos seus concorrentes?

Analise a própria Internet. Suas primeiras sementes apareceram no início dos anos 60, com o surgimento da comutação de pacotes. Um primeiro protótipo já estava operando no final dos anos 60, financiado pelo Departamento de Defesa dos EUA. A história da Internet mostra que, muitas vezes, as tecnologias mais transformadoras se aproximam lentamente, pela periferia. E então, de repente, eles estão lá, mudando tudo. Assim será com Blockchain.

Tecnologicamente, o Blockchain já está provado. Na verdade, está conosco há muito tempo. Mas, em 2019, mais casos de uso entrarão em operação à medida que a percepção de Blockchain comece a ser alterada. Porque é principalmente a percepção que vem freando o Blockchain, hoje.

O Blockchain já foi adotado por muito mais pessoas do que muitos acham.  Já está sendo amplamente utilizado no setor financeiro e bancário, que responde por 30% de todos os atuais Blockchain em operação. E 2018 vimos mais grandes bancos experimentando tecnologias descentralizadas e Blockchain.

Outros setores também estão implementando o Blockchain, incluindo a aviação. Mas os setores menos conhecidos, como a indústria de alimentos e bebidas, observaram há muito tempo o que a tecnologia pode fazer pela rastreabilidade de alimentos. Em dezembro de 2017, a IBM, o Walmart e o a super varejista Chinesa, a JD.com, começaram uma Blockchain Food Safety Alliance para impulsionar o rastreamento de alimentos e a segurança na China. Em setembro de 2018, o Walmart anunciou que todos os fornecedores de vegetais verdes folhosos para suas lojas Sam e Walmart precisarão  enviar seus dados para sua nova solução de segurança alimentar, usando Blockchain, até setembro de 2019.

Nos negócios de supply chain em particular, o Blockchain promete ser enorme, com muitos casos já implementados, incluindo fortes players em todo o mundo, inclusive na China. Então, em 2019, vamos ver o número de casos de uso bem-sucedidos do Blockchain aumentarem. Embora eu acredite que a adoção generalizada ocorrerá entre 2020 e 2021, 2019 será o ano crucial em que a comunidade empresarial ,de maneira ampliada, compreenderá a verdadeira natureza do Blockchain.

À medida que nos movemos em direção às tecnologias e cenários como os dois acima (automação IA /IoT e Digital Twins), o Blockchain não emergirá como um disruptor, mas como um facilitador essencial.

Em 2019, veremos o Blockchain começar a se libertar de suas associações com criptomoedas sem regulamentação ou esquisitas. Cada vez mais, as pessoas verão o Blockchain como ele realmente é: uma ferramenta 100% confiável e sólida para a verificação de transações. Em um mercado que está em constante mudança com os processos automatizados e simulação de modelos, o Blockchain fornecerá um valor real e indiscutível.

Por Christian Pedersen, IFS Chief Product Officer para CIO

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

"As empresas já estão contratando mais', diz diretor-geral da Linkedin para a América Latina.


De acordo com as estatísticas oficiais, a taxa de desemprego vem caindo no Brasil. No Linkedin, a maior rede social profissional do mundo, o fenômeno já é perceptível. Nos últimos três meses, segundo Milton Beck, diretor-geral da plataforma para a América Latina, tem sido possível notar o aumento do apetite das empresas por novas contratações. “A gente observa que elas estão se estruturando mais”, diz o executivo.


Para Beck, o fim do processo eleitoral garantiu maior previsibilidade ao país, o que é fundamental para a tomada de decisões – como o aumento do quadro de funcionários. O chefe do LinkedIin mostra otimismo com os rumos da economia a partir de 2019. Na visão dele, o país deve atrair mais investimentos no próximo ano. “Se o mercado começar a aquecer, como espero, tudo vai girar positivamente. Vai ter mais consumo e o desemprego vai cair ainda mais”, projeta.



Nesta entrevista, o diretor-geral da plataforma fala também da atuação do LinkedIn no Brasil. O país é o quarto em número de seguidores no mundo (35 milhões), atrás dos Estados Unidos, China e Índia. Ele conta que a rede social ganha 12 mil novos membros por dia, número que tende a aumentar com o aquecimento dos negócios. Beck também dá dicas de como os profissionais podem tornar seus perfis atraentes, ampliando as chances de serem visualizados, e como os usuários devem se comportar na rede social. Confira a íntegra da conversa a seguir.
 
Você acredita na melhora da economia em 2019? Há algum indicador do LinkedIn que demonstre isso?
Sim. Os sinais que nós temos e o que observamos pelo engajamento dentro do LinkedIn mostram que o apetite das empresas pela contratação de funcionários está aumentando. A gente vê que as companhias estão se estruturando mais. Os indicadores oficiais já mostram uma redução do número de desempregados. Pelas nossas métricas, observamos um aquecimento significativo. Baseado nesse interesse maior que temos visto nos últimos três meses, nos movimentos dentro de nossa plataforma, acredito que a economia deve melhorar no ano que vem.

O que tem colaborado para esse quadro?
Quando analisamos o cenário, o fato de termos passado por um período de eleição, que sempre gera forte expectativa, independentemente do resultado, traz mais tranquilidade. Agora, há maior previsibilidade do cenário, e isso ajuda as empresas a tomarem suas decisões, a fazer planejamentos por longos períodos. Agora, já sabemos o que podemos esperar.

O que precisa ser feito a partir de 2019 para o país ter um crescimento sustentável?
Além de todas os ajustes macroeconômicos, que são consenso e que precisam ser feitos, acho importante que a estabilidade seja mantida, para que as empresas possam entender e seguir as regras do jogo. Se houver mais investimentos no país, mais segurança para investir, as empresas vão contratar mais e o mercado vai começar a se aquecer. Tudo vai girar positivamente. Estou otimista de que 2019 vai ser bem melhor que 2018. Devemos ter redução expressiva do desemprego no país. Vai ter um ambiente mais estável. E acredito que o LinkedIn vai ser ainda mais útil nesse cenário.



Quantos usuários o LinkedIn tem no Brasil atualmente?
Hoje, temos 35 milhões. Começamos as operações no país em 2012, com 6 milhões, e, em pouco tempo, saltamos para esse patamar. Isso dá uma média de 12 mil novos usuários por dia.

Como a empresa consegue ser rentável?
Uma parte dos recursos vem de usuários que fazem a assinatura premium, para ter alguns benefícios na utilização da rede. Mas a grande fatia da nossa receita vem de serviços oferecidos a empresas, que usam a plataforma para três grandes propósitos. Um deles, recrutar e atrair os melhores talentos. Depois, como uma forma de publicidade. A terceira forma de monetização está relacionada com a utilização do LinkedIn para que vendedores consigam alcançar compradores de maneira mais prática e rápida.

Então, o crescimento de usuários se reflete diretamente no avanço dos negócios.
Sim. Temos uma grande presença no universo dos profissionais do Brasil. As empresas utilizam bastante a plataforma, porque entendem que o valor que podemos oferecer a elas cria um ecossistema muito útil. Pelo fato de termos esses 35 milhões de usuários, que estão engajados com conteúdo, com vagas de trabalho, se relacionando com outros profissionais, fazendo networking, entre outras interações.

Qual é o perfil do usuário brasileiro?
Quando começamos, em 2012, a maioria era de profissionais no meio da pirâmide organizacional. Os executivos me relatavam que estavam ausentes da rede social porque não estavam procurando emprego. Eu argumentava que os ex-presidentes dos Estados Unidos Bill Clinton e Barack Obama tinham perfis sem almejar uma nova colocação. Então, isso foi mudando de lá pra cá. Hoje, temos um foco muito grande de pessoas que estão saindo da faculdade e ingressam no mercado de trabalho. Também temos analistas, gerentes, diretores e presidentes de empresas espalhados pelo Brasil todo. O brasileiro adora uma rede social. Em termos de usuários, o Brasil é o quarto país do mundo. Só estamos atrás dos Estados Unidos, China e Índia.

O que deve motivar as pessoas a entrar no LinkedIn?
Elas devem entrar para se apresentar da maneira que acham mais adequada para o mundo profissional. Mostrar quem são, que experiências têm, trabalhos realizados e assim por diante. No caso das empresas, elas começaram a ver que conseguem obter vantagens competitivas. Como, por exemplo, contratar os melhores profissionais, independentemente de eles estarem buscando emprego ou não. Até a chegada do LinkedIn, era difícil para as companhias acessar esses talentos.

Ou seja, isso permite uma estratégia mais agressiva nas contratações.
Exato. As empresas podem ir atrás dos melhores profissionais. Você tem acesso a uma fatia que está empregada, mas disposta a conversar e ouvir uma proposta. Então, as áreas de recrutamento e aquisição de talentos usam o LinkedIn para poder olhar a base inteira e acessar de forma proativa os profissionais. Elas não se resumem ao papel de ficar esperando que esses profissionais se candidatem a uma vaga. Elas vão atrás, como um profissional de marketing e vendas faria em busca de um comprador. O recrutador moderno não espera os currículos chegarem. Ele vai atrás dos perfis que o interessam.

O que faz um perfil pessoal ser atraente?
Tudo começa pela foto. Um perfil com uma boa foto é visto 21 vezes mais do que um perfil sem foto. Depois, você precisa elencar as experiências acadêmicas e profissionais. Mostrar não somente onde estudou ou trabalhou, mas o que fez de relevante.

E como fazer essa distinção?
É preciso incluir no perfil coisas que dão orgulho para as pessoas. A nossa sugestão é que elas façam isso no formato de pirâmide invertida. O que você fez há 20 anos é menos relevante do que você fez há três anos. Você pode incluir também no seu perfil arquivos de multimídia. Isso aumenta a possibilidade de ser localizado por um recrutador. E, a partir daí, tem que manter a plataforma ativa, atualizá-la constantemente. Publicar conteúdo, interagir com outros usuários. Com iniciativas como essas, você passa a ter mais visibilidade na rede. Muitas das buscas dos recrutadores são feitas por palavras-chave. Então, você precisa colocar coisas específicas de cada área. Além disso, é importante ter o mesmo perfil em várias línguas se o objetivo é ser selecionado por empresas estrangeiras ou que queiram um representante brasileiro no exterior.

O que o profissional que ingressa no LinkedIn não deve fazer de jeito nenhum?
Independentemente de você estar em um mundo digital, os protocolos se mantêm. Então, é preciso ter um cuidado muito grande com coisas que são incorretas, como postagens agressivas ou uso de palavrões que não cabem na plataforma. Tem sempre que lembrar que você está se expondo na rede, que as pessoas – ou seja, os recrutadores – estão atentas aos seus movimentos.



Como as empresas podem explorar e tirar melhor proveito do LinkedIn?
Temos diversas propostas de valor para as companhias. A primeira delas é usar a rede social como fonte de recrutamento. As empresas podem utilizar nossa plataforma para mostrar quem elas são. Então, em um mercado onde você está procurando funcionários, é importante mostrar para esses candidatos qual é a missão da sua empresa, a cultura, a chance de desenvolvimento profissional, as características mais valiosas. Isso serve para desenvolver a marca dentro do ambiente de trabalho. A segunda área importante é a publicidade. E a terceira forma é dar acesso aos vendedores da empresa às ferramentas específicas para abordar os compradores.

Como assim?
Imagine que você quer vender um produto para uma outra empresa, entra em contato por telefone e cai no PABX. A chance de dar certo é baixa. O LinkedIn tem ferramentas que ajudam esses vendedores a entender quem são os compradores. E, a partir daí, estabelecer contato, ver o perfil completo e fazer com que essa ligação seja mais otimizada.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

10 tendências tecnológicas de 2019 para consumidores conectados.



Agora que você já se acostumou com os wearables (dispositivos digitais para vestir/usar) prepare-se para aprender uma nova palavra que marca a tendência da tecnologia pessoal nos próximos 3 anos: awareables. Ela define dispositivos digitais inteligentes (vestíveis ou não) que são capazes de perceber (por isso a palavra aware) mudanças de humor ou disposição física de seus donos e agir proativamente oferecendo solução ou ajuda.

A combinação das tecnologias atuais de machine learning, reconhecimento de voz e inteligência artificial torna possível e provável que awareables estejam nas suas mãos já em 2019. “Hoje, a inteligência artificial já pode entender sua personalidade só olhando nos seus olhos. Entrevistamos usuários que adotam rapidamente novas tecnologias e eles enxergam um futuro onde seus dispositivos os conheçam melhor do que eles mesmos”, diz o Dr. Micnós hael Björn, líder de pesquisas do Ericsson Consumer & IndustryLab e principal autor da oitava edição do estudo anual 10 Hot Consumer Trends 2019.
O estudo define as tendências da tecnologia pessoal e de consumo baseando-se na opinião de milhares de usuários avançados de tecnologia. A edição de 2019 baseia-se em uma pesquisa online conduzida em outubro de 2018 com 5,097 usuários de internet de Johannesburg, Londres, Cidade do México, Moscou, Nova Iorque, San Francisco, São Paulo, Shanghai, Sydney e Tóquio.
Essas são as 10 tendências para 2019:
1. Awareables
Seu assistente digital vai saber mais de você do que você sabe dele. Mais de 60% dos usuários de assistentes virtuais acreditam que os dispositivos que entendem o nosso humor serão predominantes em três anos.
2. Discussões inteligentes
Seu assistente digital vai debater e argumentar com você como qualquer pessoa da casa, até na hora de escolher o que pedir para jantar. Mais de 65% dos usuários de assistentes virtuais acreditam que os alto-falantes inteligentes argumentarão como membros da família dentro de três anos.
3. Proteção contra Aplicativos Espiões
A maioria (59%) dos entrevistados diz que é preciso adotar princípios globais de proteção de dados pessoais e da integridade do indivíduo, já que mais da metade deles (52%) acredita que os dispositivos pessoais digitais de todos os tipos coleta muito mais informação do que é necessário no dia a dia. Mais de 45% dos consumidores acreditam que os aplicativos coletam dados sobre eles, mesmo quando não usam o aplicativo.
4. Epidemia de aceites forçados
Com as regras de proteção de dados pessoais como GDPR e o uso excessivo de cookies nos sites, os consumidores reclamam do tempo perdido dando OK nas barras e alertas dos sites que visitam pedindo sua autorização para coletar dados pessoais. Ter sempre que aceitar cookies de coleta de dados irrita 51% dos consumidores, e 46% deles disseram que o ato levanta mais suspeita do que confiança. Para 47% dos entrevistados, o modelo de negócios da internet, baseado em publicidade que depende de cookies, precisa ser revisto. E 42% vão mais além: é preciso mudar fundamentalmente a internet para que ela volte a ser uma força do bem para a sociedade novamente.
5. Internet of Skills (Internet das habilidades)
Mais de 50% dos usuários de realidade aumentada ou realidade virtual esperam para breve ter aplicativos, óculos e luvas que ofereçam orientação virtual para tarefas práticas e cotidianas, como cozinhar ou executar reparos.
6. Consumo Zero-Touch (sem toque)
Chega de checar a geladeira e a despensa para saber se está na hora de comprar leite, arroz, feijão ou sabão em pó. Cerca de metade dos usuários de assistentes virtuais querem adotar contas e assinaturas automatizadas de serviços e produtos, bem como esperam suprimentos domésticos de auto-reabastecimento e querem que seus assistentes pessoais digitais executem as tarefas. Para 47% dos respondentes a decisão é radical: esperam que seus assistentes cuidem das suas finanças e até mesmo da declaração do imposto de renda.
7. Risco de Obesidade mental
31% dos consumidores acreditam que logo terão que frequentar ‘academias da mente’ para praticarem exercícios mentais, conforme as decisões do dia-a-dia se tornam cada vez mais automatizadas. Alguém aí se lembrou do roteiro do filme "Wall-e" ?
8. Eco Me
Por entender que seu bem-estar é diretamente ligado ao bem-estar do planeta, 39% dos consumidores desejam um smartwatch ecológico que meça não só seus sinais vitais mas também suas pegadas de carbono. E 4 em cada 10 respondentes disse que é preciso que os assistentes pessoais digitais sejam capazes de regular temperatura e consumo de energia da casa para torná-la eco-eficiente.
9. Meu gêmeo digital
No melhor estilo "eu e minhas cópias", 48% dos usuários de realidade aumentada ou virtual manifestaram o desejo de ter avatares virtuais que os simulem perfeitamente, para que possam estar em mais de um lugar ao mesmo tempo.
10. 5G automatizando a sociedade
Cerca de 20% dos usuários de smartphones acreditam que o 5G melhorará a conexão de dispositivos IoT, como eletrodomésticos e serviços públicos.
Por que isso é importante
O estudo da Ericsson reflete os insights de consumidores influentes para o mercado. Os respondentes têm entre 1569, vivem em áreas urbanas e são early adopters (os primeiros a adotar uma tecnologia assim que ela é lançada) com uso intenso de tecnologias digitais. Na amostra, por exemplo, 47% usam semanalmente assistentes virtuais inteligentes (Siri da Apple, Google Assistant, Alexa da Amazon, etc.) e 31% usam realidade aumentada ou virtual (AR/VR) uma vez por semana.
Essa amostra, segundo a Ericsson, é suficiente para representar a visão de 34 milhões de pessoas que, por serem early adopters, oferecem insights que tendem a se materializar em produtos concretos no futuro ou que merecem ser avaliados sobre tecnologias de futuro próximo, incluindo Inteligência Artificial, Realidade Virtual, 5G e automação. O estudo também utiliza dados da plataforma de analytics de 2017/2018 do ConsumerLab, que inclui dados de mais de 72 mil usuários de smartphone com idade entre 15–69 de 50 países.
Para baixar o estudo completo e ver mais dados, acesse esse link.

Fonte: PCWorld


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Pesquisa da Social Media Week São Paulo revela as tendências para 2019 em Marketing Digital.

A Social Media Week São Paulo, em parceria com a Mlabs e a Hello Research, realizou uma pesquisa entre os palestrantes e participantes do evento, e lançou um infográfico. A análise aponta as tendências de investimento em marketing digital para o próximo ano, temas como design thinking, podcasts, chatbots e a plataforma Pinterest surgem como insights estratégicos. O documento completo está disponível aqui.

A SMWSP é o maior evento de mídias sociais da América Latina e reuniu em sua 11 ª edição cerca de 8000 participantes: foram 260 atividades entre workshops, painéis e debates realizados por 318 profissionais do mercado, aglutinando 21 trilhas de conteúdo.
Edney Souza, organizador da Social Media Week São Paulo, faz uma analise dos dados e mostra os caminhos para o marketing digital em 2019: “o gráfico mostra as 10 primeiras posições em volume de respostas: Instagram, monitoramento de redes sociais, SEO, inbound, marketing, LinkedIn, e-mail marketing, branded content, design thinking, Facebook e links patrocinados, respectivamente. Este ranking foi montado baseado na soma das respostas ‘continuar investindo’, ‘investir mais’ e ‘começar a investir’. As tecnologias em destaque são aquelas mais populares e que continuam dando resultados para as áreas de marketing de diversas empresas”.
Segundo Edney, os insights mais estratégicos aparecem quando se compara as tecnologias com respostas como “começar a investir” entre palestrantes e participantes. “No top 5 dos 2 rankings aparecem 3 tecnologias em comum: growth hacking, podcasts e lives /webinar /streaming, isso mostra que essas tecnologias já estão adquirindo maturidade de investimento. Veja o exemplo do podcast: apesar de já estarem por aí pelo Brasil desde 2004 o que vemos de 2015 para cá é uma popularização.
Essa massificação trouxe também diversas empresas e assuntos novos e, hoje, muita gente troca o rádio no trajeto casa-trabalho por algum podcast. Um dos principais culpados pelo uso mais amplo do podcast é o Spotify que tornou mais simples para o usuário comum acompanhar o seu preferido. Vale criar seu próprio podcast (se você tiver um assunto bem técnico e interessante para trabalhar) ou investir em podcasts existentes, tem para todos os gostos”, revela. “Para o participante do evento 2, outras tecnologias compõem o Top 5 de ‘começar a investir’: design thinking e chatbot. Vale a pena dar um destaque especial a chatbots, que é um tema recente e já se tornou um diferencial competitivo.
Em 2019, quem não tiver chatbots, provavelmente vai perder espaço para seu concorrente. Para o palestrante, os 2 tópicos restantes desse Top 5 são bem diferentes: inteligência artificial e Pinterest. É interessante comparar a diferença de prioridade que participantes e palestrantes deram para inteligência artificial.
Apesar de ser mais popular e ser um diferencial competitivo, não é algo que qualquer empresa possa adotar facilmente. Assim, vemos aqueles que estão liderando nas empresas adotando com mais entusiasmo enquanto o usuário comum vai precisar esperar que essas empresas popularizem soluções usando inteligência artificial. Já a presença do Pinterest mostra que as empresas estão aprendendo a diversificar suas fontes de tráfego orgânico enquanto muitas ainda dependem do Google e Facebook para trazer visitas”. Edney aponta que ainda há empresas que conseguem transformar o Pinterest como fonte de tráfego principal. “Se o seu negócio gera imagens atraentes como o mundo da decoração, moda, turismo e gastronomia, provavelmente o Pinterest pode gerar um ganho significativo para as suas visitas”.
Social Media Week 2019:
O número de usuários em mídia social em todo o mundo é de 3,2 bilhões, um aumento de 13% ano a ano. Em 2020, quase 5 bilhões de pessoas estarão conectadas. Para 2019, a Social Media Week traz o tema Stories: “As histórias que contamos, consumimos e compartilhamos têm o potencial de moldar quem somos e o que nos tornamos”. O assunto será abordado nos vários países que sediam o evento. Dada a sua escala, as redes sociais tornaram-se a plataforma de narração de histórias mais influente do mundo. Seja qual for a forma que elas tomem, as histórias contadas por meio das mídias sociais têm o poder de atingir e influenciar mais de 60% das pessoas no planeta.
Vídeos das palestras 2018 disponíveis aquiaqui e aqui.
Fonte:  Mariana Bacci – Comuniquese

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Sebrae divulga ranking das cidades e estados com melhores indicadores de desenvolvimento econômico.


São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte são as capitais que apresentaram as melhores colocações do Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico Local, o ISDEL. O indicador, criado pelo Sebrae Minas, faz uma análise de dados sobre as cinco dimensões responsáveis por promover o desenvolvimento econômico local. Além das capitais, também é possível conhecer os resultados obtidos pelos municípios brasileiros e seus respectivos estados. Os dados já estão disponíveis para consulta no site do www.isdel-sebrae.com .
O ISDEL é uma das iniciativas do Sebrae Minas para estimular o desenvolvimento sustentável dos territórios por meio do fortalecimento da economia local. O índice tem o objetivo de reunir as informações necessárias para a construção de políticas governamentais e empresariais. “São informações que possibilitam uma análise sobre as potencialidades e fragilidades dos territórios, o que pode ajudar na criação de políticas públicas mais assertivas focadas nas necessidades de cada cidade ou estado”, justifica o gerente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Felipe Brandão de Melo.
O ISDEL posiciona os territórios entre uma escala que varia de 0 a 1, onde estão os níveis mínimos e máximos de desenvolvimento. O índice analisa 30 indicadores, com base em fontes oficiais,  divididos em cinco dimensões: Capital Empreendedor (educação, renda e densidade empresarial), Tecido Empresarial (relacionado à existência de elementos do tecido social, tecido empresarial, programas e ações associativistas), Governança para o Desenvolvimento (participação e controle social, articulação e gestão pública), Organização Produtiva (aglomerações e diversificação produtiva) e Inserção Competitiva (especialmente informações do comércio internacional).
“Mesmo algumas cidades possuindo características semelhantes em porte populacional, elas podem se diferenciar em aspectos como educação, inovação, infraestrutura, renda, entre outros fatores que o ISDEL considera como subdimensões, que podem ser avaliadas separadamente para comparar o que é mais desenvolvido em uma cidade do que em outra”, explica Melo.
Em relação aos estados, Minas Gerais (ISDEL 0,395) aparece em oitavo lugar, atrás de São Paulo (0,538), Rio de Janeiro (0,491), Distrito Federal (0,473), Santa Catarina (0,436), Rio Grande do Sul (0,434), Paraná (0,428]) e Espírito Santo (0,401). “O ISDEL não aponta se um território é melhor que o outro, mas sim, mostra em quais dimensões as cidades estão mais desenvolvidas e em outras que precisam de atenção para a formulação de políticas públicas mais efetivas”, afirma o gerente do Sebrae Minas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MEI é alternativa para desemprego, aponta pesquisa.


Um levantamento feito pela plataforma MEI Fácil mostra que, neste ano, 23% dos empreendedores consultados decidiram abrir um CNPJ por conta de não conseguirem se alocar no mercado de trabalho novamente. No total, Mais de um milhão de novos CNPJ do tipo MEI (Microempreendedor Individual) foram abertos no primeiro semestre de 2018, 15% a mais que no mesmo período do ano anterior. Com um negócio próprio, microempreendedores têm encontrado uma saída de renda que os coloca novamente como agentes ativos no cenário econômico.
A Juliana Rezende, 32 anos, abriu o MEI em agosto desse ano, depois de ficar sem emprego. Ela se formou em Pedagogia em 2017 e trabalhava na área. Só que a mãe ficou doente e Juliana optou por cuidar dela. Paralelamente ela fazia trabalhos manuais, como crochê, em especial a técnica amigurumi (são como peças de feltro ou pelúcia, revestidas por uma manta de crochê feita à mão). Infelizmente a mãe faleceu e Juliana ficou sem trabalho fixo.
“Eu faço crochê desde 2011, mas nunca pensei em trabalhar somente com isso, era um complemento. Um hobby, até uma terapia. Nesse tempo todo, trabalhei em vários lugares, fiz faculdade, mas não parei com o crochê”, lembra.
“No fim do ano passado minha mãe faleceu, aí no início desse ano resolvi me informar sobre o meu mas só em agosto abri, pelo fato da contribuição do INSS e pra tornar meu trabalho mais profissional. Eu achei bacana pois com o CNPJ tenho descontos nos materiais de trabalho, posso pegar empréstimo pra abrir meu negócio, emito nota fiscal, boleto. Só me ajudou”, comemora.
“A falta de emprego compromete a renda de camadas sociais inteiras, mas explica também a busca de diversos brasileiros por saídas autônomas, que por sua vez refletem o crescimento na abertura de MEIs. A informalidade também tem perdido espaço porque limita o alcance desses negócios, logo, além de uma saída pessoal para o empreendedor, pode ser considerada também uma saída econômica”, afirma Rodrigo Salem, sócio-fundador da MEI Fácil.
Atualmente, são quase sete milhões de MEIs no País – cerca de 1,5 milhão apenas no Estado de São Paulo. São profissionais em mais de 500 atividades que podem ter renda anual de até R$ 81 mil e contratar um funcionário.
A formalização como MEI é gratuita e deve ser feita pelo Portal do Empreendedor no endereço www.portaldoempreendedor.gov.br. após a regularização, deve-se recolher mensalmente as contribuições de R$ 47,70 (ao INSS), acrescido de R$ 5 para prestadores de serviço) ou R$ 1 (para comércio e indústria) por meio de carnê emitido no Portal do Empreendedor. Essas despesas são legalmente estabelecidas e garantem àquele que exerce a atividade o direito à aposentadoria, ao auxílio-doença, licença maternidade, dentre outros benefícios.

Tudo é feito pela internet. O CNPJ, a inscrição na Junta Comercial, no INSS e o Alvará Provisório de Funcionamento são obtidos imediatamente, gerando um documento único, que é o Certificado da Condição de Microempreendedor Individual. Não há a necessidade de assinaturas ou envio de documentos e cópias.