terça-feira, 23 de outubro de 2018

A era digital desafia o varejo.

A outrora gigante Sears é a mais nova vítima dos modelos disruptivos.

O pedido de proteção contra a falência feito pela outrora gigante varejista Sears na semana passada colocou a companhia norte-americana numa ingrata lista de negócios que foram à bancarrota – que inclui marcas famosas como Kodak e Blockbuster - por não conseguirem acompanhar as mudanças do mundo digital, representadas hoje pela Amazon. Ocorre que mesmo com a notória crise do varejo de lojas físicas existem oportunidades de sobrevivência para quem tiver a coragem de se reinventar numa versão híbrida ou multicanal.
O curioso é que a própria Sears já foi considerada exemplo de inovação. Suas vendas por catálogos, um símbolo do american way of life, começaram ainda no final do século XIX e antecederam em duas décadas a primeira loja física. O formato era tão inclusivo e de baixo custo que foi considerado até fator de incorporação da população negra do sul dos EUA à economia do país, furando a segregação. O Discover, criado nos ano 80, foi o primeiro exemplo bem sucedido de cartão corporativo e a empresa também foi uma das pioneiras em investir no e-commerce. Mas sua aposta em clientes mais abastados nos anos 70 plantou as sementes da ruína nas décadas seguintes.
Não aprender com esses erros pode ser fatal. Segundo um relatório elaborado pela Moody´s Investors Service, o segredo do sucesso pode estar na criação de experiências inclusivas para um tipo de clientela que está cada vez mais exigente. Os supermercados, por exemplo, investem cada vez mais em modelos do tipo pick up, com compra online e retirada na loja, e click & collect, uma espécie de drive-through. A rede Macy´s, por sua vez, já tem feito uso de realidade aumentada para suas lojas de móveis, diminuindo a necessidade de grandes espaços.
Enquanto isso, a Amazon, faz um movimento contrário, agregando espaços físicos ao seu portfólio, como na aquisição da Whole Foods, ou investindo em logística e transportes próprios para sanar o problema de entregas, a chamada “última milha” do varejo. Resumindo, estar onde e quando o cliente precisar.
Fonte: DCI

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