quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Teremos um natal movimentado em Goiânia.

Mario Rodrigues Filho da Grupom e Helenir Queiroz da Acieg
Na tarde do dia 16 de novembro de 2011, a Grupom em parceria com a ACIEG apresentou para a imprensa o IPVC (índice de Pretensão de Compras no Varejo), cujo segmento analisado foi o natal de 2011. O estudo do tipo pesquisa painel que a Grupom realiza há mais de 9 anos, demonstra o comportamento do consumidor e sua pretensão para os gastos com presentes natalinos.
 
Com a pesquisa foi possível concluir:
  • Que teremos aproximadamente 890 mil pessoas entre 14 e 70 anos indo às compras em Goiânia;
  • Um aumento de 165 mil a mais que em 2010;
  • E que o ânimo dos goianienses para comprar está elevado.
Além disso, foram levantadas as seguintes hipóteses com relação ao período de compras.

  1. Haverá uma procura de presentes de maior valor;
  2. Maior diversidade de presentes;
  3. Maior quantidade de presentes por família.

A pesquisa ainda estimou o valor aproximado que será movimentado para a compra de presentes natalinos pelos goianienses, 198 milhões de reais, que serão gastos em diferentes lugares que oferecem opções para as compras. Sendo que, as compras em Campinas aumentaram na preferência dos consumidores e uma das hipóteses foi a ascensão da emergente Classe C

Apesar disso, os shoppings também fazem parte da preferência dos consumidores, principalmente os homens, que preferem a facilidade de comprar e também são mais objetivos na hora das compras.
A coletiva contou com a presença de vários jornalistas, dentre eles: Lídia Borges, de Opopular; Mariza Santana, do Jornal OHoje; Carlos Pereira da Rádio Difusora; Alex Atanázio, da UCG TV; Carla Lacerda; Adriana Marinelli do jornal Online Aredação; Keissiane Seabra, da Fonte TV; Graciella Barros, do Diário da manhã e Gabriela Louredo, da TV Goiânia.
 
 
Os jornalistas interagiram com o Diretor da empresa Grupom, Mario Rodrigues Filho, questionando principalmente se os efeitos da crise europeia já são sentidos pelos goianienses. A resposta foi negativa e com uma ressalva: “teremos o melhor natal dos últimos 9 anos”.
 
Foto: Acieg

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Medo de Que?

Medo de quê?

Edemundo Dias de Oliveira Filho 
12 de novembro de 2011 (sábado) Jornal O Popular

"No amor não há medo; antes, o perfeito amor lança fora todo o medo" (1º João 4: 18).

"Você tem medo de quê?" Esta foi a instigante manchete do POPULAR do dia 6 de novembro, expondo os resultados de uma pesquisa do Instituto GRUPOM para saber quais são os maiores medos dos goianos. Violência, inflação e ficar doente foram as respostas mais apontadas. Acontece que, seja a propósito ou por acaso, a matéria nos remete a uma das mais interessantes questões da história da humanidade, que assume proporção crucial na chamada pós-modernidade.


Com efeito, Zygmunt Bauman, um dos grandes estudiosos desse tema, conclui sobre a dinâmica e os usos do medo, assim: "As origens de nossos medos são de ordem ética e política". Ora, ao assumirmos isso, as ameaças se encontrarão continuamente próximas e tudo parecerá exacerbado, iminentemente ameaçador e aterrorizante. Como solução para enfrentar tal fantasma, ele propõe, além de esperança, que o enfrentamento não parta apenas do indivíduo, de um local, mas da esfera global, invertendo o que há de negativo na proposta da globalização.

A conjectura, aqui, não é de desacreditar as estatísticas. É, acrescendo à conclusão do autor de Medo Líquido (Bauman, 2006), desmitificar uma potestade criada pela difusão irrestrita e massificada de assertivas que deveriam exigir de nossos meios de comunicação cautela mais apurada. E, sobretudo, zelar para que uma epidemia contingente não se torne uma pandemia intratável, considerando o amor e não o medo, como a moda que ditou, dita e ditará a grande tendência universal de hoje e que está porvir.

Propagados com a velocidade do vento e com a intensidade dos tufões, os sentimentos de medo e insegurança, que assolam a cada dia mais nossa terra, têm assumido assoberbada proporção. Das reflexões e análises diárias sobre o tema, ou mesmo sobre questões que o cercam mais indiretamente, pode-se extrair a sensação de que o medo é, indubitavelmente, o principal sentimento personificado pela contemporaneidade.

O amor, ressaltado, cultivado e ainda inculcado no coração do homem, foi degradado e, consequentemente, reduzido à utopia, ingenuidade ou pieguice, dando ao medo o status de sentimento-mor do presente século - o que nos tem levado à aferição de que o medo está mais do que sacralizado, mercadologizado, como uma necessidade insaciável de todos os homens.

O descrédito dos indivíduos no poder de proteção do Estado - único ente com aptidão legítima de coerção da violência -, que gera o instinto de autoproteção, potencializa, simultaneamente, o medo. A tarefa de tornar o mundo mais seguro - dever inarredável desse Estado e responsabilidade de todos - tem sido fragilizada diante das inúmeras patologias que "adoecem" o mundo moderno, no interesse daqueles que utilizam o medo como o mais eficiente instrumento de controle econômico e político.
Adoecido pela cultura do medo, o homem já não parece ficar estarrecido tão-somente pelas violências sofridas direta e constantemente, mas muito mais pela vultosa propulsão que funda e impulsiona essa cultura no seu cotidiano. Nesse diapasão, o homem contemporâneo encontra-se, irresistivelmente, enredado pela virulência de um conceito, ampliado e difundido de forma avassaladora, que tem adquirido dimensões ainda mais virtuais que reais.



Edemundo Dias de Oliveira Filho 
é delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, 
presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia

Medo de que? Inflação na memória do goiano

Medo de quê?
Inflação na memória do goiano
Em Goiânia, alta de preços aflige mais a população do que problemas de saúde e falta de emprego
Lídia Borges 06 de novembro de 2011 (domingo) Jornal O Popular 

Quem não vivenciou a época da plena inflação no Brasil não consegue entender por que o aumento de preços preocupa mais a população de Goiânia do que o medo de ficar doente ou de perder o emprego. No interior do Estado, essa apreensão chega a ser maior inclusive do que o medo de se tornar vítima da violência.

Mas não é para menos. A pesquisa feita pela Grupom Consultoria Empresarial com 2.455 pessoas mostra que, quase duas décadas depois, a estabilização da moeda nacional não apagou da memória das pessoas a lembrança de uma época em que os preços subiam mais de uma vez por dia, quando os índices de reajuste passavam de 1.000% ao mês e as prateleiras nos supermercados ficavam vazias com a corrida de consumidores para estocar produtos em casa e fugir da alta.

O casal Darci Rodrigues, 56, e Lázara Penha Rodrigues, 46, lembram muito bem da dificuldade que passavam na época para dar conta de manter o orçamento doméstico. A alimentação era menos variada, porque era preciso escolher alguns produtos em detrimento de outros. E os eletrodomésticos eram artigo de luxo. "Hoje, comemos muito melhor, mesmo o salário sendo baixo. Também há mais opção de emprego. E já podemos comprar com mais facilidade equipamentos, como máquina de lavar e TV", diz a dona de casa.
Para a atendente de call center Dalva da Mata, 42 anos, o medo de passar por um novo período de inflação é reforçado pelas constantes notícias da atual crise econômica internacional. "A gente fica sempre 'com um pé atrás'. O Brasil é um país de fartura, mas é vulnerável", justifica.

Segundo o presidente do Instituto Pró-Economia, Adriano Paranaíba, os problemas fiscais de países europeus e a deficiência financeira global aumentam o risco inflacionário nas economias emergentes, dentre as quais estão nações como o Brasil, Rússia e China. Entretanto, na opinião do economista, a possibilidade de o País voltar aos patamares do final da década de 80 é quase nula.
"Eu tenho muito mais medo do surgimento de um novo imposto - como o que se discute para a saúde, nos moldes da antiga CPMF - do que propriamente da inflação. A alta carga tributária e os desvios com corrupção impactam muito mais o nosso bolso hoje do que a situação inflacionária atual", compara.

Para Adriano Paranaíba, as medidas adotadas pelo Banco Central de interferir no crédito, na taxa de juros, mostram que existe um controle da situação. "A economia está bem vigiada.


Atualizado em Janeiro 2012 - Aumenta a preocupação com relação a inflação neste início de ano.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Violência é o que mais preocupa

Violência é o que mais preocupa
Sensação de insegurança cresce fora da capital. Fatores econômicos também preocupam
Deire Assis  06 de novembro de 2011 (domingo) Jornal O Popular
O medo de ser vítima de violência é a principal preocupação admitida pelo goianiense em 2011, aponta pesquisa realizada pelo Instituto Grupom Consultoria e Pesquisa. O levantamento revela também que quem vive no interior não está imune à sensação de insegurança que toma conta dos que residem na capital. Ao contrário, é entre essa população que o medo de ser a próxima vítima cresce mais. Além da violência, fatores econômicos, como inflação, falta de dinheiro e a perda do emprego, e sociais, como a solidão e a falta de amigos, também preocupam os goianos ( veja quadro ao abaixo ).


Levantamentos realizados em anos anteriores pelo instituto de pesquisa mostram que a preocupação com a violência e a falta de segurança manteve-se praticamente inalterada entre os moradores de Goiânia, enquanto entre os residentes em outros municípios do Estado, o medo de ser vítima dela cresceu. Em 2008, por exemplo, 44,5% dos entrevistados do interior manifestaram esse tipo de sentimento, passando para 53,3% este ano.

Para a doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Brasília (UnB), Najla Franco Frattari, um medo generalizado marca as relações humanas nas cidades. Segundo cita, pesquisas e estudos demonstram que é a pequena criminalidade de rua que alimenta o medo dos moradores dos espaços urbanos. "Qualquer pessoa conhece um caso, relata um fato, um acontecimento. Essas narrativas alimentam o medo dos cidadãos e expõem a incapacidade de se defender", afirma a pesquisadora.

A cientista social destaca que o medo e a sensação de insegurança não mais se restringem às grandes metrópoles, mas se manifestam também entre as pessoas que vivem nas pequenas e médias cidades. Estas pessoas foram ouvidas na pesquisa realizada pelo Instituto Grupom. Além de residentes de Goiânia, o levantamento quis saber qual a principal preocupação dos moradores de outros 20 municípios goianos de pequeno, médio e grande portes, explica Mário Rodrigues Filho, da Divisão de Pesquisas e Projetos do instituto.

"As notícias dão conta de assaltos e outros crimes cometidos em pequenas cidades do interior, demonstrando, assim, que a criminalidade se dispersou, se interiorizou", frisa Najla Frattari. Em 2009, a socióloga defendeu dissertação de mestrado pela Universidade Federal de Goiás sobre o tema, abrangendo Goiânia e outras 12 cidades do Estado. "A pesquisa realizada nas cidades do interior de Goiás pela UFG revelou uma preocupação imensa com a violência e criminalidade", acentua. Segundo ela, a sensação de insegurança existente independente de a pessoa ter sido ou não vítima de violência.

O aumento das taxas de violência está diretamente ligado à sensação de insegurança manifestada pelos entrevistados, destaca a pesquisadora. Estatísticas da Polícia Civil de Goiás apontam para a ocorrência de 61,1 mil crimes, entres os tipos mais graves, em cidades de Goiás com mais de 15 mil habitantes. Destaque para as cidades do Entorno de Goiânia e do Distrito Federal, como Aparecida e Senador Canedo, Santo Antônio do Descoberto e Luziânia.

Mestre em Sociologia pela UnB e atual pesquisador do Observatório das Metrópoles da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jean Carlos Gomes Camargo destaca que o fenômeno da verossimilidade pode levar as pessoas a tomarem como verdadeiro o aumento generalizado da violência. "A mídia universaliza acontecimentos violentos de sociedades particulares porque são verossímeis e, portanto, podem ser encarados como verdadeiros", explica. Para o pesquisador, essa é a chave para entendermos o aumento do sentimento de insegurança em alguns municípios de Goiás. "Por isso encontramos em cidades do interior indivíduos investindo significativamente em aumento de muros, em segurança privada, em cercas-elétricas ou até mesmo procurando condomínios horizontais para viver", enumera o pesquisador.
"Incivilidades"

De acordo com os estudos sobre violência realizados pela pesquisadora, atos de vandalismo, pixações, degradações do espaço urbano, precariedade dos equipamentos públicos contribuem para o aumento da insegurança no espaço das cidades. "Ela está relacionada a uma relativa saturação de incivilidades. Esses atos expressam tensões sobre a ocupação do espaço e sobre as relações entre os indivíduos, contribuindo para a disseminação do sentimento de insegurança e percepção do risco", complementa.

Najla Frattari acentua que o crescimento acelerado das cidades, "impulsionado em grande parte pelas migrações em busca de oportunidades e o rápido processo de modernização representam o fim dos laços sociais tradicionais, afetando consideravelmente o universo de valores." Essa condição, afirma a cientista social, tornam rotineiras as práticas de violência e
generalizam a sensação de insegurança.

Mudanças no comportamento social
A sensação crescente de insegurança faz com que a vida nas cidades e as relações entre seus habitantes se transformem. O medo aparece como justificativa para mudanças no comportamento e no modo de viver das pessoas. "Viver nas cidades passa a requerer uma série de cuidados, estratégias, esquemas de segurança mínimos. A segurança privada aparece como uma forma de escape para o indivíduo atemorizado, ameaçado pelo medo", frisa a cientista social Najla Franco Frattari.

Na pesquisa sobre medo e segurança realizada pela pesquisadora em 2009, a necessidade de segurança pessoal apareceu amplamente entre os entrevistados na pesquisa, lembra Najla Frattari. "As ações agora devem partir dos indivíduos. A segurança da casa, a segurança pessoal são funções que tocam a cada um dos cidadãos", afirma, ao ressaltar o que disseram os entrevistados por ela na pesquisa realizada no âmbito da Universidade Federal de Goiás.

Descrédito

"A crença de que cada um é responsável por promover a própria segurança evidencia o descrédito das pessoas com relação às ações dos responsáveis pela segurança pública, ao mesmo tempo em que legitima as práticas individuais cujo intuito é mitigar a insegurança crescente, mesmo quando elas ferem preceitos legais e garantias constitucionais", destaca.

"O medo contribui não somente para a disseminação dos muros que cercam a cidades. Eles alteram profundamente a vida social e o modo como os indivíduos se relacionam e vivenciam o urbano, seus valores morais, preceitos e crenças", pondera a cientista social. (D.A)

Metade das pessoas tem medo de doenças

Além da falta de segurança e do medo e das questões relacionadas com o bem estar econômico dos entrevistados, o medo de ficar doente representa a principal preocupação para metade dos goianos entrevistados pelo Instituto Grupom em 2011 ( veja dados no quadro ). A preocupação, nesse caso, é bem mais significativa entre aqueles que moram na capital: 50,8%. Entre os moradores do interior, este tipo de preocupação atinge 40,4% dos entrevistados.


As dificuldades de acesso aos equipamentos de saúde pública, para a pesquisadora Najla Franco Frattari, pode estar por traz dessa sensação de medo provocada pelas doenças, embora se testemunhe avanço considerável das práticas médicas nos últimos anos. A população, por outro lado, enfrenta cada vez mais dificuldades de acesso, sobretudo na rede pública. "Acabamos de vivenciar uma greve dos médicos na rede pública de saúde. E muitas pessoas têm seus problemas de saúde agravados ou mesmo morrem em função da demora no atendimento", frisa a socióloga. (D.A)

Vítimas relatam alteração na rotina e pressão psicológica

Em 11 anos como atendente de uma drogaria em Senador Canedo, Meire Macedo Noleto, de 39 anos, perdeu as contas de quantos assaltos testemunhou. Contou os ocorridos este ano: oito, desde o começo do ano, alguns deles com extrema violência. "Nos ameaçam com arma na cabeça, fazem pressão psicológica. Nos deixam com medo de vir trabalhar. É preciso confiar em Deus para sair de casa todos os dias", diz ela.

Assim como Meire, dezenas de outras pessoas que trabalham na Avenida das Macaúbas, no município da Região Metropolitana de Goiânia, também já foram vítimas desse tipo de violência. É o caso do gerente de um posto de combustíveis localizado na avenida, João Lima de Almeida, 57. Até junho desse ano, o posto foi assaltado nove vezes. Foram tantas as ocorrências que o proprietário teve de mudar a rotina de trabalho. Contratou um segurança particular e agora fecha o posto duas horas mais cedo.

"Ficamos reféns dos marginais. Se quisermos continuar trabalhando, temos de mudar a forma, buscar segurança", afirma. Segundo conta, em todos os assaltos registrados no local, os bandidos usavam armas de fogo. Algumas vezes, usaram de violência física. "Alguns frentistas ficaram feridos", lembra. "Trabalhamos inseguros aqui. No ano passado, um dos assaltantes disparou a arma ao lado do meu ouvido. Foi horrível", descreve.

Há pelo menos uma década o Instituto Grupom realiza este tipo de levantamento na capital e, em anos mais recentes, também em cidades do interior do Estado. Na maioria dos anos, as preocupações com a segurança, a saúde e a falta de dinheiro estiveram entre as mais citadas pelos entrevistados. (D.A)