Maioria quer que Rotam volte a atuar como antes
Levantamento foi realizado antes do anúncio da troca de comando nas polícias
01 de dezembro de 2011 (quinta-feira) Jornal O Popular
A maioria dos goianienses quer que a Rotas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) volte a atuar como antes. São 53,2% dos 570 entrevistados pelo Instituto Grupom. Para 36,3% dos consultados, o grupo de elite deve continuar como está. Já 10,5% não avaliaram. A pesquisa foi realizada antes do anúncio da troca de comandos nas polícias e do retorno do preto aos uniformes e carros da tropa de elite.
Até agora, a principal mudança anunciada foi na cor do uniforme. A farda e as viaturas voltarão a ser pretas - cor que, até março desde ano, caracterizava a tropa. Naquele mês o grupo foi retirado das ruas após a Polícia Federal prender integrantes por suspeita de participação em grupos de extermínio, entre outros casos de abuso de poder.
Além da cor e do aumento de efetivo, não foram anunciadas outras medidas concretas, mas os discursos do secretário de Segurança Pública de Goiás, João Furtado Neto, e do novo comandante geral da Polícia Militar, coronel Edson Araújo, indicam o endurecimento do combate ao crime.
"Acredito que a identificação de uma força de elite nas ruas ajuda na segurança pública", afirma Furtado. Já Araújo disse que a Rotam vai retornar em maior número. "Vai representar o pavor para os criminosos e segurança para a sociedade." Outra fala emblemática do novo comandante foi: "O macaco só desce do pau em mata que não tem onça. A onça vai pra rua".
Perfil
Homem, 25 a 40 anos, com instrução até o primeiro grau e morador da periferia: este é o perfil da maioria que deseja que a Rotam "volte a atuar como antes". São os homens que querem o retorno. As mulheres somam 56%.
Homem, 25 a 40 anos, com instrução até o primeiro grau e morador da periferia: este é o perfil da maioria que deseja que a Rotam "volte a atuar como antes". São os homens que querem o retorno. As mulheres somam 56%.
O menor índice de aprovação do retorno está entre os empresários: metade deles. Em seguida, são os cidadãos com 55 anos ou mais: 50,5%. Por outro lado, os que mais desejam a Rotam de preto e com "sua ideologia de trabalho" - nas palavras de Araújo - são os moradores da Região Sudoeste: 79,4%. Trabalhadores autônomos e que atuam na área de segurança vêm em seguida: 75%.
O diretor do Grupom, Mário Rodrigues Filho, afirma que a pesquisa constata uma mudança na imagem da Rotam, motivada pela sensação de insegurança na sociedade. "Lá atrás a Rotam estava negativa mas hoje a população percebeu que os bandidos tinham medo dela."
Ele lembra que as regiões periféricas da cidade não significam bairros pobres. O Alphaville, por exemplo, está entre as 99 classificadas desta forma, por estar distante dos 7 bairros listados como centrais.
Entre os bairros da Região Sudoeste, local com maior índice de cidadãos que desejam o retorno da Rotam como antes, está o Parque Amazônia. O local registrou 11 homicídios neste ano e está entre os bairros mais violentos.
Cor inibidora
O professor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás Baltazar Donizete de Souza afirma que o preto é uma cor inibidora. Ele é especialista em segurança pública e coronel da Polícia Militar. "A cor causa um certo pânico, medo no infrator."
O professor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás Baltazar Donizete de Souza afirma que o preto é uma cor inibidora. Ele é especialista em segurança pública e coronel da Polícia Militar. "A cor causa um certo pânico, medo no infrator."
Souza afirma que bandidos de maior periculosidade respeitam apenas a Rotam. "O homicida, o latrocida, o assaltante de banco, a única força que ele respeita é a Rotam." Na avaliação dele, as tropas de elite são as mais disciplinadas e precisam ser bem treinadas. "Tem de agir dentro da legalidade."
À secretaria, cabe aprimorar métodos de fiscalização do trabalho do grupo de elite.
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A pesquisa realizada pela Grupom, obteve os seguintes dados:
*os que não avaliaram, não foram estimulados ao resultado |
Os entrevistados que avaliaram a atual situação da ROTAM, foram estimulados a optar por uma das duas alternativas: "que ela continue como ela está" ou "que volte a atuar como antes". A não avaliação por parte dos entrevistados não foi estimulada na pesquisa.
Somente os que avaliaram |
Com relação a escolaridade, a maioria dos entrevistados também prefere que a ROTAM atue como antes, porém a faixa que apresenta maior percentual e maior diferença entre as situações propostas é a de escolaridade primária/1º grau.
Moradores da região periférica são identificados como o percentual significativo com relação à aprovação da antiga atuação da ROTAM em comparação com as outras regiões.
A atividade/profissão mais preocupada com a volta da antiga ROTAM são os autônomos e os que executam atividades de segurança com percentual bastante expressivo de diferença entre como era antes e como está agora.
A antiga ROTAM, representa os uniformes pretos e carros que intimidam realmente a ação de bandidos. A preocupação da população com a segurança pública se mostra cada vez mais importante e necessária para que se faça cumprir a lei com criminosos.
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