Apesar da grave crise econômica no Brasil nos últimos três anos, o número de restaurantes em funcionamento em Goiás cresceu 20% desde 2015, segundo pesquisa exclusiva realizada para o EMPREENDER EM GOIÁS pela Resultys, startup goiana que ajuda empresas na prospecção de clientes. São 12,7 mil estabelecimentos deste segmento em operação atualmente no Estado, contra 10,5 mil em 2015. A metade está em Goiânia (35%). As outras cidades com maior número de restaurantes são Anápolis (5,4%), Aparecida (5%), Caldas Novas (3%) e Rio Verde (2,8%).
A grande maioria dos restaurantes em Goiás é de micro e pequeno porte. Ou seja: pequenos estabelecimentos tocados pelos próprios donos ou com a ajuda de poucos funcionários. Segundo o levantamento da Resultys, 30,9% dos restaurantes são de microempreendedores individuais e 28% são microempresas. Os estabelecimentos de pequeno porte, que já possuem mais funcionários, são 40,6% do total. Já os de médio e grande portes representam apenas 0,3%.
Outro exemplo de que este negócio é, na maioria dos casos, um empreendimento praticamente familiar é que 80% têm até cinco funcionários, contra 16% que contam com 5 a 20 trabalhadores e 3,8% que possuem em seus quadros mais do que isto. Entretanto, embora a pesquisa não tem o dado do faturamento geral do setor, os restaurantes são responsáveis por uma folha salarial média de R$ 47,6 milhões por mês no Estado.
Desafios
Conduzir um restaurante exige do empreendedor cautela e dedicação. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e buscam uma alimentação de qualidade, preço justo e boa localização, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae que aponta as 12 características que garantem o sucesso de um estabelecimento no ramo alimentício. Uma delas é o bom atendimento. Sócio-proprietário do Steak In, Paulo Henrique Barbosa, afirma que apostar em profissionais que atendem as necessidades do consumidor é essencial. “O sucesso do funcionamento do negócio é altamente dependente da capacitação dos funcionários. O cliente precisa se sentir à vontade e bem servido”, diz.
O empresário Pedro Lelis, diretor e idealizador da bebida goiana Fiu fiu e sócio proprietário do Weón Bar, afirma que o conceito de atendimento deve ser explorado com maior profundidade. “Atendimento bom não é somente entregar bebida e comida rápido, ou somente saber conversar e ser carismático. Um bom atendimento envolve funcionalidade, empatia e emoção. Envolve se identificar com os clientes e, principalmente, fazê-lo entender que os atendentes não devem ser tratados com desigualdade”, frisa.
Além do atendimento, qualidade e um bom marketing são cruciais para o sucesso no ramo. “Entender as vontades dos clientes, criar propostas atraentes para consumo, divulgar de maneira persuasiva conquistam o cliente. Trazer pessoas para consumir fora de casa é uma grande dificuldade. Por isso a proposta de cada casa deve ser atraente”, conta Pedro Lelis. Proporcionar ao cliente uma boa experiência, como forma de pagamento alternativa e alimentação saudável, são apontados pelo Sebrae como critérios para garantir o sucesso com restaurante.
Os desafios para manter o estabelecimento são diários, principalmente quanto à gestão. Tanto para Paulo Henrique como para Pedro Lelis, uma das maiores dificuldades é a alta rotatividade no meio. “Quando existe um rodízio de funcionários, muito comum em bares e restaurantes, a implementação e manutenção da cultura da empresa acaba ficando comprometida. Manter a qualidade dos serviços oferecidos com pessoas diferentes trabalhando, por exemplo, é uma prova de gestão”, diz Paulo Henrique.
Fonte: Empreender em Goiás
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