Por Alfredo Passos
Segundo pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV-SP, apesar da crise, os gastos e investimentos das empresas em tecnologia se mantiveram estáveis nos últimos três anos, correspondendo a 7,6% da receita.
Mas, profissionais do setor de Tecnologia da Informação (TI) alertam: a maioria dos executivos está despreparado para lidar com os impactos dessas novas ferramentas em seus negócios.
O objetivo das empresas é investir em soluções tecnológicas para reduzir custos e alcançar resultados mais competitivos.
Conforme matéria de Letícia Fucuchima, O Estado de S.Paulo, 16 Agosto 2017, os riscos cibernético não se resumem a vírus que danificam sistemas ou ciberataques comandados por hackers. São todas as ameaças relacionadas às tecnologias, envolvendo desde o armazenamento de dados e informações até o manuseio de equipamentos como drones, sensores e prédios inteligentes.
Vale lembrar que além de perdas financeiras, o descuido com tecnologias pode trazer danos à imagem e à reputação da empresa, além da insatisfação de clientes e parceiros comerciais.
Na matéria do Estadão, alguns especialistas expressam sua opinião. "Muitas empresas não sabem dizer se um problema no futuro vai custar R$ 100 mil ou R$ 100 milhões, então vão empurrando com a barriga", ele destaca.
Para piorar esse cenário, é comum que haja divergências entre as prioridades da diretoria executiva e de gestores de riscos, diz Roberto Zegarra. Isso dificulta investimentos em detecção e gerenciamento de vulnerabilidades tecnológicas.
Alberto Luiz Albertin, coordenador do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV-SP, também enxerga a falta de colaboração entre áreas das companhias como um desafio a ser enfrentado.
"As estratégias de governança dentro das empresas precisam estar formalmente alinhadas, para evitar que decisões personalizadas entre áreas formem diferentes perfis de risco dentro das próprias organizações", avalia.
Subutilização. Mesmo que as empresas estejam mais atentas aos benefícios do que aos riscos que as tecnologias podem trazer aos negócios, o potencial das novas ferramentas ainda é mal aproveitado pela maioria das companhias. Essa é a opinião de Emilio Carazzai, presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
"A tecnologia continua sendo usada majoritariamente para automação de processos. É um ganho, mas está muito do aquém das possibilidades", afirma Carazzai.
Para o especialista do IBCG, a onda tecnológica que trouxe sistemas integrados de contabilidade, gestão de pessoas e outros já passou. Agora, o diferencial das tecnologias está em seu emprego no processo de tomada de decisão, com o auxílio de inteligência artificial e business Analytics.
O problema para Carazzai é que, no Brasil, as decisões continuam sendo tomadas de modo arcaico, baseadas no instinto e no improviso.
Esse diagnóstico aparece na pesquisa "Orientação por dados: grandes decisões na era da inteligência", feita pela consultoria PwC e divulgada no começo deste ano.
Embora concordem que análises de dados permitem decisões mais rápidas e eficazes, 60% dos 2.100 executivos consultados afirmaram que a tomada de decisão em suas próprias empresas é apenas parcial ou raramente orientada por dados.
Luiz Ponzoni, sócio da PwC, garante que uma mudança cultural nas gestões já está em curso, e que o uso de tecnologias passará a ter mais peso na tomada de decisão estratégica em breve.
"Somos acostumados a usar dados para avaliar o passado ou diagnosticar o presente. Mas na hora de decidir sobre o futuro, fomos ensinados a adotar o feeling, a opinião de pessoas mais experientes ou mesmo aquilo que o concorrente já fez. Isso está gradualmente mudando".
Ou seja, as empresas investem, mas, seus executivos não sabem lidar com a tecnologia.
Fonte: Linkedin - Alfredo Passos, CEO, Experienced Competitive Intelligence Executive.
Esse texto foi copiado do site do Estadão, que é assinado pela jornalista Letícia Fukcuchima:
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