quinta-feira, 10 de maio de 2018

IoT é muito menos internet e muito mais assistência.

Esse é o conceito que o Google tem dado à conectividade de dispositivos para smart cities, saúde e indústria inteligente.

A internet das coisas (IoT) é muito menos sobre internet e muito menos sobre coisas, e muito mais sobre assistência, afirma a diretora de produtos e inovação do Google Brasil, Flávia Verginelli. Tal afirmativa é porque, diz, a IoT está conectada ao que pode fazer pelo consumidor sem que ele tenha que se preocupar com conexão (a internet) e o que (as coisas) está conectado. O uso dos milhões de devices se torna, assim, mais sensitivo e automático e passa por tantos e diversos usos que o usuário mal se dá conta de que IoT, há muito, deixou de se relacionar com geladeiras que controlam a temperatura e a validade do alface e com smartphones que ordenam a agenda diária. Aliás, celulares são ordenados. Por voz. São assistentes, como Flávia diz.
Sensores, machine leaning e inteligência artificial compõem o ecossistema de IoT: são máquinas que aprendem e respondem a comandos de voz. Verdadeiros equipamentos de assistência: seja o sensor do ar condicionado, a lâmpada que apaga ou acende conforme a presença ou ausência de pessoas e o controle inteligente da luz na casa. Os números de IoT se avolumam: estudo da Mckinsey estima que, até 2025, o impacto econômico das cidades inteligentes (ou smart cities) serão de US$ 930 bilhões a US$ 4,1 trilhões; a área de saúde inteligente girará de US$ 170 bilhões a US$ 1,6 trilhão; e a indústria inteligente deverá movimentar entre US$ 1,2 trilhão a US$ 3,7 trilhões. O potencial (e também o efetivo) mercado da IoT é gigantesco.
“Na era que estamos, a forma como nos relacionamos, que mudou com a chegada do mouse, com o clique na tela, em 2007, e depois passou ao touch (toque) e, agora, passa pela voz, seja no envio de mensagens de áudio pelo WathsApp, Google Home e correlatos. E isso muda tudo. Porque hoje a IoT está em todos os lugares. Tem alguns gadgets que ajudarão no dia a dia e substituirão atividades que ocupam o tempo das pessoas. Isso é assistência. O Alibaba, com a Ford da China, montou uma garagem automática em que, com o uso de dados, os clientes bons pagadores conseguem acessar, fazer face recognition, escolher o carro e realizar um teste drive por três dias. Isso é uso de IoT”, exemplifica Flávia. Em outra aplicação, no metrô da cidade de Seul, na Coréia do Sul, as pessoas chegam com o celular na catraca, pagam automaticamente o bilhete e passam. No entorno, câmeras identificam quantas pessoas estão na estação e, com isso, conseguem maximizar e melhorar o tráfego de trens. Podem alocar os trens conforme a lotação da estação. Tudo isso é feito pela prefeitura por meio de um painel que melhora o transporte e o trânsito da cidade, cita a executiva. O metrô de Seul transporta sete milhões de pessoas diariamente (São Paulo, com mais habitantes do que Seul, transporta quatro milhões por dia).
O próprio Google tem um projeto de smart city em Toronto, no Canadá, a chamada Cyber Toronto, em que 80% da população terão acesso a self drive cars, ou seja, apenas 20% dos habitantes terão carros. Haverá nessa cidade um layer de tecnologia que preverá se vai ou não chover. E, se for chover, a própria cidade acionará toldos. É o uso da machine learning e da inteligência artificial. A Verily, empresa de saúde da holding Alphabet, que controla também o Google, lançou uma lente de contato com microchip que identifica o grau de glicose para portadores de diabetes e permite acionar a pessoa para que tome o remédio. O mundo tem estimados 400 milhões de pessoas com diabetes. Em outra aplicação, um oxímetro (aparelho que mede sinais vitais) colocado na meia para bebês avisa a mãe se o filho está com pouco oxigênio. E, ainda, a mesma empresa desenvolveu um adesivo que, colado no sutiã, é capaz de fazer a detecção de câncer no seio com mais eficiência do que a ressonância magnética. “Parece que é ficção, mas são realidades. É IoT”, afirma Flávia.
Na indústria 4.0, a chamada indústria inteligente, e também no comércio, a IoT avança dentro da proposta de transformação digital. Na China, que, em alguns casos, está bem avançada na aplicação de IoT, a rede varejista BingBox, de 200 lojas, é totalmente automatizada por meio de sensores. As lojas se parecem com quiosques e estão instaladas nas ruas e podem ser acessadas 24 horas por dia. Um funcionário lê, com o celular, todo o estoque da loja e, portanto, mapeia e sabe os itens que estão naquele lugar. O cliente, por meio da leitura de QR code, abre a loja e entra, sozinho. Escolhe as mercadorias, faz um scanner dos produtos e a loja cobra via celular. E pronto, a compra está concluída. Sem a intervenção de humanos. Ao menos do lado da loja. “Não existe mais o físico, é tudo digital. Ninguém mais fala ‘estou entrando na internet. E IoT é sobre isso, sobre a transformação, sobre como o ecossistema se desenvolverá”, afirma a diretora do Google.
Fonte: ProXXima

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