segunda-feira, 9 de julho de 2018

Bitcoin poderia 'parar a Internet', diz relatório.


Servidores esgotariam capacidade de processamento e armazenamento se criptomoeda fosse usada como dinheiro comum.


Bitcoin poderia parar a Internet se fosse usado como dinheiro no cotidiano. Essa é a afirmação de um estudo feito pelo Bank for International Settlements (BIS), organização que representa 60 bancos centrais de vários países, incluindo o Brasil. O motivo é o volume de dados associados à criptomineração, muito superior ao gerado por transações financeiras digitais típicas, que usam moeda tradicional.

Ainda segundo o relatório, o tamanho da contabilidade gerada para dar conta das operações atuais do varejo ultrapassaria a capacidade de armazenamento de um smartphone comum em questão de dias, de um PC convencional em semanas e de servidores em questão de meses. Os arquivos trocados pelos usuários seriam da ordem dos terabytes, e apenas supercomputadores poderiam acompanhar a verificação das transações de entrada.

A razão desse "excesso" de informação está relacionada à não-vinculação das criptomoedas com qualquer banco central. Por conta dessa característica, vendida como um dos principais atrativos do Bitcoin e seus correlatos, todas as transações financeiras são mantidas em um livro-razão virtual. E se tudo o que é vendido atualmente via Internet fosse pago com criptomoedas, esses registros digitais excederiam o armazenamento dos servidores.

A alta volatilidade dos preços também foi apontada pelo BIS como fator impeditivo para que as moedas digitais substituam as tradicionais, reguladas pelo Estado. Um dos exemplos desse fenômeno está no próprio Bitcoin, que chegou a US$ 19 mil (aproximadamente R$ 74,4 mil, em conversão direta) no final de 2017 e já está em US$ 6,5 mil (R$ 25,4 mil).

"Esse tipo de coisa acontece porque algumas pessoas usam Bitcoin não como dinheiro, mas como ativos, o que significa dizer que você paga para guardá-lo em vez de usá-lo como dinheiro", explica o assessor econômico e chefe de pesquisa do BIS, Hyun Song Shin, em vídeo divulgado junto com o artigo de 24 páginas.

Fonte: Techtudo

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