Por
Leandro Rodrigues
Um movimento recorrente nas redes sociais recentes trata do voto nulo como alternativa para se protestar contra o sistema vigente e seus atores políticos. A ideia é que se a quantidade de votos nulos for acima de 50% dos votos deverá ocorrer outra eleição e os candidatos não poderão ser repetidos. Apesar destas
campanhas de voto nulo, esta prática é incapaz de interferir no resultado
eleitoral, pois apenas diminuirá a quantidade de votos válidos e não anulará ou
tornará a eleição nula. Tampouco algum candidato poderá ser impedido de
participar dos pleitos eleitorais pela quantidade de votos nulos existentes.
Mas
esses fatores não deslegitimam o voto branco ou nulo. Trata-se de um importante
termômetro da insatisfação da população. O voto nulo pode ser entendido como um
voto de protesto, um voto de desinteresse, a saída encontrada pelos eleitores
para contornar a obrigatoriedade do voto e não votar no candidato “menos pior”.
É uma alternativa que demonstra o desgaste do sistema eleitoral brasileiro e
denota a insatisfação do eleitorado mais esclarecido.
O
voto nulo pode ser entendido também como outra forma de expressão do
desinteresse e apatia do eleitor em relação às Eleições de 2014, tema já tratado em postagem anterior. Remetemo-nos novamente à obrigatoriedade do voto,
em que o eleitor se vê compelido a participar, votar, mas não se interessa por
nenhum dos candidatos, não vê diferenças. Seu diferencial é se tratar de um
exercício e demonstração claros de insatisfação.
Os
números da pesquisa GRUPOM/Tribuna do Planalto revelam que os dispostos a votar
em branco ou anular o voto são de aproximadamente 6% para governador. Mas ao se
considerar apenas os eleitores com curso superior este número chega a 17,2% em
alguns cenários. Trata-se de um grupo com maior grau de instrução,
possivelmente mais crítico e atento aos acontecimentos políticos, um grupo
teoricamente mais sensível e que primeiro percebe possíveis mudanças no cenário
político.
Já
os números para presidente da pesquisa GRUPOM/Tribuna do Planalto demonstram um
cenário distinto. A quantidade daqueles que declararam votar branco ou nulo
varia de 3,4% na pergunta estimulada, a 11,3% no cenário 2, números inferiores
em relação aos apresentados nas intenções de voto para Governador. Ao
restringirmos apenas à faixa daqueles que possuem curso superior os números
oscilam de 5,9% a 17,2%.
A
intenção de voto para presidente quando é estimulado o nome de Eduardo Campos,
sem Marina Silva, demonstra números elevados de votos nulos ou brancos. Entendemos
que isso ocorre pelo desconhecimento de Eduardo Campos e a preferência dos
evangélicos por Marina Silva, discussão que retomaremos em postagem futura.
Isso serve de alerta para os candidatos a governador que quiserem conquistar os
votos deste grupo ao definir a participação dos candidatos à presidência nos
palanques do Estado.
Vemos
que os números de dispostos a anular o voto para governador é expressivo e bem
superior àqueles que declaram voto nulo para presidente. A insatisfação com os
atuais nomes existe em alguma medida. As alternativas existentes precisam
oferecer o que o eleitor realmente busca: mudanças e melhorias palpáveis e
próximas ao universo local.
Acesse AQUI a pesquisa completa GRUPOM/ Tribuna do Planalto em Rio Verde - GO.
Leandro
Rodrigues
– leandro.rodrigues@grupom.com.br
Doutor
em Ciência Política, pesquisador da UnB e analista de política da Grupom
Uma analogia possível de assertividade, baseado apenas na leitura dos dados apresentados em comparação com os legais da Constituição Brasileira e as normas e regras do TSE, revela a seguinte hipótese:
ResponderExcluir1) o número de eleitores é o mesmo em qualquer caso, porém o coeficiente para eleger um candidato, diminui à medida que os votos válidos diminuem
2) diminuindo o número de votos válidos aumentam as chances de serem eleitos os candidatos que podem dispor de mais recursos
3) certamente mais recurso são mais fáceis para os atuais parlamentares, uma vez que recurso não deve ser entendido apenas comi volume de dinheiro, mas sim, diferentes outros serviços que são alcançados com mais facilidades pelos atuais parlamentares
4) existe a possibilidade de pelo menos dois grupos distintos competirem para uma disputa clara, os mais esclarecidos e os menos esclarecidos. Os mais esclarecidos não deixariam de votar por analisarem essa conjuntura tão aritmética e fácil de entender, os menos esclarecidos trocam seu voto por valores mensuráveis financeiramente ou hipoteticamente entendidos como prêmio caso o resultado se refira às promessas individuais para cada caso X voto.
5) finalmente entendo que mais votos nulos e brancos facilitaria a eleição para os mais poderosos, uma vez que atualmente, muito menos se fala de ideologia
Essa é apenas uma breve comunicação "grátis" para a sua empresa que tem muito esclarecimento e ideologia.
att
Arnaldo
Em resumo:¨" Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come."
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