quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Rolê no mercado

Parceria de shoppings com supermercados estimula a frequência de adultos e famílias

O brasileiro adora fazer compras, mas se engana quem pensa que o shopping center é o local preferido da maioria. De acordo com o relatório Estilo de Vida Regional, da empresa de pesquisa Mintel, hipermercados e supermercados são os serviços mais próximos e mais frequentados pela população, especialmente pelo perfil família. Shopping Centers, restaurantes e bares têm frequência secundária, relacionada a gastos com lazer. Se próximos, cinemas, parques e restaurantes seriam mais frequentados. Os shopping também o seriam, especialmente porque são percebidos como “polos” desses serviços de lazer.

O estudo aponta que centros de compras para o dia a dia (de mantimentos, cuidados pessoais e vestuário) são os locais perto de casa mais frequentados. Essa frequência é mais citada pelos adultos maiores de 25 anos (média 66%) e casados (67%) – público provavelmente responsável pelo gerenciamento e compras do lar -, pelos pais com filhos de três a 12 anos (67%), pelas pessoas das classes ABC1 (66%) e de nível superior completo (70%), que têm mais chances de residir próximo às áreas centrais, mais desenvolvidas e com comércio mais estruturado.

É interessante destacar que a frequência destes lugares é bastante influenciada pelo perfil da população. Em áreas onde há mais presença de adultos jovens e solteiros, shoppings, bares e restaurantes tendem a ter frequência em proporções diferentes. Por exemplo, a citação de frequência de homens entre 16 e 24 anos em shoppings (57%) é mais alta do que em hiper e supermercados (54%), semelhante à citação de frequência em bares e restaurantes (50%).

Especificamente sobre os shoppings, eles são percebidos como próximos e frequentados especialmente pelos adultos jovens (16 a 24 anos). Apesar dos muitos empreendimentos em construção no País terem o objetivo de atender à demanda das classes em ascensão econômica, como C1 e C2 são as pessoas da AB que os frequentam mais atualmente, e isso se deve ao fato de que há mais deles próximos de suas residências.

Hiper e supermercados estão se assemelhando cada vez mais como centros de compra, em relação aos shoppings. Oferecem espaço para refeição, opções para compra de roupas, acessórios e calçados, eletrodomésticos e eletrônicos. Mas, enquanto esses são frequentados por um público mais maduro e por famílias, os shoppings atraem o interesse de adultos jovens da classe média alta, que, a princípio, têm mais tempo e se sentem mais motivados para visitar as lojas e comprar em diferentes lugares (também para pesquisar mais os preços).

Os shoppings, no entanto, ainda precisam estar mais próximos (em termos de localização) de outros perfis de consumidores (como as famílias e a classe média baixa), enquanto os hiper e supermercados já têm essa vantagem. Shoppings do tipo outlet estão sendo percebidos como empreendimentos interessantes para atrair outras classes, mas há oportunidades de se explorar mais parcerias de empreendimentos que abriguem supermercados em um mesmo espaço, bem como abertura de minimercados “express”, dentro deles. Outra tendência nos shoppings é a dos espaços específicos para lazer infantil com monitores, antes vistos apenas em curtas temporadas, como nas férias escolares.

Há oportunidades de se fazer mais parcerias entre shoppings e supermercados na expectativa de unir diferentes perfis de consumo. Já os supermercados e hipermercados têm melhor distribuição e presença regional, a parceria da sua estrutura com shoppings poderia ser uma alternativa à demanda, especialmente alta no Nordeste e Sul.

Cinema

Se mais próximos, os shoppings e cinemas seriam frequentados por mais adultos jovens (43%) e mais adultos entre 25 a 54 anos (uma média de 40%). Há uma alta menção quanto à frequência a cinemas caso as salas de exibição fossem mais próximas de casa, no comparativo com a frequência dos últimos 12 meses, identificada especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Com predomínio de população jovem (de 15 a 34 anos, 36% no Norte e 34% no Nordeste) e os solteiros – quase sete em cada dez (69%) no Norte e 62% no Nordeste, contrastante com os 51% do Sudeste e 50% do Sul -, o cinema vem se destacando como uma importante opção de entretenimento nessas regiões. A ampliação da oferta de salas de exibição vem ocorrendo de maneira significativa: de 2009 a 2012, o Norte teve um acréscimo de 11% e o Nordeste de 8% de salas, segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

No Brasil, praticamente todos os shoppings possuem um área de cinema conjunta. Isso quer dizer que o número de salas tende a aumentar à medida que aumenta o número de novos centros de compras no País. Mas também poderia se aproveitar, por meio de parcerias, salas de cinema associadas a outros tipos de serviços, como os hiper e supermercados e bancos. Há mais unidades desses, em localidades próximas dos consumidores em geral, o que poderia estimular a frequência de outros públicos específicos, como o adulto maduro e as famílias.

METODOLOGIA
Para a sua série de relatórios do mercado brasileiro, a Mintel fez uma parceria com a Ipsos Observer Brazil para completar 1,5 mil entrevistas ao vivo, que representam as cinco regiões do Brasil, incluindo todos os grupos socioeconômicos e idades de 16 a 55 anos ou mais. A pesquisa representa as dez maiores cidades do Brasil. A Mintel utiliza uma amostra com base em quotas, incluindo amostras de idade, sexo, região, renda e nível de ensino nessas cidades.

Sobre a Mintel
A empresa é fornecedora global de inteligência de mídia, consumidor e produto. Por mais de 40 anos, tem trabalhado na compreensão de tendências-chave, oferecendo dados exclusivos e análises aos seus clientes. Conta com escritórios em Chicago, Nova York, Londres, Sydney, Xangai, Tóquio, São Paulo e também na Índia, Malásia e Cingapura. Mais informações em www.mintel.com.
  



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