sexta-feira, 21 de julho de 2017

Cultura empresarial é o principal obstáculo à transformação digital


O novo estudo do Instituto de Transformação Digital da Capgemini, em colaboração com Brian Solis, analista e especialista no setor digital, revela que 62% dos inquiridos considera que a cultura empresarial é o principal obstáculo no processo de transformação digital das empresas e o principal risco de perda de competitividade no atual contexto de mercado.

A pesquisa “The Digital Culture Challenge: Closing the Employee-Leadership Gap” aponta mesmo para um agravamento do fosso cultural entre gestores e trabalhadores de + 7 pontos percentuais comparativamente ao primeiro ano em que a Capgemini realizou o relatório em 2011.

O estudo inquiriu 1.700 profissionais de 340 empresas sediadas no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Suécia, Holanda, Espanha e EUA e conclui que 40% dos gestores de topo considera que as suas empresas têm uma cultura digital mas apenas 27% dos trabalhadores partilham dessa opinião.  A cultura digital foi avaliada de acordo com 7 critérios, nomeadamente: práticas de colaboração, inovação, abertura cultural, predisposição para o digital, orientação ao cliente, cultura de dados para fundamentar decisões, agilidade e flexibilidade.

A verdade é que foi possível aferir que há uma clara dificuldade dos gestores criarem e transmitirem a sua visão de cultura digital, acompanhada da ausência de funções de referência na área do digital e de indicadores de desempenho que meçam a transformação digital nas suas organizações.

Além disso, a inovação é também um tema de desacordo, com 75% dos quadros dirigentes a indicar que  sua empresa possui uma cultura centrada na inovação contra 37% dos trabalhadores, ou seja, metade.

Por outro lado, o estudo revela que existem também posições dissonantes entre os gestores e os trabalhadores no que diz respeito às práticas de colaboração. Efetivamente, 85% dos dirigentes considera que as suas empresas promovem as práticas colaborativas, e apenas 41% dos trabalhadores está de acordo.

Relativamente a segmentação regional, o Reino Unido, a Suécia e os EUA possuem uma forte representação de líderes em cultura digital (63%, 60% e 56%, respetivamente). No que diz respeito aos setores de atividade, automóvel (43%), bens de consumo (38%) e telecomunicações (32%) são os  possuem a maior percentagem de líderes da cultura digital.

O estudo sublinha, assim, que as empresas não envolvem suficientemente os seus trabalhadores nos processos de mudança cultural e que esse é um factor chave para o sucesso. Os quadros dirigentes e intermédios devem ter a capacidade de transmitir a sua visão sobre o papel que o digital deve ter nas suas empresas, convertendo-a em objetivos mensuráveis e incentivando as condutas digitais positivas no seio das suas organizações.

“As tecnologias digitais podem oferecer níveis de valor acrescentado muito significativos, mas só as empresas que adotarem uma cultura digital duradoura poderão explorar este potencial. Para que as empresas possam crescer é fundamental atenuar as diferenças de perceção entre gestores e trabalhadores, no que diz respeito à existência ou não existência de uma cultura digital nas suas organizações”, afirmou, em comunicado, Cyril Garcia, Diretor Digital Services do Grupo e membro do Comité Executivo da Capgemini.

“As empresas deverão motivar, envolver e responsabilizar todos os seus trabalhadores, de modo a poderem realizar efetivamente a mudança cultural que urge fazer. Se as empresas fizeram da cultura digital uma das suas principais prioridades estratégicas, poderão melhorar substancialmente o relacionamento com os seus clientes, atrair mais e melhores talentos e empenharem-se em serem bem-sucedidas no mundo digital dos nossos dias”, acrescentou o executivo.

A versão completa do “The Digital Culture Challenge: Closing the Employee-Leadership Gap” está disponível aqui.

Fonte: BIT Magazine

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