Há cerca de seis anos, a Nintendo lançou a função de realidade aumentada com seu console portátil 3DS. O console vinha com algumas cartas e, a partir de uma aplicação e a câmera do 3DS, era possível visualizar personagens dos jogos ganharem vida em imagens 3D, como se estivessem saindo do mundo virtual para o mundo real. Não faz tanto tempo assim, mas na época, parecia algo futurista e estritamente relacionado aos games.
Em 2016, a realidade aumentada viralizou com o jogo Pokémon GO e tornou-se mais natural para as pessoas a partir de seus smartphones. A partir da geolocalização e câmera do celular, o jogador encontrava monstrinhos virtuais no ambiente real em que estava, com o objetivo de capturá-los. O game virou uma sensação mundial, com mais de 750 milhões de downloads e mais de US$ 1,2 bilhão em receita gerada.
Esse é apenas um exemplo de como as tecnologias são rapidamente incorporadas pela sociedade se usadas de maneiras criativas. A experiência digital, como a criada pelo Pokémon GO, tornou-se prioridade nas estratégias de crescimento de companhias inovadoras. Elas perceberam que uma boa experiência digital pode resolver problemas, agilizar processos, criar mais interatividade com o público e entre as pessoas, consequentemente, trazendo vantagens competitivas e financeiras para seus negócios.
A grande questão da experiência digital é que não se trata apenas de tecnologia. Se o Pokémon GO tivesse sido desenvolvido de outra maneira, ainda usando a realidade aumentada, poderia não ter tido o mesmo sucesso. O mesmo princípio vale para empresas que investem em tecnologias inovadoras – não basta investir na tecnologia esperando que ela crie uma experiência digital sozinha, é preciso conectar todos os pontos da estratégia.
E quais são esses pontos? Grande parte da experiência digital vem do conteúdo que a marca quer passar. As tecnologias podem ser ferramentas incríveis para chamar a atenção dos consumidores para produtos e serviços e para proporcionar mais interatividade, mas o conteúdo deve ser bem pensado e bem feito, direcionado ao público-alvo.
Outro ponto necessário para uma boa experiência digital é a usabilidade. O conteúdo deve ser comunicado de uma forma fácil para o consumidor entender e interagir, com uma interface intuitiva e prática. Diretamente ligado a isso estão questões técnicas de desenvolvimento, que precisam garantir que a tecnologia funcione corretamente.
Pontos fundamentais para uma experiência digital bem-sucedida são a inovação e a criatividade. Muitas empresas investem em novas tecnologias apenas quando elas trazem números melhores. O foco no resultado acaba fazendo com que elas negligenciem o processo de inovação que, ironicamente, é um dos ingredientes para o sucesso.
Organizações que não esperam o mercado se movimentar, apostam e acreditam em tornar a tecnologia parte natural das experiências dos clientes estão à frente da concorrência. As empresas precisam seguir esses exemplos e entender que as experiências digitais vieram para ficar. Portanto, quanto mais cedo abraçarem esse conceito e o integrarem em suas estratégias e cultura, melhor para seus resultados.
Por Marcelo Rodino, sócio da Flex Interativa para AD News.
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