segunda-feira, 12 de março de 2018

A nova ordem é tirar proveito do Big Data para a comunicação.

No Brasil, quem estiver disposto a buscar capacitação e conhecimento sobre o tema sairá na frente.


Big Data: grande conjunto de dados armazenados e baseado em 5 Vs: velocidade, volume, variedade, veracidade e valor. Comunicação: processo que envolve a troca de informações. Estas são apenas duas definições corretas sobre Big Data e comunicação. Mas ambas são muito mais do que isso. 
Amplamente utilizado em áreas como tecnologia da informação, o Big Data conta com cenários de possibilidades imensuráveis em várias frentes da comunicação (do online ao offline). Vale lembrar que o Big Data já é explorado por áreas como o marketing para a geração de leads e análise de mercado e concorrência. Caminho mais que natural.
Na comunicação ainda há uma certa resistência na aplicação do Big Data para geração de informações relevantes, conteúdos e estratégias de relacionamento com a mídia ou dela com os leitores. O Big Data depende da capacidade tecnológica – que ainda depende de um investimento significativo – e da formação humana para extrair e analisar esse mundo de dados gerados.
Big Data é a reunião de milhares de dados gerenciáveis e que estão na nuvem. Hoje tudo é um dado. Uma palavra, um comportamento, uma imagem, um vídeo, um áudio ou uma opinião. Qualquer coisa pode ser transformada em um dado. Milhares de conteúdos publicados por diferentes pessoas, governos, ONGs, empresas. Tudo isso pode ser um dado que vai alimentar o Big Data. Acredite, um sentimento expresso na internet pode ser capturado e transformado em um dado.
No mundo dos negócios o Big Data é utilizado por empreendedores para definição de estratégias e análise do mercado. Áreas relacionadas com inteligência de mercado analisam os dados para a construção de novas propostas de negócios ou para a redefinição de um produto ou serviço.
Ok. Mas como se aproveitar disso para a comunicação?

O primeiro passo é recapitularmos que hoje cada pessoa em qualquer lugar do mundo é produtora de conteúdo e responsável por gerar informação, tráfego e opinião. O público gera incalculáveis terabytes de conteúdo virtual todos os dias. Os comunicadores podem – e devem – se aproveitar disso.

Um jornalista capaz de extrair tais dados do Big Data e analisar com critério e inteligência será capaz de cruzar informações de várias fontes ao mesmo tempo, por exemplo. Mais informações e fontes geram um conteúdo aprofundando e valorizado pelos leitores. A geração de valor agregado significa mais relevância. Como consequência, o crescimento no retorno em publicidade e assinantes. Ou seja, um efeito cascata. 
O Big Data pode ser aplicado também na comunicação corporativa que será capaz de avaliar e planejar ações direcionadas para o mercado do seu cliente. Nas agências de publicidade, o Big Data será capaz de alinhar a campanha com o mercado de cada cliente e delimitar ainda mais o público-alvo que será impactado.
No Marketing Digital ele pode ser utilizado para definição de público e insights para ações de relacionamento nas redes sociais, por exemplo. Ou, ainda, melhorar as técnicas de SEO repensando os conteúdos e os seus formatos. Uma nova geração de conteúdos pensados para a internet surge com o desembarque do Big Data na comunicação. O mobile também será repensado e terá sua performance otimizada. E tudo isso gerará ainda mais dados e informações para análise.
Evoluir é fundamental

Identificar as percepções e opiniões das pessoas, levar em consideração os sentimentos, trazer índices relevantes, analisar a percepção da própria marca e dos concorrentes, mensurar o esforço da comunicação e o impacto para o negócio, desconstruir ideias já formadas e contrapor governantes. Temos uma infinidade de alternativas e possibilidades – disponíveis em tempo real – com a aplicação do Big Data à comunicação.

Dados de 2017 do Latin American Communication Monitor (LCM) apontam que menos de 20% dos departamentos e agências de comunicação já estavam implementando atividades com Big Data. Os profissionais que não utilizam o Big Data justificam que lhes falta habilidade e o tempo para analisar seu funcionamento. O LCM foi aplicado pela segunda vez na América Latina, atingindo 17 países.
A era dos indicadores qualitativos e quantitativos bate à porta dos comunicadores e pede passagem. Lá fora os jornalistas e as empresas estão colocando isso em prática. No Brasil, precisamos aprofundar o tema na área com urgência. Quem estiver disposto a buscar capacitação e conhecimento sobre o tema sairá na frente. Ou seja, se você ou sua empresa não estiverem abertos e não investirem em tecnologia e conhecimento, provavelmente serão engolidos por essa onda e perderão dinheiro. Simples assim. 

Por Wellington Johann, jornalista na Talk Assessoria de Comunicação para CIO

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