domingo, 2 de setembro de 2018

Opinião - Geração C é o novo consumidor.

Franz Figueroa, da Apple Development Academy, conceituou a nova geração a partir de sua relação com o mundo digital.


Sempre conectados em computadores, celulares e consoles, em comunidades, comunicando-se, colaborando, customizando. E ainda "comentadores", colecionadores, curtidores e compartilhadores. Criam sem parar, seja suas próprias listas - de músicas, séries ou filmes - seja seu próprio conteúdo. O caminho traz prazer maior que o destino e eles têm controle sobre tudo que fazem e gostam. Para Franz Figueroa, head de design de experiência do usuário na Apple Developer Academy, este é atual consumidor, que ele chamou de Geração C, em palestra realizada no Hub da Fábrica do Futuro.
Figueroa destacou que essa geração não tem uma definição de idade, como os baby boomers ou geração Z, mas sim de comportamento. "A maneira de pensar é formada pela internet e seus dispositivos. A primeira coisa que a pessoa vê quando acorda é o celular, também a última coisa que a pessoa vê antes de dormir", disse.
Segundo Figueroa, mais do que uma transformação digital, as empresas precisam de uma transformação do modelo mental. "Não adianta colocar tudo no digital se minha maneira de pensar cliente, produtos e processos não são digitais. Preciso entender as mudanças mentais que estão ocorrendo", explicou. Para ele, se a gente entende que o modelo mental do cliente está neste contexto, o negócio também precisa estar. "Este é o ecossistema mental dos nossos clientes hoje. Por isso que a educação está falida. Qual é a escola que tem alguma colaboração, criação, compartilhamento e outras dessas coisas?", provocou.
"Quero ver, ouvir e ler quando eu quiser, no dispositivo que eu quiser, no lugar que eu quiser", comentou o palestrante, exemplificando o tipo de controle que a geração C quer manter,citando a Netflix como exemplo. A empresa sabe todos os gostos dos usuários. "Netflix me oferece as coisas que eu vou gostar nos horários que eu vou poder ver. Eles estão estudando o que eu gosto para me oferecer coisas. As empresas estão olhando para dentro do cérebro das pessoas para tirar benefícios", disse Figueroa, destacando que não aprendemos a estudar pessoas. Ele citou, ainda, o livro Brain Rules, do autor John Medina, que traz a afirmação "Se você lidera uma empresa moderna, você deve saber como funciona o cérebro".
Franz Figueroa apresentou, ainda, um gráfico da experiência do usuário, relacionando a intensidade emocional ao tempo. Destacou, ainda, os momentos chave dessa experiência: a transição, quando o usuário ainda não estava na loja ou no site e passa a estar; os picos emocionais, que podem ser negativos ou positivos e que são marcantes; e o final, que é sempre lembrado. Assim, segundo ele, as empresas precisam cuidar destes momentos para criar boas experiências aos seus clientes. O palestrante citou como exemplo a visita aos parques da Disney, em que o tempo de espera e as distâncias percorridas entre as atrações são ofuscadas pelos momentos positivos. Ele usou, ainda, uma citação de Steve Jobs. "A vida é sobre criar e viver experiências que valem a pena ser compartilhadas".

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