Mudar, transformar, inovar são verbos intransigentes na realidade corporativa contemporânea. Ou você conjuga ou se ferra no jogo da sua vida profissional e na vida das suas marcas e da sua empresa. Mas há métodos para conjugá-los. Veja quais e sucesso.
A realidade está ganhando de você. Ela é mais rápida, mais complexa e mais inteligente que você. Admita, você está perdendo o jogo.
Fiz aqui um rápido apanhado de métodos, processos, sistemas, programas e movimentos que estão impactando a evolução das pessoas e das empresas nos últimos anos e que podem ser a chave da sua vitória. Minha intenção é antenar você em como a evolução está acontecendo e mostrar que embora pareça que estamos vivendo no caos e, de fato perdendo o jogo, que há ordem nesse caos. E que você precisar mudar para vencer, mas tem suporte para isso, não é vire-se e dane-se generalizado. Tipo, perdeu para sempre.
Cada um dos itens abaixo pode e deve ser utilizado por você em sua vida profissional e em sua empresa. Parte deles evolui do mundo da tecnologia, mas pode perfeitamente ser aplicado na prática e na vida dos profissionais e empresas do setor da comunicação e do marketing. Basta vontade de aprender e coragem para implementar.
Todos estão ampla e generosamente explicados e detalhados na internet, portanto você não tem nenhuma desculpa para não conhecê-los minimamente. Aqui é um micro basicão para contaminar você do vírus da transformação. Ao seu alcance, na tela mais próxima.
Design Thinking – É um método de estratégia. Não tem diretamente a ver com o design estético a não ser pelo conceito de que o desenho pode conter a solução. Só que estamos falando aqui do desenho de pensamentos estratégicos para empresas. Como é um método, tem processos. Esses processos conduzem a formas diferenciadas para solução de problemas, incorporando modelos avançados de captação de informação, análise de conhecimento e, ao final, propostas de solução. Estimula soluções criativas e o pensamento empresarial fora da caixa. Seu ganho está em ser um atalho metodológico para a inovação.
Growth Hacking – Como o nome diz, trata-se de haquear o crescimento. Traduzindo: encontrar brechas de expansão dos negócios que os métodos e processos tradicionais de crescimento das empresas não consegue. Essas brechas são atalhos para o crescimento acentuado e mais acelerado. O cirador do termo é um cara chamado Sean Ellis, que resume seu método como “marketing orientado a experimentos”. Experimentos que detonam gatilhos de expansão em curto espaço de tempo.
Lean & Agile – São processos de desenvolvimento fundamentalmente utilizados em projetos de tecnologia, mas servem para qualquer projeto que envolva o desenvolvimento de alguma coisa. Lean é simples. Agile é rápido. Lean é um método de abordagem. Agile é o processo de desenvolvimento em si. O princípio de ambos é quebrar a cadeia tradicional de desenvolvimento. Projetos que antes demoravam meses são feitos em semanas. Isso porque a cadeia é quebrada em vários pedaços e cada pedaço tem começo, meio e fim. As entregas são ágeis e são chamadas de sprints. Assim, coisas acontecem muito, muito rápido e os resultados são medidos imediatamente. Isso permite testes velozes, conclusões em cima do que foi testado e ajuste imediato, antes de partir para a próxima fase. Aumenta substancialmente a eficácia no desenvolvimento, reduz substancialmente os custos e acelera exponencialmente a agilidade dos processos.
Teste A/B – É um pedaço importante de todas as metodologias acima. É um teste mesmo, como o nome diz. Você não testa nada efetivamente pronto, mas conceitos, hipóteses. Só que testa de verdade, no mercado, mas em pequena escala e em ambientes controlados de poucos usuários/consumidores. Chama teste A/B porque você coloca duas variáveis em compração uma com a outra e vê aquela que performa melhor. A que se sair pior é descartada. Os testes A/B podem ser contínuos e, como se disse aqui, são parte dos processos descritos acima porque colocam os resultados na mesa não mais na base do eu acho, mas com o fundamento das respostas do mercado real.
Canvas – É um sistema, um modelo de organização de etapas para a criação, desenvolvimento e implantação de um negócio, uma empresa inteira mesmo, ou parte de um negócio, um simples projeto. Essas etapas são colocadas num quadro (daí o nome canvas). O modelo foi criado por um teórico do desenvolvimento empresarial chamado Alexander Osterwalder. Em linhas básicas, está dividido em 4 partes: Como, O Que, Para Quem e Quanto. Cada uma dessas etapas está subdivida em outras sub-etapas. Por exemplo, na etapa Como, temos como subdivisão as atividades-chave, os recursos-chave, a rede de parceiros, etc. No caso do O Que, temos fundamentalmente a Proposição de Valor do negócio, etc. Cada etapa tem um peso e a cada uma deve ser atribuído em tempo de execução. Enfim, aquilo que antes cada empresa fazia de um jeito diferente, Osterwalder propõe que seja feito de uma forma única, já testada e validade com sucesso. O empirismo ganha um método.
War Room – É uma dinâmica gerencial de operações. Você conhece ou já ouviu falar. Você coloca numa sala profissionais com especialidades diversas e complementares. Alguém orquestra. A sala de guerra é literalmente a cópia de uma central militar de operações de batalha, em que a realidade de mercado está na mesa o tempo todo e as respostas precisam ser em tempo real. Para isso há critérios e métodos. Há dinâmicas e mensuração de resultados imediatos. Algumas grandes empresas já incorporaram esse sistema ao seu cotidiano de mercado, monitorando e gerindo projetos, campanhas, ações de mercado em geral. Bastante utilizado hoje pelas áreas de marketing em função da revolução digital, em que tudo acontece muito rápido e a resposta em tempo real passou a ser necessária.
Crowd e Open Sourcing – São coisas diferentes, mas cujo princípio é o mesmo. Crowdsourcing é você permitir que terceiros participem do entendimento e proposta de soluções de um problema corporativo. Opensourcing, mais típico do mundo da tecnologia, é quando você abre o código para que profissionais fora da empresa enriqueçam seu desenvolvimento com suas colaborações. Em ambos os casos o pressuposto é que as empresas hoje não têm todas as soluções dentro de casa e que abrir para a colaboração de comunidades terceirizadas de forma colaborativa faz um enorme sentido. Faz mesmo.
Hackathon – Esse você certamente também já ouviu falar. É um processo participativo de pessoas ou grupos de pessoas que se reúnem com uma tarefa específica a ser concluída num tempo (curto) dado. Os desafios são lançados e as pessoas, reunidas num único espaço físico geralmente, se entregam a tarefa de apresentar soluções para esses desafios. É uma dinâmica muito utilizada entre startups, mas a verdade é que pode perfeitamente ser encarado como um método em busca da inovação acelerada. Funciona extremamente bem para esse fim e empresas em geral cada vez mais lançam mão desse sistema para endereçar problemas reais de mercado que enfrentam.
Startups – Como o nome diz, são operações em estágio primário de desenvolvimento, que estão começando. Mas da forma como elas foram se desenvolvendo nas últimas cinco décadas, muito pela contribuição de uma cultura avançada de negócios criada e alimentada no Vale do Silício, as startups são hoje um elo cada vez mais vital na cadeia de desenvolvimento dos negócios em todos os setores. Elas usam a maior parte dos métodos, programas e sistemas citados até aqui. Por isso são ágeis produtoras de inovação e soluções fora da caixa. Podem também ser entendidas como parte das dinâmicas operacionais das companhias em busca de excelência e otimização de resultados.
Makers – É um movimento. Mas um movimento com metodologias, processos e propósito, totalmente inserido no ambiente corporativo contemporâneo. Makers significa fazer como se fazia antigamente, derivado do faça você mesmo. As soluções são criadas e providas para pequenas partes de uma cadeia de valor. Mas tem o poder de transformar toda a cadeia de valor em que estão inseridas. O princípio é utilizar pedaços de coisas e sistemas, remonta-los de forma inusitada, criativa e eficiente, fugindo da ideia da linha de produção industrial, repetitiva e nada original. Todas as soluções, objetos e sistemas criados pelo Maker Movement são em código aberto e evoluem de forma colaborativa. Makers se transforma mais e mais num movimento que pode contribuir para o avanço das empresas modernas, com soluções simples, inovadores e altamente eficientes.
E para concluir, um estímulo final: você pode dominar a realidade e tira dela o que ela tem de melhor para oferecer. Mas se você não mudar as regras do jogo a seu favor, não terá qualquer chance. Aprenda com esses métodos avançados de como vencer e vá pra cabeças.