terça-feira, 22 de agosto de 2017

Sei que você acha que 5G não tem a ver com você, mas tem sim.

Relatório da 5G Américas dá pistas de como serão as coisas (literalmente, já que estamos falando da Internet das Coisas) quando a tecnologia estiver rodando em nosso cotidiano na real e como isso mudará nossas vidas para sempre.

Comece a ler rápido notícias sobre o mundo telecom como se fossem notícias sobre o mundo do marketing e da comunicação. Sabe por quê? Porque SÃO DE FATO NOTÍCIAS DO MUNDO DO MARKETING E DA COMUNICAÇÃO!

Pois aqui vai uma importante: a 5G Americas, a associação setorial e de voz da 5G e LTE nas Américas, anunciou semana passada a publicação relatório de LTE para 5G.

E o que isso quer dizer?

Bom, você talvez não saiba o que é LTE. LTE, em inglês, quer dizer Long Term Evolution ou evolução de longo termo, ou, explicando melhor, é um novo padrão para redes de telefonia móvel que foi criado para permitir que os novos standards de alta velocidade e de carga de dados que vão ser necessários com a chegada do 5G sejam compatíveis com os padrões de rede hoje existentes, como GSM, HSPA e CDMA, que usamos nos nossos celulares e que rodam o 3G e o 4G.

É uma tecnologia-ponte. O que temos para o momento face a proximidade de chegada do 5G.

E o que é 5G? É a evolução de todos os outros Gs que ouvimos falar até agora, só que um pouquinho mais potente. Para exemplificar simplesinho aqui, o sistema 4G permite velocidades de até 01 Gigabit. O 5G vai permitir até 50 gigabit.

Nem você, nem eu, nem ninguém neste planeta perdido no Universo jamais vimos algo assim. 5G está sendo criado para a Internet das Coisas, em que tudo estará conectado.
E o que isso tem a ver com marketing e comunicação? Tudo: quando as coisas estiverem conectadas, poderemos usar essa conectividade a serviço das nossas marcas. Entendeu?

Versões não totalmente plenas da tecnologia 5G começarão a rodar já em 2019.

No release da 5G Américas, o Presidente da entidade, Chris Pearson, diz o seguinte: “O futuro da banda larga móvel, que inclui a LTE-Advanced e a 5G, é muito promissor, e suas capacidades não param de evoluir. Os padrões e os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento focados na tecnologia 5G estão adiantados e pode ser possível implementar a tecnologia em ambientes comerciais antes do previsto. Em 2021, a LTE deve representar 4,7 bilhões de conexões em 2021 (WCIS, Ovum); as tecnologias LTE e a 5G devem ser amplamente interdependentes até o final da década de 2020”.

Duas coisas a destacar na declaração dele. Leiam de novo … 4,7 bilhões de conexões. Olha, é mais que a Rede Globo, garanto. E que o Google todo. Junto com o Facebook.
A outra é que a tal tecnologia-tampão LTE vai ficar válida até lá. Isso é mais técnico, mas quer dizer que apenas depois disso vamos ter um salto de fato inteiro e pleno para o 5G, o que deve rolar após 2020.

Mas veja, já nas Olimpíadas de 2020 a coisa vai pegar feio. Vamos ver um nível de interatividade que jamais vimos. Vai ser lindo.

Dá só uma olhada no que o relatório da 5G Américas aborda:
  • Aceleração de pesquisa e desenvolvimento de 5G;
  • A definição de 5G Novo Rádio (NR);
  • A LTE como padrão global para a tecnologia celular;
  • As grandes vantagens da LTE-Advanced;
  • A adoção em massa da Internet das Coisas com as novas capacidades de IoT Celular em 3GPP Release 13;
  • Maior integração de espectro não licenciado com o espectro celular;
  • A importância das frequências em bandas baixas, médias e altas para a 5G;
  • Novos modelos de espectro que incluem frequências licenciadas, compartilhadas e não licenciadas;
  • O progresso na área de células pequenas;
  • A Emergência de Virtualização de Funções de Rede (NFV);
  • A linha do tempo da 3GPP para desenvolvimento de padrões LTE.
O relatório explica a transformação da banda larga e descreve o caminho pra a 5G, além das capacidades planejadas e previstas para as tecnologias sem fio LTE e 5G. É um documento muito técnico de 224 páginas, ilegível para nós que não somos do ramo, mas ainda assim vale a pena dar uma olhada ainda que na transversal, porque temos que começar a nos familiarizar com esse mundo novo para nós.


Eu fiz isso e nele tem coisas curiosas como a  projeção de uso de wearables, ou seja, usáveis conectados. Olha o gráfico aqui (de novo, se as coisas que as pessoas usarem em seus corpos estarão todas conectadas com o 5G e a Internet das Coisas, as marcas poderão se utilizar dessa possibilidade para se relacionarem com seus públicos, certo?).


Diz também que todas essas evoluções vão trazer incrementos significativos para as tecnologias mobile indoors, ou seja, vamos ter ainda maior precisão de identificação dos consumidores em ambientes fechados.

Mostra também como vai evoluir a banda larga e onde ela começará a ter impacto muito além do que temos hoje.

(*) IMT é International Mobile Telecommunications

O documento aponta ainda mais de 70 setores em que a Internet das Coisas vai se expandir. Veja abaixo.
E só pra você saber, as empresas que estão testando esses novos protocolos são: America Móvil, AT&T, Telefónica, T-Mobile, NTT DoCoMo, Softbank, Singtel, Telstra, Deutsche Telekom, Korea Telecom, SK Telecom, Etisalat, Turkcell, Verizon, Vodafone, TeliaSonera, LG Uplus, China Mobile, China Unicom e Telecom Itália.

E o Brasil? Bom, temos hoje cerca de 60 milhões de aparelhos operando em 4G. É bem pouco diante da população total do País. Mas, por outro lado, é bastante para muitas marcas.

O 5G no País vai começar a ser realidade algo perceptível em um pedaço da população já em 2020.

Para dar esse salto, o País firmou um acordo com a União Europeia, os Estados Unidos, a Coreia do Sul, o Japão e a China. Foi o Kassab que firmou isso durante o último Mobile World Congress lá em Barcelona. Eu tava lá e acompanhei.

A parceria foi firmada por representantes do Projeto 5G Brasil – composto por 18 entidades representativas, empresas e centros de pesquisa brasileiros, com participação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O Brasil é o sexto país a participar das tomadas de decisão sobre o funcionamento da tecnologia 5G no mundo. Ou seja, como sempre, a gente vai reboque. Mas também não é que estaremos lááááá na rabeira.

E também como sempre, os primeiros a terem acesso à rede 5G serão as classes mais bem situadas no topo da pirâmide. Só que, em poucos anos, até 2025, a tecnologia terá sido já bastante disseminada no mundo e aqui também.

Acompanhe de perto essa jornada. Ela vai impactar seus negócios como você hoje, certamente, não imagina.

Por Pyr Marcondes, Diretor-geral da M&M Consulting para a Meio & Mensagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário