Por Carlos
Vasconcellos
Ter na garagem um carro luxuoso, com potência
equivalente à de um Fórmula 1, habilitado a rodar nas ruas da cidade, é um
sonho para poucos. E apesar dessa limitação, nem o dólar alto, os impostos e o
desaquecimento da economia tiram o otimismo das montadoras que disputam a
preferência do brasileiro nesse nicho mais do que exclusivo de carros e motos
de luxo. Sonho não tem preço.
O Aventador Roadster chama atenção
pela beleza e potência:
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Para seduzir o cliente vale até patrocinar aula de
pilotagem para quem deseja experimentar toda a potência do veículo. Foi o que
fez a italiana Lamborghini ao promover um curso de pilotagem para proprietários
da marca, no Autódromo de Capuava, no interior de São Paulo. "Eles puderam
testar na pista a velocidade que não podem atingir nas ruas", conta Walter
Baron, executivo de vendas da Lamborghini São Paulo.
A empresa está em seu quarto ano com operação
própria no Brasil. "Atingimos nosso melhor desempenho de vendas em
2013", diz Baron. Hoje, a marca oferece dois modelos no mercado nacional:
o Lamborghini Gallardo, a partir de R$ 1,450 milhão, e o Aventador, cuja versão
mais cara chega a R$ 2,99 milhões. Uma nova versão roadster conversível do
Aventador chegará ao mercado brasileiro em dezembro. Ela ainda não tem preço
definido, mas já há interessados. "Já temos três unidades encomendadas",
diz.
Outra marca clássica que aposta no Brasil é a
Maserati, que este mês ganhou sua primeira concessionária própria no país, em
São Paulo. "É a quarta concessionária exclusiva da Maserati em todo o
mundo", diz Cláudio Boriero, executivo de vendas da marca italiana. Um dos
modelos mais procurados no país é o Grancabrio, vendido por R$ 880 mil. "É
o único conversível para quatro pessoas que efetivamente leva quatro
passageiros." Já o Quatroportte, com versões que variam de R$ 780 mil a R$
1 milhão, é o sedã esportivo mais rápido de sua categoria, atingindo 307 km/h.
Marcel Visconde, presidente da Stuttgart Sportcar,
importadora oficial da Porsche no Brasil, prevê que " ano de 2014 vai ser
desafiador". No entanto, a marca alemã apresenta armas poderosas para
conquistar os amantes da velocidade. Seu modelo mais possante é o 911 Turbo S,
capaz de atingir 318 km/h, e que custa a bagatela de R$ 1,99 milhão. O Porsche
Boxter, modelo de entrada da Porsche na categoria esportiva sai por R$ 329 mil.
Outro trunfo da Porsche é a linha de SUV Cayenne, que vai de R$ 329 mil a R$
800 mil e vem atraindo o público feminino e clientes que desejam um carro para
o uso diário. "Dificilmente os proprietários de esportivos de luxo usam
esses carros para o dia a dia", diz Visconde.
Já Eduardo Alves, executivo de vendas da Ferrari no
Brasil, acredita que o mercado não atravessa sua melhor fase, mas vê boas
perspectivas para a marca. "As vendas devem acelerar no final do
ano", diz. Mas para vender, é preciso ser quase tão veloz quanto os
carros. "O cliente brasileiro não gosta de esperar. Se o prazo de entrega
for muito longo, ele desiste do negócio."
Alves conta com a admiração dos brasileiros pela
marca, que tem um fã-clube fiel, forjado em décadas de corridas de Fórmula 1.
"A Ferrari mexe com a emoção do cliente, que tende a manter fidelidade à
marca", afirma. O top de linha da marca italiana é a F12 Berlinetta, que
custa R$ 2,95 milhões, e atinge estonteantes 340 km/h, com um motor V12 de 740
cavalos.
Ícone do mercado de luxo, a Rolls-Royce mostra que
não se limita ao design clássico e também se aventura nos esportivos. A marca
espera aumentar suas vendas de 10% a 20% no país no ano que vem. O carro mais
procurado da centenária marca britânica no Brasil é o Ghost, com preço inicial
de R$ 2,4 milhões e velocidade máxima de 250 km/h. "O Ghost atende à
demanda do cliente moderno", diz Milton Chameh, gerente comercial da Rolls
Royce Motor Cars São Paulo.
Mais de 30 - Depois de ganhar 30 cavalos de potência e reduzir seu peso em 30 kg, o Ferrari California incorporou o número 30 ao seu nome. Com motor 4.3 V8 de 490 cavalos, o modelo vai de 0 a 100 km/h em 3,8 s. Por R$ 1,4 milhão. Ferrari: (11) 3087.0199 www.ferrari.com |
Há quem prefira a emoção em duas rodas. O mercado
de motos de luxo, com 600 cilindradas, cresceu 2% de janeiro a outubro deste
ano, enquanto o segmento popular teve queda de 9% no mesmo período. A
Harley-Davidson foi muito além, com crescimento de 16% em vendas no país.
Longino Morawski, diretor-superintendente comercial
da Harley no Brasil conta que, embora tão fiel à marca quanto os estrangeiros,
o consumidor brasileiro tem um gosto peculiar em relação aos modelos.
"Aqui, os modelos Fat Boy e V-Rod são os mais vendidos, enquanto nos
outros países as motos da linha Touring são as mais procuradas", diz.
Hoje, uma Touring Ultra Limited custa R$ 72 mil. Já uma Fat Boy fica entre R$
50 mil e R$ 80 mi.
A BMW também comemora o aumento de vendas no
Brasil. O país já é o quinto maior mercado de motos da montadora alemã em todo
o mundo. O modelo mais vendido pela empresa no mercado brasileira é a R1200GS,
com preços que variam de R$ 73,4 mil a R$ 83,9 mil. "Pode ser mais, se o
cliente quiser incorporar acessórios que não são de linha", explica
Federico Alvarez, diretor da BMW Motorrad Brasil.
MERCADO DO LUXO X - Preferência regional
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